Pela
segunda vez este mês, especialistas relataram que o sol entrou em um
modo extremante “silencioso” – ou seja, em baixa atividade.
As
imagens, fornecidas pela NASA, não mostram quaisquer manchas ou
atividades solares, que são sempre visíveis em sua superfície. Segundo
os astrônomos isso não é incomum pois, a atividade solar aumenta e
diminui em ciclos de 11 anos, e atualmente estamos no ciclo 24, iniciado
em 2008. No entanto, se essa tendência atual continuar, eventualmente, a
Terra poderá enfrentar uma “mini era do gelo”, de acordo com os
pesquisadores.
Essa
baixa atividade não havia sido relatada desde o ciclo 14, que atingiu
seu máximo em fevereiro de 1906. Segundo os pesquisadores, no dia 4 de
junho de 2016, o Sol ficou completamente impecável e sua atividade se
manteve baixa por cerca de quatro dias. Este período de inatividade foi
chamado de modo “cue ball”, representado por uma bola perfeitamente
lisa, como as usadas em mesas de bilhar.
O
ciclo solar anterior, de número 23, atingiu seu pico em 2000-2002,
quando foram reportadas intensas tempestades solares. Durante esse
período, chamado de Máximo Solar, foram observadas enormes manchas e
erupções solares em ocorrência diária. Em consequência disso, auroras
apareceram na Flórida e tempestades de radiação derrubaram o sinal dos
satélites.
Entretanto,
durante o Mínimo Solar, ocorre exatamente o oposto. As labaredas
solares são quase inexistentes e durante semanas não são observadas
qualquer mancha, por mais minúscula que seja, no Sol. E isto é
exatamente o que estamos experimentando agora.
Esse
mínimo de manchas solares prologadas é conhecido como Mínimo de
Maunder. Um nome utilizado para identificar o período que se iniciou em
1645 e prosseguiu até 1715, em que as manchas solares se tornaram
excessivamente raras, caracterizando uma ‘mini era do gelo’. Em
decorrência disso, nessa época, o rio Tamisa, em Londres, congelou
completamente, enquanto as geadas se tornaram comum em várias partes do
globo.
A
conexão entre a atividade solar e o clima terrestre ainda é uma área de
investigação em curso na ciência. No entanto, muitos pesquisadores
estão convencidos de que a baixa atividade solar, agindo em conjunto com
o aumento da atividade vulcânica e as possíveis mudanças nos padrões de
correntes oceânicas, desempenharam um papel muito importante no longo
inverno do século 17.
Entretanto,
um estudo realizado ano passado, e apresentado pela professora
Valentina Zharkova, durante o Encontro Nacional de Atronomia em
Llanduno, afirmou ter descoberto uma forma de prever os ciclos solares.
Segundo os pesquisadores, entre 2020 e 2030, os ciclos se anularão
mutualmente, possivelmente levando a outro Mínimo de Mauder e
caracterizando uma perda de 60% de atividade solar. O modelo também
prevê que durante o ciclo 26 (2030 – 2040) duas ondas extremamente fora
de sincronia irão causar uma queda ainda mais significativa nessa
atividade.
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