Marido presenciou quando sogra jogou combustível e ateou fogo.
Em 2015, 923 mulheres foram vítimas desse tipo de crime no país.

Mãe queimou filha Zeenat Bibi viva por se casar sem permissão no Paquistão (Foto: K.M. Chaudary/AP)
Uma mãe queimou sua filha viva nesta quarta-feira (8) por ela ter se casado sem sua permissão no Paquistão, no segundo caso dessa natureza em duas semanas no país, segundo a polícia.
Zeenat Bibi, de 17 anos, foi envolvida com querosene e queimada por sua
mãe, Perveen Bibi, em sua casa da cidade oriental de Lahore uma semana
depois que a mesma se casou sem a permissão da família, disse à Agência
Efe o porta-voz policial da área, Matloob Hussain.
O porta-voz explicou que a família pediu à vítima que retornasse à casa
após fugir com seu marido para realizar uma cerimônia matrimonial e
acabou morta.
Hassan Khan, marido da vítima, indicou à polícia que viu como vários
familiares a agarravam enquanto a mãe jogava combustível e lhe ateava
fogo.

"Ela não queria retornar para sua família porque temia que a matassem.
Mas eu dei permissão depois que um de seus tios garantiu sua segurança.
Deixei que fosse", disse Khan à televisão paquistanesa "Geo".
Há uma semana, uma professora de 19 anos foi torturada e queimada viva
por um grupo de homens após rejeitar uma proposta matrimonial do filho
do dono da escola onde ensinava na cidade de Murree, próxima à capital.
A jovem faleceu por causa dos ferimentos na quarta-feira passada, dois
dias depois da agressão, disse à Agência Efe o porta-voz policial de
Murree Mubashir Hussain Abbasi.
Os chamados "crimes de honra" são muito frequentes no Sul da Ásia e
costumam envolver homens de uma família que consideram uma afronta que
transgride a conservadora moral familiar das sociedades locais.
Em 2015, 923 mulheres foram vítimas desse tipo de crime no país,
segundo um relatório da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão
(HRCP), que adverte que esse número esconde uma realidade ainda maior
que fica fora dos registros.
A comprometida cineasta Sharmeen Obaid Chinoy ganhou neste ano seu
segundo Oscar pelo documentário em curta-metragem "A Girl in the River:
The Price of Forgiveness", que conta a história de uma sobrevivente de
um desses "crimes de honra".
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, prometeu tomar medidas
legislativas contra este tipo de crime após ver o documentário.
G1
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