Letícia Sabatella também manifesta apoio ao
MTST e a Guilherme Boulos: “Quantas (dessas 3 mil pessoas) sobreviveriam
longe da criminalidade se não estivessem em um movimento que lhe dá
suporte?"
por Redação RBA
publicado
17/01/2017 12h44,
última modificação
17/01/2017 13h52
Sérgio Amaral/RBA e Reprodução/NBR
Dilma assinala repressão a movimentos como escalada de retrocesso; Letícia alerta para o direito de lutar
São Paulo – A presidenta destituída Dilma
Rousseff afirmou em seu perfil no Facebook que a prisão do líder
do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos é
inaceitável. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (17)
ao tentar negociar com policiais uma solução ao processo de
reintegração de posse sem que houvesse conflitos. A PM alegou
desobediência para justificar a prisão e citou a participação de Boulos
em atos contra o governo Temer e outras manifestações, evidenciando o
caráter político da prisão.
“Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos
sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã,
especialmente, o direito à livre manifestação”, diz Dilma. “Prender
Guilherme Boulos, quando defendia um desfecho favorável às famílias da
Vila Colonial em São Paulo, evidencia um forte retrocesso. Mostra a
opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa
dos direitos sociais do nosso povo.”
A atriz e ativista Letícia Sabatella também manifestou, por meio de sua rede social, apoio às famílias da Ocupação Colonial, na região de São Mateus, zona leste de São Paulo, e
ao líder do MTST. Sua mensagem faz referência ao fato de as lutas
populares em defesa de direitos e de acesso à cidadania são mecanismos
de combate à escalada de violência decorrente das desigualdades. “Três
mil sem ter para onde ir. Quantas sobreviveriam longe da criminalidade
se não estivessem em um movimento que que lhes dá suporte?”, escreveu.
“Todo apoio ao MTST e a Guilherme Boulos.”
A direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou comunicado em que repudia a “violenta reintegração de posse
realizada pela Polícia Militar” para o despejo de 700 famílias e a
arbitrária prisão de Boulos. “Tal ação configura clara criminalização
das lutas dos movimentos populares por parte do governo Geraldo Alckmin
(PSDB) e da Justiça paulista. O trato das questões sociais como caso de
polícia é criminoso e é uma afronta aos direitos constitucionais da
população brasileira”, diz a nota.
A PM de Geraldo Alckmin (PSDB), que agora tem ao seu lado o prefeito e
também tucano João Dória, mostrou despreparo no trato com a população,
afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo. “A prisão arbitrária de
Boulos reforça também a política de repressão que os governos alinhados
ao golpe fazem com os movimentos sociais e sindical”, disse o dirigente.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) classificou a prisão de Boulos como "inadmissível". "O
direito à moradia é um direito garantido na Constituição. É inaceitável
a criminalização dos movimentos sociais. O direito à moradia não pode
ser um caso de polícia", afirmou o deputado, endossando a campanha
#LibertemoBoulos.
Para a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), Boulos foi preso
por defender as pessoas que estavam sendo despejadas da ocupação. "É
uma ação direcionada contra ele. Perseguição e ato fascista, mesmo.
Toda solidariedade a Boulos e aos companheiros e companheiras do MTST",
afirmou a deputada, também pelas redes sociais.

Em nota, o coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, também condenou a detenção de Boulos. Ele classificou o ocorrido na Ocupação Colonial como "imagens típicas de uma zona de guerra" e afirmou que o governador Geraldo Alckmin (PSD)
agora conta com dois novos aliados na repressão aos movimentos sociais:
o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o prefeito de São
Paulo, João Doria (PSDB).
Confira a íntegra:
NOTA DA CMP
As cenas de violência da PM contra moradores, que assistimos na
amanhã desta chuvosa terça-feira, 17/01, na região leste da cidade de
SP, durante reintegração de posse de área ocupada por 700 famílias, são
imagens típicas de uma zona de guerra.
A violência do Estado contra famílias sem teto é prática
recorrente, mas agora o governador Geraldo Alckmin tem respaldo dos
aliados governos Doria e Temer, para descer a porrada nos
trabalhadores(as).
Os golpistas Temer, Alckmin e Doria são a favor da especulação
imobiliária em detrimento da moradia popular. A Central de Movimentos
Populares e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, há tempo estão
atuando na defesa dos moradores, por intermédio dos companheiros Boulos,
Dito e Sidnei, tentando articular uma saída negociada que evitasse a
reintegração de posse com despejo de mais de 3 mil pessoas, mas
infelizmente não encontramos apoio dos governantes.
A CMP repudia a detenção do companheiro Guilherme Boulos. Moradia
não é caso de polícia. Não criminalização dos movimentos sociais. Vamos
resistir e lutaremos.
Nenhum Direito a Menos.
Central de Movimentos Populares
Raimundo Bonfim, coordenador geral da CMP e integrante da coordenação da Frente Brasil Popular
Raimundo Bonfim, coordenador geral da CMP e integrante da coordenação da Frente Brasil Popular
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