
Em agosto, a dívida pública federal somava R$ 2,955 trilhão
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O estoque da dívida pública federal subiu 3,1% em setembro, quando
atingiu R$ 3,046 trilhões. É a primeira vez que o estoque ultrapassa o
patamar de R$ 3 trilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira
(25), pelo Tesouro Nacional. Em agosto, o estoque estava em R$ 2,955
trilhão.
A correção de
juros
no estoque da DPF foi de R$ 1,15 bilhão em setembro. A DPF inclui a
dívida interna e externa. A DPMFi (Dívida Pública Mobiliária Federal
interna) subiu 3,21% e fechou o mês em R$ 2,920 trilhões. Já a DPFe
(Dívida Pública Federal externa) ficou 0,81% maior, somando R$ 126,03
bilhões no nono mês do ano.
A parcela de títulos prefixados na DPF subiu de 36,85% em agosto para
37,71% em setembro. Já os papéis atrelados à Selic diminuíram a fatia,
de 26,94% para 26,54%. Os títulos remunerados pela inflação caíram para
31,47% do estoque da DPF em setembro, ante 31,82% em agosto. Os papéis
cambiais reduziram a participação na DPF de 4,39% em agosto para 4,29%
em setembro.
Mesmo com a revisão pelo Tesouro hoje das metas do PAF (Plano Anual de
Financiamento)
de 2016, parte dos papéis continuam fora das novos intervalos
previstos. O objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados
em 2016, por exemplo, agora é de 35% a 37%, e essa categoria de papel
ainda tem participação acima do limite superior do PAF. Os papéis
remunerados pela Selic, que devem ficar entre 27% a 31%, também estão
desenquadrados.
No caso dos papéis que têm índices de
preço
como referência, a meta continuou em 29% a 33% e, nos de câmbio, em 3% a
7%. Ambos os tipos de títulos já estão dentro dos limites do PAF.
A parcela da DPF a vencer em 12 meses subiu de 18,07% em agosto para
18,59% em setembro, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida
caiu de 4,67 anos em agosto para 4,59 anos em setembro. O custo médio
acumulado em 12 meses da DPF passou de 13,15% ao ano em agosto para
12,75% ao ano no mês passado.
Participação de estrangeiros
Os estrangeiros diminuíram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional
em setembro. A participação dos
investidores
não residentes no Brasil no estoque da DPMFi caiu de 15,67% em agosto
para 14,97% no mês passado, somando R$ 437,38 bilhões, segundo os dados
divulgados pelo Tesouro Nacional. Em agosto, o estoque nas mãos de
estrangeiros estava em R$ 443,45 bilhões.
A parcela das instituições
financeiras no estoque da DPMFi teve elevação de 23,31% em agosto para 24,14% em setembro. Os Fundos de
Investimentos
aumentaram a fatia de 21,07% para 21,40%. Já as seguradoras tiveram
leve redução na participação de 4,54% para 4 52%.
Revisão do PAF 2016
O Tesouro Nacional anunciou ainda uma revisão dos parâmetros do PAF de
2016, com mudanças nas metas para a participação de títulos na DPF. Já o
objetivo para o estoque, entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões neste
ano, foi mantido.
A participação de títulos prefixados, antes prevista para ficar entre
31% e 35% em 2016, agora terá como meta um intervalo entre 33% e 37%.
Para os títulos remunerados pela Selic, a meta mudou de 30% a 34% para
27% a 31%.
Já o objetivo do Tesouro para a participação dos papéis atrelados à
inflação foi mantida no PAF entre 29% e 33%. E nos papéis cambiais, o
intervalo continuou em 3% a 7%.
"O Tesouro manterá sua estratégia de longo prazo de aumentar a
participação das dívidas prefixada e remunerada por índices de
preços,
bem como reduzir a parcela indexada à taxa Selic", informou o órgão no
relatório.
No fim de julho, o Tesouro já havia anunciado a possibilidade de
revisão do PAF em 2016, devido ao nível das taxas para os papéis
prefixados neste ano. Como os leilões desses títulos estavam alcançando
taxas positivas para a administração da dívida, o Tesouro aproveitou
para vender mais desses papéis.
Na ocasião, o ex-coordenador-geral de operações da Dívida Pública,
Leandro Secunho, avaliou que a composição adequada no longo prazo da
administração da dívida é de cerca de 40% de prefixados, mas, dada a
situação da economia no fim do ano passado, o Tesouro optou por calibrar
o PAF prevendo uma queda em 2016 para um patamar entre 31% e 35%. Em
setembro, esse porcentual ficou em 37,71%.
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