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domingo, 28 de junho de 2020

DISPARA BUSCA NA INTERNET SOBRE COMO FRITAR GAFANHOTO

O Google registrou uma explosão de buscas sobre como fritar gafanhotos no Brasil.


As pesquisas, em alta desde a quarta-feira, foram feitas principalmente no Rio Grande do Sul, nos outros estados do Sul e do Sudeste.

"Como fazer gafanhoto frito" teve alta de 1.200%.

O assunto "gafanhoto" lidera a lista de aumentos repentinos.

Uma enorme nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil, proveniente da Argentina.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

Fluminense entrará em campo de camisa preta por vítimas do COVID-19

Contrário ao retorno do Campeonato Carioca, o Fluminense entrará em campo neste domingo, contra o Volta Redonda, no Nilton Santos, fazendo uma homenagem às vítimas do COVID-19.

O clube anunciou que vai usar uma camisa preta simbolizando o luto luto na subida ao gramado. O uniforme de jogo será o branco, com uma homenagem aos profissionais de saúde no espaço do patrocinador master. O clube também estampará a campanha "Vidas Negras Importam", com a mensagem no espaço de patrocinador superior nas costas. O clube também anunciou a venda de ingressos simbólicos para a partida, com toda a renda revertida para a Fiocruz. Os dez torcedores que mais comprarem ingressos receberão uma camisa preta das que os atletas vão entrar em campo. O torcedor que mais comprar ingressos virtuais, além da preta, irá receber a branca de Fred, que irá fazer sua reestreia neste jogo.

Neste domingo, o Fluminense entra em campo com camisas especiais, e você pode concorrer a elas! As dez pessoas que comprarem mais ingressos simbólicos garantem a camisa preta, enquanto o maior comprador fica também com a armadura branca! pic.twitter.com/QgXpVSFDLk -- Fluminense F.C. (@FluminenseFC) June 27, 2020 O Tricolor encara o Volta Redonda, às 19h, deste domingo, no Nilton Santos. A partida é válida pela quarta rodada da Taça Rio e marca a reestreia do ídolo Fred com a camisa 9 tricolor. O time de Odair Hellmann deve entrar em campo com Muriel, Gilberto, Nino, Matheus Ferraz e Egídio; Hudson, Yago e Ganso; Marcos Paulo, Evanilson e Fred.

Cientistas encontram duas 'superterras' próximas ao sistema solar

Dois planetas foram encontrados por uma equipe internacional de cientistas perto da zona habitável de uma estrela que fica próxima ao Sistema Solar.

E existe a possibilidade de que haja ainda um terceiro planeta.

Ambos os planetas orbitam muito perto da zona habitável de GJ 887 (também conhecida como Gliese 887), uma estrela anã vermelha com cerca de metade da massa do Sol e localizada a 11 anos-luz.

A proximidade entre esses planetas e sua estrela - maior que a proximidade entre Mercúrio e o Sol - transforma o grupo de GJ 887 em um conjunto "compacto" e é o sistema desse tipo mais próximo do Sistema Solar descoberto até agora.

Os dois planetas cuja existência foi confirmada foram classificados como "superterras" porque possuem entre quatro e sete vezes mais massa que o nosso planeta, mas são menores que Urano e Netuno.

"Eles também devem ter um núcleo sólido, como o da Terra", disse à BBC News Sandra Jeffers, da Universidade de Göttingen (Alemanha) e principal autora da pesquisa.

Acredita-se que tenha uma atmosfera mais espessa que a nossa.

A pesquisa foi realizada pelo projeto Red Dots, formado por várias universidades ao redor do mundo e que busca exoplanetas semelhantes à Terra e próximos ao Sistema Solar. Os resultados foram publicados nesta quinta-feira na revista Science.

O que se sabe sobre esses dois planetas recém-descobertos?
"Sistema compacto"

Ambos os planetas, chamados GJ 887b e GJ 887c, foram detectados usando o Buscador de Planetas em Velocidade Radial de Alta Precisão (Harpa, na sigla em inglês), um instrumento do Observatório Europeu do Sul (ESO) em La Silla, no Chile.

Com base no que foi observado, foi possível dizer que os dois planetas ficam relativamente "próximos" de sua estrela. O mais "remoto" da estrela, GJ 887c, leva apenas 21,8 dias terrestres para completar uma volta; e o GJ 887b leva apenas 9,3 dias terrestres.

Essas órbitas são muito mais rápidas e mais curtas que a que o planeta Mercúrio faz em torno do Sol, que leva 88 dias terrestres.

Os astrônomos já descobriram outros sistemas planetários mais próximos do Sistema Solar, como Proxima Centauri e Wolf359, localizados a 4,2 e 7,9 anos-luz de distância, respectivamente. Mas eles não são tão "compactos" quanto o GJ887.

"Esse tipo de sistema planetário é bastante comum em outras estrelas - entre 15 e 30% das estrelas do tipo solar - mas não havíamos encontrado nenhum muito próxima do Sol", disse Guillem Anglada-Escudé, do Instituto de Ciências do Espaço (ICE-CSIC) da Universidade Autônoma de Barcelona e um dos autores da pesquisa, para a agência EFE.
Ver as imagens

Mercúrio (o pontinho nessa imagem) leva 88 dias terrestres para dar a volta em torno do SolMais
A "melhor estrela"

Os dois planetas ficam perto do limite da chamada "zona habitável" de sua estrela, ou seja, da região em que os planetas de um sistema podem apresentar condições que permitem a existência de vida.

Mas estando fora desta zona, os cientistas acreditam que o GJ 887b e o GJ 887c podem ser muito quentes. Tanto é assim que a água não pode nem ser mantida em estado líquido.

A temperatura de ambos é estimada entre 70º e 200ºC, segundo o Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha (IEEC).

No entanto, os pesquisadores do projeto apontam que a estrela GJ 887 é bastante "inativa", o que é favorável para as atmosferas dos planetas próximos.

"A Gliese 887 é a melhor estrela que está próxima do Sol porque é geralmente uma estrela calma. Não passa pelas explosões energéticas (por exemplo, flashes) que vemos no Sol", diz Jeffers, da Universidade de Göttingen, à BBC Mundo, serviço da BBC em espanhol.

X-MEN: ENTENDA QUEM É TRION JUGGERNAUT, A FORMA MAIS PODEROSA DO VILÃO FANÁTICO


Um dos vilões mais clássicos dos X-Men, Fanático se provou uma ameaça imparável ao longo de várias histórias da equipe. O meio-irmão do Professor X, no entanto, já conseguiu amplificar seu poder a um nível onde ele é capaz até mesmo de perfurar dimensões. É dessa versão cem vez mais poderosa do Fanático que vamos nos ater hoje.

Conhecido como Trion Juggernaut, ele apareceu nas HQs X-Men #88 e Uncanny X-Men #369, e trata-se de uma versão gigantesca do Fanático, que acabou possuído por uma entidade maligna depois que ele absorveu novamente a Joia de Cyttorak.

Cain Marko não é um mutante, como praticamente todos os personagens dos X-Men. Ele é um homem comum que ganhou habilidades após encontrar a Joia de Cyttorak.

Em determinado momento, ao ouvir rumores de que havia uma segunda joia mística que aumentaria seus poderes, Cain voltou para a Coréia até o templo de Cyttorak apenas para cair em uma armadilha do culto de Chejo-Do, que sugaram o poder de Fanático, deixando-o fraco e à beira da morte.

Com a improvável ajuda dos X-Men, Fanático consegue recuperar a joia, mas dentro dela, havia um espírito maligno chamado Trion, o inimigo do deus de outra dimensão. Vendo potencial em Fanático, ele o possuía e elevou seus poderes a um ponto que o tornou tão forte quanto uma entidade cósmica.

A partir disso, ele cresceu de tamanho, medindo mais de 30 metros de altura e seus socos passaram a romper barreiras entre as dimensões rasgando o tecido do espaço-tempo. Na Uncanny X-Men #369, os heróis ficam frente à frente com o vilão e, agora mais do que nunca, eles vão precisar dominar o Fanático.

Ao confrontar a forma astral de Cain, Xavier encontra a verdadeira personalidade do seu meio-irmão dentro do Fanático. Com a ajuda também de Wolverine, Cain é capaz de restabelecer sua próxima conexão com o seu corpo e no fim derruba a presença terrível do Trion – que precisa se ver com ninguém menos que Tempestade uma vez que ele estava fora de Fanático. Isso custa a Cain todo o poder aprimorado que ele adquirira, mas restaura seu autocontrole.

Apesar de continuar realmente poderoso, Fanático nunca mais atingiu os níveis verdadeiramente inconcebíveis ​​que o lado sombrio do Trion lhe proporcionou.
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Ministério da Saúde anuncia parceria para desenvolvimento e produção da vacina de Oxford para Covid-19 no Brasil

Ao menos 30 milhões de doses serão distribuídas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, caso se comprove a eficácia da imunização; acordo prevê até 100 milhões de doses.
O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (27) uma parceria para a pesquisa e produção nacional da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.

O acordo prevê a transferência de tecnologia e a compra de lotes da vacina. Se for comprovada a eficácia da imunização, ao menos 30,4 milhões de doses serão entregues em dois lotes: 15,2 milhões em dezembro de 2020, e 15,2 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para o grupo de risco e para profissionais de saúde.

Após as primeiras duas entregas, segundo o ministério, ainda poderão ser produzidas mais 70 milhões de doses para distribuição a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Nesse primeiro momento, o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) vem pronto (do exterior)", explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto. "Ele vai ser processado e distribuído para a população brasileira."

Angotti reforçou que há, no acordo, o orçamento de importação de mais IFA para a ampliação da produção nacional. Segundo ele, a compra de mais princípios ativos será feita após uma reavaliação do mercado internacional. Ele disse também que é possível que surja outras opções concorrentes de vacina.

No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que será preparada para fabricar a imunização distribuída no país com a tecnologia estrangeira.

Em um comunicado, a pasta formalizou que governo federal aceitou uma proposta feita pela embaixada britânica e a farmacêutica para a cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina ChAdOx1.

Acordo em duas etapas

O acordo tem duas etapas, diz o ministério. A primeira, consiste na encomenda de frascos da imunização e também que o país assuma os custos de parte da pesquisa. O país se compromete a pagar pela tecnologia, ainda que não tenham se encerrado os estudos clínicos finais.

Em uma segunda fase, caso a vacina se mostre eficaz e segura, será ampliada a compra. Se a vacina for licenciada, a pasta estima a compra de mais 70 milhões de doses, no valor estimado de US$ 2,30 (cerca de R$12,60) por dose.

"Nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões. Os dois lotes a serem disponibilizados à Fiocruz, de 15,2 milhões de doses cada, deverão ser entregues em dezembro de 2020 e janeiro de 2021", diz o comunicado.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, explicou em uma entrevista coletiva que há um "risco associado" a esta parceria.

"No desenvolvimento de uma encomenda tecnológica, existe um risco associado a ele. Os estudos preliminares de fase 1 e 2 mostram que tem uma resposta bastante significativa, mas se os estágios clínicos não se mostrarem seguros, teremos aprendido com o avanço tecnológico."

Vacina de Oxford

Na sexta-feira (26), uma cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que a vacina testada no Brasil contra a Covid-19, que é feita pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, é a mais adiantada no mundo e a mais avançada em termos de desenvolvimento.

Soumya Swaminathan disse também que uma outra vacina em fase de testes – idealizada pela empresa Moderna – "não está muito atrás" da potencial imunização da AstraZeneca. Os dois projetos estão entre as mais de 200 vacinas candidatas contra a Covid-19, das quais 15 já entraram na fase de testes clínicos, em humanos.

A vacina ChAdOx1está na fase 3 de desenvolvimento – última fase antes da aprovação e distribuição – e começou a ser testada nesta semana em voluntários brasileiros, em um estudo liderado no país pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Etapas para a produção

Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas para testar segurança e resposta imune. Primeiro há uma fase exploratória, com pesquisa e identificação de moléculas promissoras (antígenos).

O segundo momento é de fase pré-clínica, em que ocorre a validação da vacina em organismos vivos, usando animais (ratos, por exemplo).

Só então é chegada à fase clínica, em humanos, dividida em três momentos:

Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;

Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário

sábado, 27 de junho de 2020

Novo ataque de seguranças da Vale a agricultores acirra conflito pela terra no Pará

Balas de borracha foram usadas em ação que deixou cerca de 20 feridos, em terceiro conflito desde 2016. Região de Carajás é alvo de disputas judiciais por uso do território. Empresa de segurança Prosegur e mineradora afirmam terem agido em legítima defesa

Uma menina de não mais do que 5 anos mostra, chorando, a marca de uma bala de borracha em seu braço. Uma senhora segura os cabelos brancos para mostrar que foi atingida no rosto – um ferimento ainda sangrando -, além do braço. Um jovem ergue a camiseta e mostra as diversas feridas inchadas em suas costas.

Esse foi parte do saldo de um ataque promovido no domingo (21) por seguranças privados contratados pela mineradora Vale contra agricultores acampados em uma área na Fazenda Lagoa, na cidade de Parauapebas (PA), a 700 quilômetros de Belém. Cerca de 150 pessoas foram surpreendidas por balas de borracha disparadas à queima roupa e bombas de gás enquanto faziam orações — pelo menos 20 agricultores ficaram feridos. 

Não foi a primeira vez que seguranças da empresa Prosegur, contratados pela Vale, agem contra trabalhadores rurais sem-terra na região. A cidade vizinha de Canaã dos Carajás foi palco de ao menos outros dois ataques violentos de seguranças da Prosegur. Em 2017, quatro deles foram indiciados por agredir um agricultor e seu filho cujas terras faziam fronteiras com área de propriedade da mineradora. Um ano antes, guardas contratados pelas duas empresas atacaram trabalhadores rurais com armas de fogo na Fazenda São Luíz, também em Canaã, onde havia um acampamento com 300 famílias – elas acabaram sendo despejadas. A Vale afirmou que houve invasão de propriedade no caso de 2016 e tentativa de invasão no de 2017.
Os agricultores protestaram contra a ação violenta de seguranças da Prosegur, contratados pela mineradora, e também contra o uso de drone para vigiá-los (Foto: arquivo pessoal)

A violência é um marco na região e tem hoje uma das maiores incidências de conflitos agrários do país, segundo o professor Giliad Silva, especialista em desenvolvimento agrário da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Para ele, a atuação da Vale contribui para esse cenário “O que acontece ali é a ponta de um problema maior que mostra a posição leniente do Estado frente a essas ações criminosas e está ligado à estratégia da empresa para ampliar sua produção. A violência promovida por funcionários da Vale também tem essa motivação”, analisa Silva.

Por trás dos conflitos na região, onde a Vale opera o maior projeto de extração de minério de ferro do mundo, está uma antiga disputa judicial entre agricultores e a Vale, que é acusada de ter adquirido irregularmente terras da União, o que a mineradora nega. 

Para Luiz Jardim, geógrafo da Universidade Federal Fluminense, a mineração tem agravado a concentração fundiária e de renda e os conflitos armados no sudeste paraense. “As formas de apropriação de terra são diversas, seja em áreas que hoje têm a Vale como proprietária até casos de especulação fundiária por parte de grandes empresários locais que contam com milícias armadas”, afirma o professor, que coordena um levantamento sobre conflitos agrários e mineração, em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

“A Vale tem muito dinheiro e poder, então faz o que quer. Nós queremos apenas que nossos direitos sejam respeitados. Isso é muito cruel”, afirmou à Repórter Brasil Viviane Oliveira, presidente estadual da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) do Pará, que estava no grupo atacado no último domingo. “Já era noite quando começamos a ouvir os tiros. Todo mundo saiu correndo para se esconder. Quando baixava o barulho das balas, eu só ouvia as crianças chorando, perdidas no meio do mato. Pensei que ia morrer. Mesmo com o braço pra cima, eles gritavam ‘levanta a mão, vagabunda’ e diziam ‘corre que eu vou te atirar’, jogando os tiros na lateral, só pra me torturar.” 


Procurada, a Vale afirmou que seus seguranças agiram em “legítima defesa”, já que eles foram chamados “depois que o grupo invadiu área da empresa e tentou instalar postes para ligação clandestina de energia elétrica” (Leia a nota na íntegra). A mineradora disse também que “sua equipe foi recebida a tiros de arma de fogo por um grupo de aproximadamente 40 pessoas” – o que os trabalhadores contestam. “Ninguém de nós estava armado”, diz Oliveira.

A situação só foi controlada com a chegada da Polícia Militar. Os trabalhadores registraram um boletim de ocorrência e o caso está sendo investigado pela Polícia Federal e pela Delegacia de Conflitos Agrários. O Ministério Público Federal abriu um procedimento administrativo vinculado à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Já a Fetraf denunciou o ataque ao Conselho Nacional dos Direitos Humanos.

Disputas e drones

O ataque surpreendeu organizações de defesa dos agricultores não só pela violência, mas porque, segundo a CPT de Marabá, em 2019 foi assinado um acordo entre movimentos de trabalhadores, Vale e Incra para diminuir a tensão social e os conflitos agrários em áreas ocupadas por movimentos sociais, entre elas a Fazenda Lagoa, até que se encontre uma solução definitiva. “Por causa desse acordo recebemos com muito espanto a notícia desse ataque da Prosegur na semana passada. Todos os assuntos deveriam ser tratados na mesa de negociações”, diz Andreia Silvério, advogada da CPT. 

O acordo estabelece as condições para a transferência das famílias para um assentamento, medida que ainda não foi cumprida e é questionada na Justiça pela Vale. Segundo o Incra, a Fazenda da Lagoa é de propriedade da Vale e não se qualifica para o Programa Nacional de Reforma Agrária.

A versão é contestada pelas lideranças rurais. Segundo Tony Araújo, advogado da Fetraf, a área é de propriedade da União e a Vale tem apenas uma decisão liminar a seu favor, não definitiva. Enquanto a disputa segue, nenhuma reintegração de posse pode ser feita e as famílias ali instaladas podem continuar a vender na feira de Parauapebas parte das hortaliças e frutos que cultivam, além da farinha de mandioca que produzem no acampamento. 
A Vale afirmou que seus seguranças agiram em “legítima defesa”, mas os agricultores afirmam que ninguém estava armado (Foto: arquivo pessoal)

Além do fato de os moradores acusarem a Vale de descumprir o acordo, eles afirmam ainda que, no mesmo dia do atentado, houve uma reunião com um representante da mineradora, chamado Denilson, que teria se comprometido a não criar nenhum incidente com os moradores. No encontro, os agricultores também protestaram contra o uso de drones para vigiá-los. A Vale não respondeu aos questionamentos referentes a esta reunião.

Maior produção, mais ataques?

A área da Fazenda Lagoa está próxima à estrada de ferro Carajás, que tem 900 quilômetros de extensão. Cerca de 120 milhões de toneladas de minério são escoados pela ferrovia por ano, que parte de Carajás com destino ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís no Maranhão. A ferrovia é fundamental para as exportações da Vale, que tem como cliente principal a China.

Segundo Giliad Silva, o professor especialista em desenvolvimento agrário, o objetivo da Vale no Pará é aumentar sua produção para compensar as perdas causadas pelos rompimentos de barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019). “Há conexões profundas entre essa estratégia global de funcionamento da empresa e a necessidade de compensar essas perdas ampliando a capacidade de produção e escoamento nas estradas de ferro dela.”

De fato, após o rompimento da barragem em Brumadinho, que matou 270 pessoas, a Vale anunciou que iria aumentar em 70% a produção no sul de Carajás, com repercussão direta na capacidade de escoamento. A mineradora trabalha para expandir a produção em Carajás de 90 milhões de toneladas por ano para 150 milhões de toneladas, segundo um anúncio feito a investidores internacionais.

As áreas potenciais para a exploração mineral na região estão localizadas dentro de um terreno disputado entre a Vale e os trabalhadores. Uma delas foi palco do ataque à Fazenda São Luíz, onde viviam 300 famílias. Por conta deste episódio, a Vale processou os trabalhadores atacados por crime ambiental, alegando que eles estariam invadindo uma Unidade de Conservação. Um deles acabou sendo condenado a pagar 10 cestas básicas.

Violência e problemas trabalhistas

Tanto no caso da Fazenda São Luiz como no ocorrido no último domingo, na Fazenda Lagoa, a Prosegur afirmou à reportagem que suas equipes agiram “em legítima defesa” e “dentro das normas regulatórias da atividade de segurança privada”. No entanto, segundo a advogada da CPT, o “objeto de trabalho desses guardas é a realização de segurança patrimonial e, portanto, não possuem atribuição para atuar em situações como essa.”

Maior empresa de segurança privada do Brasil e uma das maiores do mundo, a Prosegur foi fundada na Espanha e tem 160 mil funcionários espalhados por 26 países. No Brasil, ela enfrenta problemas trabalhistas e jurídicos. No Maranhão, é acusada de fraude trabalhista em plena da pandemia de coronavírus, envolvendo o auxílio emergencial do governo federal. Em outra ação relativa à covid-19, a Justiça fechou a sede da empresa em Eunápolis (BA), após casos de contaminação, afirmando que a Prosegur não tomou os cuidados necessários para proteger os funcionários da pandemia de coronavírus. O MPT pediu 10 milhões em indenização por danos coletivos.

Já no Rio Grande do Norte, a Prosegur foi condenada em 2016 a pagar R$ 1 milhão por impor jornada de trabalho acima do limite legal e desrespeitar a concessão de descanso semanal remunerado aos vigilantes. No Pará, a Prosegur foi condenada a pagar uma indenização trabalhista de R$ 8 milhões em uma ação coletiva de 600 ex-empregados. O Cade também investiga aquisições recentes da empresa de segurança, que tem concentrado ainda mais o mercado de segurança no Brasil. 

Procurada, a Prosegur não comentou a afirmação dos agricultores de que, horas antes do ataque, um representante da Vale responsável pelas relações com a comunidade esteve com os moradores e prometeu que tudo seria resolvido de forma pacífica. A empresa também se recusou a responder se deu a ordem para o ataque do último domingo e não se pronunciou sobre os outros episódios violentos em assentamentos no sudeste do Pará.O MST afirmou, em nota, que o ataque do último domingo mostra como a violência no Pará tem sido usada como instrumento para impedir que os trabalhadores tenham direito à terra. “A paralisação da reforma agrária, a política de não assentamento das famílias acampadas e a falta de iniciativa do governo em solucionar conflitos é responsável por esse e por outros casos de conflito no campo no Brasil”. A advogada da CPT complementa que espera que a investigação identifique todos os responsáveis pela ação. “Uma violação de direitos humanos tão grave como essa não pode ficar impune”, afirma Silvério.

Esta reportagem foi realizada com o apoio da DGB Bildungswerk, no marco do projeto PN: 2017 2606 6/DGB 0014, sendo seu conteúdo de responsabilidade exclusiva da Repórter Brasil

Remédio para hepatite C pode inibir replicação do novo coronavírus, diz Fiocruz


No combate à COVID-19, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram que dois medicamentos — já usados para o tratamento da hepatite C no Brasil — inibem a replicação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em experimento realizado em laboratório. Para esse estudo, foram avaliados com sucesso os antivirais daclatasvir e sofosbuvir. 
Entre eles, os experimentos identificaram que o antiviral daclatasvir tem melhor potencial para conter o desenvolvimento da COVID-19 no organismo humano. Isso porque essa medicação atuou, de melhor maneira, contra o vírus em três diferentes linhagens celulares investigadas, além de reduzir a produção de substâncias inflamatórias que são relacionadas aos casos mais graves da COVID-19.
Entenda a pesquisa

Publicada como preprint (ainda aguarda revisão de outros especialistas) na plataforma bioRxiv, a pesquisa avaliou que os dois antivirais atuam no combate ao coronavírus de forma diferente de como atuam contra a replicação do vírus da hepatite C. No entanto, a ação do daclatasvir foi mais potente que a do sofosbuvir.

Nos testes com o novo coronavírus, o daclatasvir impediu a produção de partículas virais em três linhagens celulares estudadas, incluindo as células pulmonares humanas. Além disso, as análises da Fiocruz apontaram que o daclatasvir interrompe a replicação do vírus. Em células de defesa infectadas, o fármaco também reduziu a produção de substâncias inflamatórias, que estão associadas a quadros de hiperinflamação em casos graves da COVID-19. 

Os ensaios também compararam a ação com os efeitos de outros medicamentos. Por exemplo, o daclatasvir foi de 1,1 a 4 vezes mais eficiente do que a cloroquina e a combinação de lopinavir e ritonavir. O medicamento para hepatite C também superou o atazanavir, outro medicamento que tinha sido testado anteriormente pelos cientistas.

“Esses resultados sugerem fortemente que o daclatasvir, devido a seus efeitos anti-Sars-CoV-2 e anti-inflamatórios, pode trazer benefícios para pacientes com COVID-19”, aponta o pesquisador Thiago Moreno, responsável pelo estudo.
Reposicionamento

“O reposicionamento de medicamentos é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maneira mais rápida de identificar candidatos ao tratamento da COVID-19. Considerando que os antivirais de ação direta contra o vírus da hepatite C estão entre os mais seguros, nossos resultados indicam que estes fármacos, em especial o daclatasvir, são candidatos para a terapia, com potencial para ser imediatamente incorporados em ensaios clínicos”, afirma Thiago sobre a pesquisa.

Na publicação dos resultados, os autores alertam para os riscos da automedicação, já que o medicamento precisa de prescrição médica. Outro ponto é que, agora, testes em pacientes são fundamentais para avaliar a real eficácia de terapias contra a COVID-19. 

Esse trabalho foi liderado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação dos Laboratórios de Imunofarmacologia e de Pesquisa sobre o Timo do IOC.

Aplicação de vacina contra Covid-19 no Brasil começará por grupos de risco

Governo produzirá dois lotes com 15,2 milhões de doses cada, em dezembro de 2020 e janeiro de 2021

 Enfermeira aplica dose em paciente
Avacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, será aplicada inicialmente em pessoas que pertencem ao grupo de risco da doença, como idosos e pacientes com comorbidades. Grupos de maior exposição ao vírus também serão vacinados na primeira fase.
Pelo acordo, o governo produzirá dois lotes com 15,2 milhões de doses cada, em dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Depois, dará início à produção de 70 milhões de doses com insumos fabricados em território brasileiro, mediante a transferência de tecnologia. O custo estimado é de US$ 2,30 por dose.


Segundo o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correa de Medeiros, com 100 milhões de vacinas, seria possível imunizar todos os idosos, pessoas com comorbidade, profissionais de saúde, professores, indígenas, detentos e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, além de profissionais de segurança pública e resgate, e motoristas do transporte público.

“A nossa parceria é uma encomenda de tecnologia e existe um risco associado a ele. O mundo inteiro está testando e avaliando a eficácia dessa vacina. Se ela não se apresentar eficiente, teremos um avanço tecnológico, mas, obviamente, não iremos aplicar na população algo que não existe eficácia comprovada”, afirmou o secretário-executivo do ministério, Elcio Franco.

Com a parceria, o Brasil assume financeiramente os riscos de a vacina não apresentar a devida eficácia na imunização contra o coronavírus. Os exames em laboratório, entretanto, foram promissores; e a vacina já está apta a ser testada em seres humanos.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Membros do MP são orientados a respeitar decisões sobre políticas públicas

O Conselho Nacional do Ministério Público recomendou aos promotores e procuradores que respeitem a autonomia de gestores na elaboração de políticas públicas. Se não houver consenso científico sobre uma questão, cabe ao administrador escolher uma das medidas disponíveis. Nesse cenário, o MP deve respeitar a decisão e não atuar para modificá-la.CNMP orienta que promotores e procuradores respeitem políticas públicas

A orientação consta da Recomendação Conjunta do presidente do CNMP e do corregedor nacional do MP 2/2020, publicada na sexta-feira (19/6). No texto, é recomendado que os membros do MP evitem invadir as atribuições de outros órgãos — inclusive dentro da própria instituição.

A recomendação também diz que o MP, na fiscalização dos gestores, deve exigir transparência e probidade nos atos. Além disso, o órgão tem que supervisionar a alimentação dos sistemas que integram a política pública, com o fim de permitir que ela seja baseada em dados confiáveis.

Os integrantes do MP ainda são orientados a ampliar o diálogo entre instituições e a agir com critério e racionalidade no exercício do poder requisitório, para permitir que os gestores mobilizem seus esforços para a concretização de políticas públicas, não para a elaboração de respostas.

Clique aqui para ler a recomendação

“Era o sonho dele, e agora só sobrou a dor”, diz mãe de paraquedista morto

A mãe do paraquedista Pedro Lucas Ferreira Chaves, de 19 anos, falou sobre a morte do filho após o enterro dele no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Uol, Alynne Soares, de 36 anos, afirmou que o sonho do filho era ser paraquedista.


“Meu filho estava cheio de vida, alegre, feliz de ter conseguido entrar na Brigada. Era o sonho dele, e agora só sobrou a dor”, afirmou ao Uol.

O soldado Pedro morreu no sábado (20) após sofrer um acidente durante o lançamento de paraquedistas na Base Aérea dos Afonsos. De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), o jovem ficou preso à aeronave e, após os procedimentos de emergência, a abertura do paraquedas do militar não ocorreu adequadamente.

Com a queda, Pedro sofreu ferimentos graves, foi socorrido e levado ao Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), na Vila Militar. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos.
Presidente participou de velório

O velório do paraquedista foi realizado no domingo (21) e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro. “Recebi com muito carinho a presença do Bolsonaro no velório do meu filho. O Bolsonaro se emocionou durante as homenagens. Mas eu entreguei o meu filho vivo, para realizar o sonho dele de ser paraquedista. E eles me devolveram meu filho morto. Vou ter que conviver com essa dor o resto da vida. Não é justo”, afirmou a mãe de Pedro .

“Ele disse que sentia muito e, enquanto eu chorava, pediu que eu orasse para que o espírito do meu filho estivesse num bom lugar. Mas é muito difícil”, disse em entrevista ao Uol.

Em sua carreira no Exército, o presidente foi membro da Brigada de Infantaria Paraquedista.“A sua dor é a dor de todos nós. Temos a certeza que o Deus pai todo misericordioso já o acolheu”, disse Bolsonaro.

“Levo parte da sua dor comigo. Sou pai de cinco filhos e peço a Deus que não passe por um momento como a senhora (mãe), seu marido, padrasto e esposo, avô e demais familiares estão vivendo no momento”, continuou o presidente para os parentes do paraquedista.

Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar as circunstâncias em que ocorreu o acidente. Ainda segundo o Comando Militar do Leste, está sendo prestado todo o apoio psicológico e religioso à família do militar. “Os integrantes do Comando Militar do Leste e da Brigada de Infantaria Pára-quedista sentem-se consternados pela perda e rogam a Deus pelo conforto da família enlutada”, diz a nota do CML.

Por que esta semana é crucial para as eleições municipais de 2020

O Congresso Nacional deve começar a decidir nesta semana a respeito do possível adiamento das eleições municipais de 2020 - quando serão escolhidos os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das 5.570 cidades do país.
O mais provável é que o pleito seja postergado em algumas semanas, mas aconteça ainda em 2020.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu colocar em votação nesta terça-feira (23) uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições municipais deste ano.
Um texto sobre o assunto está sendo preparado pelo relator do tema no Senado, o líder da bancada do PDT, Weverton Rocha (MA). Ele propõe que as eleições aconteçam nos dias 15 e 29 de novembro.
Como toda proposta de emenda à Constituição, o adiamento das eleições precisa ser votado em dois turnos em cada Casa do Legislativo. Segundo Davi Alcolumbre, o objetivo é realizar os dois turnos de votação no Senado já nesta semana. Se aprovado, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.
O consenso entre os epidemiologistas ouvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de que seria melhor adiar a data das eleições em algumas semanas - para novembro ou dezembro.
Durante o fim de semana, líderes de bancadas na Câmara se reuniram com Weverton Rocha para tratar do assunto.
Apesar disso, há resistência ao adiamento: na maioria, os prefeitos que vão disputar a reeleição são contra, e muitos deputados federais de partidos do chamado "centrão" também não querem adiar o pleito.
Na tarde desta segunda-feira (22), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, participará de uma sessão no Senado para debater o assunto e apresentar o ponto de vista da Corte - a decisão final cabe aos congressistas.
Esta é pelo menos a segunda vez que Barroso participa de discussões sobre este tema com os políticos.
Como toda Proposta de Emenda à Constituição, o adiamento das eleições precisa ser votado em dois turnos em cada Casa do Legislativo. Segundo Davi Alcolumbre, o objetivo é realizar os dois turnos de votação no Senado já nesta semana. Se aprovado, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.

Apoio no Senado, resistência na Câmara


Ao longo da semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), expressou dúvidas sobre se o adiamento das eleições teria os votos necessários para passar pela Câmara - como toda PEC, a medida precisaria do "sim" de 308 dos 513 deputados.
"Hoje, eu vejo assim: o Senado tem uma maioria para aprovar. A Câmara ainda está muito dividida e acho que hoje ainda não tem número para isso", disse Maia, na quinta-feira (18).
Maia atribuiu a resistência na Câmara à pressão dos prefeitos contra o adiamento.
Manter a data atual, com o primeiro turno ocorrendo em 4 de outubro, beneficia quem já está no cargo e vai disputar a reeleição. Os incumbentes já são conhecidos pelo eleitorado e, a princípio, largam na frente em um cenário com o tempo de campanha encurtado pela pandemia.
A maior resistência a mudar as datas da eleição está hoje entre os partidos do "centrão" - no jargão da política, o termo é usado para referir-se a partidos conservadores sem orientação ideológica clara, que costumam busca proximidade com o Executivo em troca de cargos e outras benesses.
"Os médicos não provaram nada. Não há dados confiáveis que exijam a mudança de data (das eleições). Tem mais aglomeração numa fila da Caixa Econômica Federal para sacar os R$ 600 do que numa fila de eleição", disse o vice-presidente da Câmara e presidente do Republicanos (antigo PRB), Marcos Pereira (SP), ao jornal Valor Econômico.
Pereira é um dos principais caciques do "centrão" na Câmara.
Questionado pela reportagem da BBC News Brasil, o vice-presidente da Câmara reiterou a posição e enviou um texto no qual defende a manutenção da data original, desde que observadas medidas de segurança, como a ampliação do horário de votação.
Rodrigo MaiaDireito de imagemMICHEL JESUS/ CÂMARA DOS DEPUTADOS
Image caption'O Senado tem uma maioria para aprovar. A Câmara ainda está muito dividida e acho que hoje ainda não tem número para isso', disse Maia
Apesar disso, os líderes de algumas das maiores bancadas da Câmara defendem o adiamento das eleições. É o caso do petista Enio Verri (PR), e do tucano Carlos Sampaio (SP), entre outros.
"A nossa posição é respeitar a orientação dos sanitaristas. Na reunião que nós tivemos no TSE, os sanitaristas provaram que o risco da votação em 4 de outubro era muito mais alto. Portanto, nós concordamos com a alteração para novembro. Não vemos nisso nenhum problema", disse Verri à BBC News Brasil, acrescentando que a bancada do PT se reunirá para tirar uma posição definitiva na terça.

Epidemiologistas são favoráveis ao adiamento

No começo de abril, o TSE criou um grupo de trabalho para avaliar os impactos da pandemia do novo coronavírus sobre o calendário eleitoral de 2020. O tribunal também está sendo assessorado por alguns dos principais epidemiologistas e biólogos do país.
Participam do grupo o doutor em virologia e divulgador científico Atila Iamarino; o médico infectologista David Uip; a médica sanitarista Ana Freitas Ribeiro, da iniciativa independente Observatório Covid-19 BR; e o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo (USP), entre outros.
Dos integrantes desse grupo, a maioria defende o adiamento das eleições por algumas semanas - além de outras medidas.
"O consenso dos epidemiologistas (ouvidos pelo TSE) é que fazer um pouco mais para a frente seria bom, para dar mais tempo de ter algum controle e para o preparo acontecer. Por 'mais pra frente', entenda-se novembro ou dezembro", relata Atila Iamarino à BBC News Brasil. A opinião pessoal de Atila é um pouco diferente, no entanto.
Plenário da Câmara dos Deputados realiza votações virtuais na pandemia de covid-19Direito de imagemNAJARA ARAUJO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Image captionA maior resistência a mudar as datas da eleição está hoje entre os partidos do chamado 'centrão'
"A primeira coisa que teve de ficar clara, e que a gente vai ter que falar pra todo mundo, é que não é exatamente a época do ano em que a eleição acontece. Adiar a eleição por motivo da epidemia não deve fazer grande diferença; o que deve fazer grande diferença é o controle que a gente precisaria ter da epidemia até lá", diz Atila.
"(Em relação à) pandemia, faria mais diferença a política de controle, que a gente não tem tido até aqui, do que qualquer outra coisa", diz ele.
Para o epidemiologista Paulo Lotufo, o ideal seria adiar ainda mais as datas do que a proposta em tramitação no Senado - jogando o primeiro turno para 29 de novembro, e o segundo para 13 de dezembro.
"Será o mais prudente. (Além disso), aumentar o tempo de votação para 12 horas. O ministro Barroso foi hábil em apresentar uma janela entre 15 de novembro e 20 de dezembro", disse Lotufo à BBC News Brasil.
O pesquisador diz ainda que não faz grande diferença reduzir a idade mínima para voto facultativo para pessoas mais velhas - a ideia chegou a ser aventada, mas enfrenta forte resistência entre os políticos. "Eu não vou opinar nem a favor nem contra o voto facultativo para maiores de 60 anos porque, do ponto de vista epidemiológico, será ação de pouca relevância", diz.
Mudança para agradar prefeitos
O relator do texto no Senado, Weverton Rocha, disse que seu texto incluirá um adiamento de todos os prazos do calendário eleitoral - ao contrário da resolução atual do TSE sobre as eleições, que manteve a maioria das datas. Esta seria uma forma de reduzir as resistências de prefeitos, disse Rocha à BBC News Brasil.
"Na verdade, os prefeitos estão muito preocupados em prorrogar as eleições e os prazos (do calendário eleitoral) continuarem os mesmos. Ou seja, você cria um Frankenstein na campanha. Você faz uma convenção (partidária) agora e não pode fazer campanha? Só vai fazer depois de 45 dias? Realmente não tem sentido. Então uma das coisas que eu estou trabalhando é prorrogar tudo que está a vencer de prazo. Jogar para a frente", explica Rocha.
O líder do PDT no Senado cita como exemplos os prazos para escolha de candidatos e também para a transferência de dinheiro dos Estados e da União para os municípios, via convênio - este tipo de recurso não pode ser usado durante o período eleitoral. "Com isso, o prefeito continua trabalhando, e só trata da eleição lá na frente. Aí fica mais fácil", diz.
"Pessoalmente, eu não adiaria a eleição. Agora, você não pode ser irresponsável e levar para um debate desse a opinião pessoal. Eu prefiro ouvir a ciência e ouvir quem entende. Então, se os médicos, os cientistas, os infectologistas estão dizendo que é perigoso (manter), quem sou eu para dizer que estamos certos?", pondera Rocha.
Segundo o cientista político Bruno Carazza, o uso massivo da internet nas últimas eleições, em 2018, sugere que talvez a campanha "tradicional" tenha um peso menor também este ano - por isso, a vantagem dos prefeitos que vão tentar a reeleição talvez não seja tão grande.
"A gente não sabe até quando as pessoas vão ficar sem sair às ruas, e de que forma isso vai afetar os comícios; os balançadores de bandeiras nos semáforos. Vai ser uma dinâmica diferente, nestas eleições", diz ele.
"As pessoas que estão no cargo levam vantagem se a gente pensar nesse modelo antigo de campanha. Diria que eles teriam vantagem nesse cenário, mas, agora, acho que a coisa muda um pouco de figura (...) Teremos muito dinheiro na campanha este ano, e muita gente vai colocar o dinheiro no digital. E aí, acho que tem o risco de ainda mais disseminação de 'fake news', de personalidades dos meios digitais se tornando competitivas e fazendo pressão em cima dos prefeitos e vereadores que já estão lá", diz Carazza à BBC News Brasil.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

'Meu pai é burro!', afirma filha de Queiroz; ele 'não fecha a boca', diz esposa

Em conversas por mensagem às quais o
 Ministério Público do Rio teve acesso, a filha e a mulher de Fabrício Queiroz criticam o fato de o pai ainda continuar tentando participar da política mesmo sendo o principal alvo da investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Nathalia Queiroz, a filha, diz que o pai é burro. Márcia Oliveira Aguiar, a mulher, questiona quando ele vai fechar "o c...... da boca dele".
As conversas estão citadas na decisão judicial que autorizou a prisão de Queiroz na manhã desta quinta-feira, 18, obtida pelo Estadão. Ambas também são investigadas, e Márcia chegou a ser alvo de mandado de prisão, mas está foragida.

Ao encaminhar para Márcia uma reportagem do jornal O Globo que mostrava um áudio de Queiroz falando sobre cargos em Brasília, em outubro do ano passado, Nathália escreveu: "Meu pai não se cansa de ser burro né?"

Márcia respondeu: "Cara, é f...! Não sei cara, quando é que teu pai vai aprender a fechar o c...... da boca dele? Eu tô cansada!"
As conversas não pararam por aí. Nathália, inconformada com a suposta "burrice" do pai, voltou a mandar textão para a mulher dele, que não é sua mãe.

"Márcia, eu vou te falar. De coração. Eu não consigo mais ter pena do meu pai, porque ele não aprende. Meu pai é burro! Meu pai é burro! Ele não ouve. Ele não faz as coisas que tem que fazer. Ele continua falando de política. Ele continua se achando o cara da política." Ela diz ainda que, sempre que o encontra, Queiroz insiste em falar em política e nomeações. "Quando tá tudo quietinho. Tudo quietinho. Aí vem uma bomba. E vem a bomba vindo do meu pai, né? Pra piorar as coisas, pros advogados do 01, todo mundo fica puto, revoltado. Com certeza todo mundo vai comer o c. dele falando", emendou em possível referência aos advogados de senador Flávio Bolsonaro, o "01", como o próprio Bolsonaro costuma se referir ao filho mais velho.

Na mesma conversa, Márcia chega a comparar o marido a um "bandido que tá preso dando ordens", em alusão a criminosos que continuam comandando facções mesmo dentro da cadeia.

Queiroz, por sua vez, reclama de traição ao citar o áudio vazado para a imprensa. Ele afirma que já sabia para quem tinha mandado a mensagem em que cita os "mais de 500" cargos disponíveis em Brasília.

Jornalista da Globonews comete gafe durante link ao vivo

A repórter acabou se irritando com uma falha técnica na transmissão.


A transmissão do jornal matinal da GloboNews, exibida na última quinta-feira (18), acabou sendo marcada por um climão entre as jornalistas. Tudo começou quando a repórter Cecília Flesh foi chamada para um link ao vivo

Ela entrou para atualizar as notícias sobre o caso Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro que foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo. Entretanto, ocorreu uma falha de comunicação com o estúdio e a profissional acabou se irritando.

Cecília virou-se de costas para a câmera e assim permaneceu até que as âncoras do jornal a perguntaram se ela estava ouvindo. Passado algum tempo, a repórter explicou que estava escutando e divulgou às informações. 

PRISÃO DE QUEIROZ 

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia (SP), em uma ação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e Ministério Público de São Paulo.

Queiroz foi localizado em um imóvel pertencente a Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro e seu filho Flavio.

A prisão do ex-assessor é preventiva. Policiais também realizaram busca e apreensão no local e em um imóvel ligado a Bolsonaro.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que participou da prisão, disse que o caseiro informou que Queiroz já estava no imóvel há cerca de um ano.

Segundo ele, Queiroz estava sozinho e não resistiu, apenas informou que estava um pouco doente. O ex-assessor trata de um câncer.

Fabrício Queiroz foi levado para o Palácio da Polícia, no centro de São Paulo, para realizar todos os procedimentos legais, mas deve ser transferido para o Rio de Janeiro ainda nesta quinta-feira (18).

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Nova Fiat Strada 2021 veja fotos e detalhes

Com caçamba maior, variante será oferecida em duas versões


A nova Fiat Strada 2021 finalmente foi mostrada mas, como é de praxe, a fabricante focou muito mais na versão topo de linha, sem mostrar a opção de entrada. E, neste caso, quem ficou de fora foi a variante com cabine simples. Só que agora ela já aparece no site especial da picape em algumas fotos, e Motor1.com teve acesso a mais alguns detalhes sobre o modelo.

Os clientes que desejam uma picape compacta voltada ao trabalho irão encontrar a nova Fiat Strada 2021 Cabine Simples em duas versões. A mais básica é a Endurance 1.4, que será a mais barata da linha (e que também será oferecida com cabine dupla), enquanto a opção mais cara será a Freedom 1.3. A configuração Volcano sempre será vendida apenas com cabine dupla E vale citar que a Fiat manterá a Strada antiga com cabine simples em versão Working para atender basicamente ao mercado frotista.

Galeria: Fiat Strada 2021 Cabine Simples
A Strada Cabine Simples mede 4,474 metros de comprimento, 1,732 m de largura, 1,608 m de altura e tem um entre-eixos de 2,737 m. É apenas 6 mm mais curta e 13 mm mais alta do que a picape com cabine dupla. Em comparação à Strada Working da geração passada, a nova é 36 mm mais longa, 68 mm mais larga, 18 mm mais alta e tem um entre-eixos 19 mm maior.

Uma das mudanças pode ser vista na caçamba, que está mais profunda para aumentar a capacidade de 1.220 litros para 1.354 litros. Também aumentou o peso máximo de carga, de 705 kg para 720 kg. A caçamba mede 1,71 metros de comprimento, 3 cm mais do que a geração anterior. O acesso é feito por uma tampa de abertura vertical, que ganhou amortecimento para reduzir em 60% o esforço de abrir e fechar.

Na parte mecânica, a versão Endurance usa o velho conhecido 1.4 Fire EVO de 88 cv a 5.750 rpm e 12,5 kgfm a 3.500 rpm (com direção hidráulica), enquanto a variante Freedom adota o 1.3 Firefly de 109 cv a 6.250 rpm e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm (com direção elétrica). Em ambos os casos, o câmbio é o manual de 5 marchas. Embora a Fiat não esconda que quer colocar o 1.0 Firefly turbo na picape, este motor deve ser usado somente nas versões mais caras com cabine dupla, inclusive numa futura variante com câmbio automático.

Veja versões e equipamentos da Fiat Strada 2021 Cabine Simples:

Strada Endurance 1.4: controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas, ar-condicionado, direção hidráulica, preparação para som, direção com ajuste de altura, computador de bordo, iluminação diurna DRL, protetor de caçamba, iluminação de caçamba, porta-escada, para-choques sem pintura e rodas de aço aro 15" com calotas. Preço estimado: R$ 65.000.

Strada Freedom 1.3: Endurance + direção elétrica, banco do motorista com ajuste de altura, travas, vidros e retrovisores elétricos, faróis de neblina, para-choques, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, rádio com porta USB frontal, rodas de liga aro 15", alça para o passageiro, display digital de 3,5" para o computador de bordo e sensor de pressão dos pneus. Preço estimado: R$ 75.000.