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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Negro recebe salário 36,1% menor, aponta pesquisa do Dieese

Um trabalhador negro recebe em média um salário 36,11% menor que um trabalhador não negro, de acordo com o estudo "Os Negros no Mercado de Trabalho", divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 
"Os negros recebem menos em qualquer comparação que se faça, seja por setores de atividades, seja por escolaridade", disse a economista Lúcia Garcia e coordenadora de pesquisa sobre emprego e desemprego do instituto de pesquisa. 
As informações analisadas foram apuradas pelo Sistema Pesquisa Emprego e Desemprego (Sistema PED), realizado por meio do convênio que envolve o Dieese, a Fundação Seade, o Ministério do Trabalho e parceiros no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP). 
Segundo a pesquisa, que analisou o biênio 2011-2012, nas regiões metropolitanas acompanhadas pelo Sistema PED, praticamente a metade dos ocupados era negro (48,2%), porém suas remunerações por hora, em média, ficavam limitadas a 63,89% do ganho-hora dos não negros. "E o leque da desigualdade se abre mais quanto maior é a escolaridade", afirmou Lucia. 
O rendimento médio real por hora dos não negros ocupados na indústria de transformação no biênio 2011-2012, por exemplo, foi de R$ 29,03 para aqueles que têm ensino superior, enquanto o de negros na mesma condição foi de R$ 17,39. A diferença era menor, embora desvantajosa sempre para os negros, no caso daqueles que tinham ensino médio (R$ 9,56 para não negros e R$ 7,13 para negros), fundamental completo (R$ 6,76 contra R$ 5,77) e fundamental incompleto (R$ 6,46 contra R$ 5,27). 
Além disso, os negros têm mais dificuldades de chegar a cargos de direção e planejamento nas empresas. No caso de São Paulo, por exemplo, apenas 5,7% dos negros ocupavam esses cargos no biênio 2011-2012 ante 18,1% dos não negros. Os negros, porém, eram 61,1% em cargos de execução e 24,7% nos de apoio, na comparação com 52,1% e 23,3% dos não negros, respectivamente. "O negro não só enfrenta seletividade no trabalho como enfrenta obstáculos que o direcionam para empregos de menor qualificação", disse Lucia. "A discriminação no Brasil é uma constante." De acordo com o levantamento, 58,7% dos ocupados negros se encontram na construção e 43,3% nos serviços, além de 48,4% no comércio e 47,8% na indústria. 
O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos. 

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