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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

GM Chevrolet deixa de produzir Classic em São José e rompe acordo


Depois de meses de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior de São Paulo, a direção da General Motors (GM) abriu uma nova crise com a entidade, além de envolver indiretamente a prefeitura local e o governo do estado. Na última sexta-feira (16), a diretoria da montadora decidiu romper o acordo de manutenção e estabilidade dos empregados do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA) feito com os trabalhadores e deram por encerrada a produção do veículo Classic na planta de São José dos Campos, conforme adiantou o DCI. 
A medida vai contra o acordo assinado em janeiro com o sindicato e previa a produção do carro até 31 de dezembro deste ano, com a manutenção de 897 postos de trabalho. O setor MVA foi motivo de uma longa crise entre a empresa e o sindicato. 
A direção da montadora chegou a declarar que fecharia a unidade do Vale do Paraíba, existente desde os anos 50, pelos altos custos da mão de obra e a falta de perspectivas para novos investimentos na linha de produção. O embate teve início em 2008 e se seguiu até o final do ano passado. 
Segundo a entidade de classe, a decisão da multinacional é "lamentável" e o acordo será levado à Justiça. Todos os trabalhadores do MVA estão em licença remunerada desde o dia 5 de agosto e retornariam no dia 26. A montadora prorrogou a licença até o dia 30 de agosto, quando pretende encerrar todas as operações no setor de veículos. 
O anúncio do encerramento das atividades do MVA foi feito oficialmente pelo diretor de assuntos institucionais da GM do Brasil, Luiz Moan. A GM afirmou que deixará de produzir o veículo na cidade por razões econômicas. Até agora, a fábrica de São José produzia 150 veículos Classic por dia. 
Nesta quarta-feira será realizada uma assembleia, às 10h, com os trabalhadores da GM, na sede do sindicato para discutir as ações que serão tomadas contra o fim da produção do Classic e as demissões. A produção do automóvel foi integralmente transferida para a Argentina, que passará a exportar o modelo para o Brasil. 
"O Sindicato já deixou claro para a GM que não aceitará o rompimento do acordo. Vamos procurar os governos federal e estadual, vamos à justiça, mas, principalmente, vamos mobilizar os trabalhadores para impedir essa medida", afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá. 
Uma nova reunião entre a empresa e sindicato está marcada para o próximo dia 23 de agosto, às 8h, no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de São José dos Campos para discutir o assunto. 
A GM do Brasil concorre com outros dois países o investimento de R$ 2,5 bilhões, entre eles a Coreia, onde a empresa estuda encerrar suas atividades pelos altos custos no país. 
Esse também pode ser o motivo de a GM encerrar as operações do MVA. Uma das premissas para se conseguir o investimento bilionário na produção de um novo veículo, é ter condições de tornar o preço final do produto competitivo e atraente. Embora a companhia mantenha o novo modelo em segredo, especula-se que se trata de um veículo compacto e popular. 
Contudo, mesmo com a possibilidade futura de contratação dos demitidos, os sindicalistas esperam aumentar a pressão sobre a GM e recorrer até mesmo ao governo federal, como foi feito no ano passado no auge da crise com a empresa. Na época, o governo disse não haver irregularidades nas ações da multinacional e que se tratavam de questões pontuais. Algo que revoltou os dirigentes da categoria. 
"É inadmissível que a empresa, embora aumentando suas vendas e obtendo todo tipo de benefícios fiscais por parte do governo Dilma, decida romper um acordo e acabar com a produção de toda uma fábrica. É preciso uma campanha nacional com mobilizações e exigência de interferência dos governos para garantia do emprego dos trabalhadores", disse o sindicalista. 
O sindicato planeja uma série de manifestações, com apoio tanto dos operários da GM como da população. Entretanto na semana passada, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública contra a entidade classista. No pedido, os promotores pedem uma indenização de R$ 400 mil por dano moral coletivo "pelos bloqueios injustificáveis na via Dutra". 
No pedido do Ministério Público, o sindicato tem interditado a rodovia, o que infringe o direito constitucional de ir e vir. O órgão também pediu liminar à Justiça Federal para que o sindicato seja proibido de fazer novas interdições na rodovia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. 

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