
(Foto: Agência Brasil)
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O
desmatamento na Amazônia Legal aumentou 24% de agosto de 2014 a julho
de 2015, em relação ao período anterior, de agosto de 2013 a julho de
2014. Essa é a maior taxa nos últimos quatro anos. Os dados consolidados
do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite (Prodes) de 2015 foram divulgados hoje (5) pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e apontam a derrubada de 6.207
quilômetros quadrados (km²) de floresta. No período anterior, o
desmatamento chegou a 5.012 km².
Em
novembro de 2015, o instituto havia divulgado uma estimativa de 5.835
km² de supressão de floresta para o Prodes 2015. Segundo o Inpe, a taxa
consolidada foi calculada com base em 214 imagens de satélite. Já a taxa
estimada estava baseada em 96 imagens, selecionadas de modo a cobrir a
área onde foram registrados mais de 90% do desmatamento no período
anterior e também os 43 municípios prioritários para a fiscalização.
Segundo
o representante do Inpe, Dalton Valeriano, há quatro anos a taxa está
oscilando em torno dos 5 mil km². “É um limite que precisamos
atravessar. Novas iniciativas precisam ser tomadas ou não vamos alcançar
a meta até 2020”, disse. A meta no âmbito do Programa de Prevenção e
Combate ao Desmatamento da Amazônia (PPCDAm) é chegar em 2020 desmatando
menos que 4 mil km². Em 2004, quando o programa foi criado, o Brasil
desmatou 27.772 km² de floresta da Amazônia Legal.
O
Pará ainda é o estado que lidera o aumento do desmatamento na Amazônia
Legal. A taxa para o estado subiu 14%, com uma supressão de 2.153 km² de
floresta entre agosto de 2014 a julho de 2015. Entretanto, para
Valeriano, Mato Grosso e Amazonas são os estados que merecem atenção. “O
que me preocupa são o retorno lento mas constante da taxa no Mato
Grosso e a ascensão no Amazonas. São pequenas, mas são novas frentes de
desmatamento”, disse, pedindo atenção das autoridades para esses
estados.
Valeriano cita novas
frentes de desmatamento, principalmente no Amazonas, como ao longo da
Transamazônica e nas regiões dos municípios de Lábrea, Apuí e Manicoré. O
desmatamento no estado subiu 42% entre 2014 e 2015. A taxa, que era de
500 km², foi para 712 km². Já no Mato Grosso a taxa de desmatamento
subiu 49%, de 1.075 km² para 1.601 km².
O
Prodes computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares
onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso. O
representante do Inpe disse que os dados estimados do Prodes 2016 serão
apresentados em breve.
Combate ao desmatamentoOs
dados consolidados do Prodes 2015 foram apresentados hoje durante um
seminário no Ministério do Meio Ambiente (MMA) que vai reunir, até
amanhã, representantes de governos, jornalistas, cientistas e sociedade
civil organizada para debater sobre onde está o problema e quais são os
possíveis caminhos para frear o desmatamento na Amazônia Legal.
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(Foto: Agência Brasil)
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Segundo
o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA,
Everton Lucero, é importante que os estados forneçam dados regulares e
atualizados das autorizações para desmate legal de vegetação. A atual
taxa de desmatamento não diferencia o ilegal daquele feito com
autorização dos órgãos estaduais. Para Lucero, além de combater o
desmate ilegal é preciso promover políticas para reduzir a supressão
legal sem prejuízo para a economia.
Durante
o seminário, serão debatidos ainda as taxas de desmatamento em locais
específicos, como nas terras indígenas, áreas privadas, unidades de
conservação e assentamentos da reforma agrária. “Cada tipo de categoria
territorial representa um desafio específico que precisa ser enfrentado
na sua especificidade”, disse o secretário.
De
2012 a 2015, por exemplo, 94% do desmatamento em Roraima foi em
assentamentos e glebas federais; no Mato Grosso, 72% foi em áreas
privadas; no Amapá, 23% das unidades de conservação foram desmatadas; e
no Pará, 39% do desmatamento foi em glebas nesse período.
Durante o seminário, o MMA também quer colher subsídios para a construção da nova fase do PPCDAm.
Nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
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