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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mercado nacional de motocicletas ladeira abaixo


Diferentemente do mercado de automóveis, que contabilizou recordes de produção e vendas sucessivos nos últimos meses em função da redução da alíquota do IPI, o segmento de motocicletas amarga expressivas quedas causadas pelas restrições ao crédito. Cerca de 80% das negociações são compras parceladas, de financiamentos ou consórcios. A mudança nas exigências por parte das instituições financeiras para comprovação de renda atingiu diretamente as classes C, D e E, maiores consumidoras de motocicicletas e estrangulou o mercado. Segundo dados da Abraciclo, a associação que reúne os fabricantes de Motocicletas,  uma queda de 13% foi registrada no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. A baixa nos emplacamentos também derrubou a produção. Em setembro foram fabricadas 26,5% menos motos do que em agosto – foram 130.940, ante 178.084. Em relação a setembro de 2011, quando 187.475 motos saíram das fábricas, a redução chega a 33%.
 
José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Abraciclo, confirma o problema de falta de crédito: “Apesar da dificuldade na liberação de crédito, há demanda por parte do comprador. No entanto, apenas os consumidores que atendem às atuais exigências é que conseguem efetivar a compra. Outra opção é o consórcio”. Segundo a entidade, 2012 deve fechar com cerca de 46% das motos vendidas através de financiamento. O problema é tão segmentado que a fatia de motos de luxo, com preços acima dos R$ 40 mil, pouco foi abalada pelas mudanças nas regras de cobrança. "Do total de financiamentos solicitados atualmente, apenas 18% são aprovados pelas instituições financeiras", explica Orlando Leone, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças. Por enquanto, ainda é preciso dar o mínimo de 20% do valor da motocicleta de entrada, com o restante financiado em, no máximo, 36 meses – o prazo antigo era de 48 meses.
 
Uma das alternativas para a crise no setor é a criação de linhas específicas de crédito para a aquisição de motocicletas. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal anunciaram a redução nos juros dos financiamentos para tentar contornar o problema. Desde o começo de outubro, a taxa mínima passou a ser de 1,28% no Banco do Brasil – antes era 1,34% – para motos acima de 150 cilindradas. As mudanças foram permitidas pela série de reajustes promovidos pelo Banco Central durante o mês de setembro, como a redução da taxa básica de juros para 7,5%, para estimular o crescimento da economia e diminuir os efeitos da crise mundial. A Caixa fez uma parceria com o banco Panamericano e criou o programa "Melhor de Moto Nova", que passa a financiar até 100% do valor da motocicleta, mas mantém em 36 meses o prazo do empréstimo e os juros em 2,1%.
 
Além disso, outras medidas mais simples, como o preenchimento correto das fichas de cadastro, podem facilitar a aprovação do crédito. "Nossas associadas estão desenvolvendo estratégias para melhorar a qualidade de elaboração e preenchimento das propostas, buscando uma diminuição na recusa", conta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. A ideia é tentar ao menos duplicar as aprovações, chegando a 40% do total. "Ainda assim, o perfil padrão do comprador de motocicleta sofre diretamente o impacto da seletividade", completa Fermanian. Por enquanto, a dificuldade de comprovação de renda ainda é um impasse para o público médio de motocicletas.
 

Entre janeiro e setembro desse ano, praticamente nenhum modelo obteve crescimento nas vendas. Segundo dados da Fenabrave, ainda que a participação no mercado não tenha mudado, a Honda – responsável por 79% das motos vendidas no Brasil – caiu de cerca de 1,3 milhão de motocicletas emplacadas em 2011 para 987 mil no mesmo período desse ano. Enquanto isso, a Dafra caiu de 35 mil para 26 mil motos vendidas. Ao que tudo indica, carros e motos andam em direções opostas na hora de fechar negócio.

Fonte: CNM/CUT 

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