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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Negociações salariais: 96% dos acordos de metalúrgicos tiveram aumento real em 2012


A Subseção do Dieese da CNM/CUT e FEM-CUT/SP analisou 69 acordos firmados em todo o país. Em nenhum o reajuste foi inferior à inflação.


Sindicatos de metalúrgicos de todo o país obtiveram, nas negociações salariais de 2012, acordos bem positivos. Nenhuma negociação resultou em reajuste inferior à inflação e, em 96% delas, os trabalhadores conquistaram aumentos reais. Na média, os salários tiveram 2,19% de aumento acima da inflação oficial (INPC-IBGE). Foi um dos melhores resultados dos últimos anos, apesar da economia ter andado mais lentamente em função da crise internacional.

Os dados foram apurados pela Subseção do Dieese da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e da Federação de Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP, que analisou 69 convenções coletivas de trabalho assinadas por sindicatos de metalúrgicos no ano passado.

E, ao contrário do que vinha ocorrendo, o aumento real dos trabalhadores com datas-base no primeiro semestre foi ligeiramente superior ao do conquistado nas datas-base do segundo semestre, de 2,32% contra 2%, na média (ver na Tabela 2 abaixo).

Segundo os economistas da Subseção do Dieese, Rafael Serrao e André Cardoso, este dado é atípico, visto que historicamente o segundo semestre apresenta índices de ganhos reais maiores que o primeiro, geralmente em função do cenário positivo causado pelo aquecimento econômico de final de ano.

Eles avaliam que estes resultados podem ser explicados pela dinâmica da economia em 2012, momento no qual o reflexo da crise econômica internacional no Brasil foi claro: o PIB brasileiro registrou uma evolução de apenas 0,9% e a indústria de transformação foi a que apresentou os piores resultados, com uma queda de 2,5%, mesmo com as diversas medidas apresentadas pelo governo federal.

Mas no primeiro semestre ainda havia a expectativa da retomada do nível de atividade econômica nos meses subsequentes (que acabou não se concretizando), o que garantiu ganhos reais maiores que no segundo semestre.

Apesar disso, as negociações salariais referentes a 2012 obtiveram um dos melhores resultados dos últimos anos, com um crescimento de 1,45% comparado ao ano de 2011, atingindo patamares semelhantes ao ano de 2010 (veja na Tabela 1).

Na Tabela 1, é possível ainda observar o crescimento da proporção de reajustes salariais nas faixas de maiores ganhos reais no período analisado. Em 2008, os aumentos reais se concentraram nas faixas de ganho de 1,01% a 3% acima do INPC-IBGE (66,6% dos reajustes analisados). Em 2012, as faixas de 1,01% a 3% acima do INPC-IBGE tiveram uma concentração ainda maior de reajustes (84% dos reajustes analisados). Esse crescimento é devido, principalmente, ao aumento do número de reajustes na faixa de ganho entre 2,01% e 3%.

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