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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Brasil tem a terceira maior taxa de roubos da América Latina, diz Pnud

O Brasil tem a terceira maior taxa de roubos registrada na América Latina, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre a violência na região divulgado nesta terça-feira (12). Dados de 2011 utilizados pelo relatório apontam uma taxa de roubos a cada 100 mil habitantes no Brasil de 572,7. Entre os 18 países analisados, apenas Argentina (973,3 roubos a cada 100 mil habitantes) e México (688 a cada 100 mil habitantes) registraram números maiores.
O relatório ressalta que as taxas podem ser ainda mais elevadas, visto que muitos roubos não são reportados às autoridades. Todos os países possuem uma taxa de vitimização (número de pessoas que se disseram vítimas de roubos em pesquisas realizadas entre a população) muito maior que os dados oficiais.
Dezoito países tiveram dados analisados: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Nem todos forneceram ao Pnud dados de 2011 - no caso da Argentina, por exemplo, os números são de 2008.
O estudo aponta que, de maneira geral, os crimes cometidos e a insegurança sentida pela população nos países da América Latina impedem a região de obter um maior desenvolvimento econômico e humano. Dos 18 países analisados, 11 possuem taxas de homicídios considerada epidêmicas, incluindo o Brasil - a taxa brasileira, de 21 homicídios a cada 100 mil habitantes, é maior que a de Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Costa Rica, Nicarágua e Paraguai (na maior parte dos países, com exceção da Argentina, os dados referem-se principalmente ao ano de 2011).
Segundo o relatório, apesar de os países da América Central e do Sul terem passado por uma grande expansão econômica na última década, no mesmo período foi registrada também uma expansão do crime.
Entre 2000 e 2010 a taxa de homicídios cresceu 11% na região. No mesmo período, ela diminuiu ou se estabilizou na maior parte das regiões do mundo (considerando-se os locais onde há registros; a África, por exemplo, não possui dados confiáveis). O número de roubos triplicou nos últimos 25 anos na região, e de acordo com o levantamento, seis em cada dez roubos são realizados com violência na América Latina.
A percepção de segurança também piorou - cinco em cada dez habitantes dos países analisados relatam ter uma menor sensação de segurança países atualmente. Na mesma pesquisa, foi constatado que 65% da população local deixou de sair à noite devido à insegurança, e que 13% precisou mudar de bairro por se sentir ameaçado.
US$ 24 bilhões perdidos
Tudo isso implica em custos financeiros. De acordo com o Pnud, as altas taxas de crime prejudicam a economia local e impedem que os países se desenvolvam mais. Segundo o estudo, se a taxa de homicídios estivesse em níveis aceitáveis, a região poderia ter tido um Produto Interno Bruto (IB) 0,5% maior em 2009 - o que representaria um ganho potencial de US$ 24 bilhões (quase R$ 55 bilhões).
Outra forma de calcular o custo da violência é em anos de vida perdidos. Em toda a região, 331 milhões de anos de vida foram perdidos em 2009 devido aos homicídios. Caso a taxa de homicídios fosse reduzida à média mundial no Brasil, por exemplo, a expectativa de vida da população seria 11 meses maior. Na Venezuela, o crescimento seria de um ano e oito meses.
A explicação para o aumento da violência nos últimos anos na região está baseada em uma série de fatores, segundo o relatório: baixa qualidade do crescimento, instituições sociais fracas e incapacidades do Estado.
A pobreza e o desemprego sozinhos não explicam o aumento da violência - na última década, a região teve um crescimento econômico médio de 4,2%, segundo o relatório, mais de 70 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e as taxas de desemprego caíram continuamente entre 2002 e 2009.

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