A proposta foi apresentada nesta quarta (12) pelas entidades na segunda etapa do workshop da Coordenação Sistêmica de Condições e Relações de Trabalho do Plano Brasil Maior.
divulgação
O presidente da Confederação Nacional dos
Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, o Paulão, e o secretário geral da
CUT Nacional, Sérgio Nobre, propuseram ao governo e aos empresários, nesta
quarta-feira (12), a criação de um sistema de proteção ao emprego em períodos de
crise econômica. A proposta foi feita durante a continuação do workshop sobre
Mercado de Trabalho promovido pela Coordenação Sistêmica de Condições e Relações
de Trabalho do Plano Brasil Maior. Paulão é um dos representantes da CUT nesta
Coordenação.
De acordo com Sérgio Nobre, a proposta que a CUT
está levando é a de que o Brasil adote um modelo de proteção ao emprego
semelhante ao existente na Alemanha. “Em períodos de crise, os trabalhadores
alemães têm assegurado o seu trabalho, às vezes com redução de jornada, e os
salários são subsidiados pelo governo por um período de até 48 meses”, explicou
o secretário geral da CUT, dizendo que as crises econômicas são cíclicas no
mundo e duram no máximo dois anos. E, quando elas acontecem, o trabalhador acaba
sendo o maior prejudicado, com o desemprego.
Ele avalia que a criação de um sistema no Brasil
interessa também aos empresários e ao governo. No primeiro caso, porque, em
momentos de crise, as empresas optam por conceder férias coletivas, licença
remunerada e utilização do banco de horas para os seus fiuncionários. “Mas,
depois disso, se a crise persistir, a demissão sempre acaba acontecendo”,
prosseguiu Nobre, lembrando que a dispensa significa custos para as empresas,
com as verbas indenizatórias.
Ainda segundo ele, para o governo as demissões
também custam, com o pagamento do FGTS e do seguro desemprego e com os reflexos
na economia, porque o consumo diminui e a crise pode se aprofundar. “Demissão
não é bom para ninguém. Para as empresas, além dos custos ao demitir, elas
também terão custos ao contratar novamente, porque terão de investir na
qualificação dos trabalhadores. Para elas, é interessante segurar a mão de obra
qualificada. Já para o governo, desemprego gera pessimismo na economia e tem um
custo político alto, porque a popularidade dos governos caem”, destacou o
dirigente da CUT.
O presidente da CNM/CUT disse que esta proposta
será detalhada a partir de conversas com as duas outras centrais sindicais
presentes no workshop, a NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) e a CTB
(Central dos Trabalhadores do Brasil). “Entendemos que há maturidade suficiente
nas relações entre trabalhadores, governo e empresários para viabilizar este
sistema de proteção. E ele não será impostivo ao trabalhador ou ao seu sindicato
representativo. O sistema poderá ser aceito ou não por eles nos períodos de
crise”, afirmou Paulo Cayres.
O trabalho na Coordenação
Sistêmica
A primeira etapa do workshop aconteceu no dia 21 de novembro e três temas estão sendo debatidos nesse processo: geração de empregos, formalização e rotatividade. Em cada um dos temas, são avaliadas polícas e programas do governo, estudos de organismos como o Dieese e propostas das bancadas dos trabalhadores e dos empresários. “A intenção é a de se criar consensos sobre os temas para que eles sejam incorporados no Plano Brasil Maior”, explicou Paulão.
A primeira etapa do workshop aconteceu no dia 21 de novembro e três temas estão sendo debatidos nesse processo: geração de empregos, formalização e rotatividade. Em cada um dos temas, são avaliadas polícas e programas do governo, estudos de organismos como o Dieese e propostas das bancadas dos trabalhadores e dos empresários. “A intenção é a de se criar consensos sobre os temas para que eles sejam incorporados no Plano Brasil Maior”, explicou Paulão.
A Coordenação Sistêmica de Condições e Relações
de Trabalho é a única tripartite no âmbito do Plano Brasil Maior. Além dela, há
mais oito coordenações sistêmicas, todas com representação governamental e de
instituições estatais, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social).
O que é o PlanoO Plano
Brasil Maior é a política industrial, tecnológica e de comércio exterior do
governo Dilma Rousseff. Ele foi lançado em agosto de 2011 num momento conturbado
da economia mundial, com o objetivo de sustentar o crescimento econômico
inclusivo num contexto econômico adverso e sair da crise internacional em melhor
posição do que entrou. O principal foco é buscar a inovação e o adensamento
produtivo do parque industrial brasileiro, objetivando ganhos sustentados da
produtividade do trabalho.
“A estabilidade monetária, a retomada do
investimento e crescimento, a recuperação do emprego, os ganhos reais dos
salários e a drástica redução da pobreza criaram condições favoráveis para o
país dar passos mais ousados em sua trajetória rumo a um estágio superior de
desenvolvimento”, avalia o documento de criação do Plano.
Desde o seu anúncio, o Plano tem adotado medidas
de desoneração dos investimentos e das exportações para iniciar o enfrentamento
da apreciação cambial, de avanço do crédito e aperfeiçoamento do marco
regulatório da inovação, de fortalecimento da defesa comercial e ampliação de
incentivos fiscais e facilitação de financiamentos para agregação de valor
nacional e competitividade das cadeias produtivas.
A princípio, o Plano foi criado para durar três
anos. Mas, para a Confederação, o país já está preparado para traçar políticas
duradouras. “Se conseguirmos estruturar o Plano e construirmos denominadores
comuns, é possível transformá-lo numa política de Estado e não apenas de
governo, que acabe ao fim de cada mandato”, destacou Paulo Cayres.
Fonte: Solange do Espírito Santo –
CNM/CUT
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