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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Alheia à crise política e econômica, Petrobras reajusta preço dos combustíveis

Em decisão que conta pontos para a transparência da companhia, diesel fica 9,5% mais caro e gasolina 8,1%, nas refinarias. Empresa alega alta na cotação do barril e do dólar 
 Em linha com a política de preços para os combustíveis que criou há apenas dois meses, e alheia a um possível impacto negativo na economia e na política em momento delicado para o governo, a Petrobras acaba de anunciar reajuste de 9,5% no diesel e de 8,1% na gasolina que saem de suas refinarias.
De acordo com a empresa, a decisão foi tomada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços, na tarde desta segunda-feira (5), ao observar o aumento nos preços do petróleo e derivados e desvalorização do câmbio recente. Como “fator de conforto” para tomar a medida, a empresa diz ter identificado sinais de recuperação da economia.
Se o ajuste for integralmente repassado, calcula a empresa, o preço ao consumidor final será 5,5% mais alto no diesel, ou cerca de R$ 0,17 por litro. Na gasolina será 3,4% superior, ou R$ 0,12 por litro.
É a terceira revisão de preços que a Petrobras realiza desde que instituiu a nova política de combustíveis, e a primeira vez que promove ajuste para cima. A medida chama a atenção também porque é anunciada em meio à crise política que abate o governo de Michel Temer, denotando uma mudança em relação à política anterior, em vigor nos governos de Dilma Rousseff, em que as oscilações de preços no mercado externo não eram repassadas aos combustíveis.
Apesar de economicamente negativa, demonstra, ao menos até aqui, um esforço maior pela transparência. O represamento de preços, contrário à tendência de alta, entre 2011 e 2014, custou mais de R$ 100 bilhões à empresa e contribuiu fortemente para seu endividamento. A resistência em cortar os preços que vigorou entre 2015 e 2016, enquanto eles estavam em queda lá fora, teve um efeito positivo de arrecadar mais de R$ 40 bilhões para a empresa, mas lhe valia, igualmente, críticas por falta de transparência.
É verdade, porém, que o risco inflacionário neste momento não é tão elevado, o que reduz o impacto negativo potencial na economia, facilitando o trabalho da diretoria comandada por Pedro Parente. Há pelo menos um mês, o mercado tem reduzido as expectativas para fechamento do IPCA, índice oficial da inflação calculado pelo IBGE, tanto em 2016 quanto em 2017. Para este ano, de acordo com o boletim Focus, a expectativa de inflação caiu de 6,88% para 6,69% em 2016 e de 4,93 para 4,92% no ano que vem.
O preço do barril de petróleo no mercado internacional saiu da casa de US$ 44 para US$ 54 em pouco mais de 20 dias. O movimento de alta mais forte coincide com o anúncio, pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de corte na produção de 3,26%, como tentativa de elevar, no médio prazo, a cotação para US$ 65.

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