Uma das principais alterações e também mais polêmica, trazidas pela Lei
nº 13.165/2015, conhecida como minirreforma eleitoral, que mexe nas
regras eleitorais das eleições deste ano, é o fim do financiamento de
campanhas de pessoas jurídicas, que sempre foram os principais
financiadores. A medida seria uma forma de evitar a influência do poder
econômico, sobretudo das empreiteiras, sobre os novos gestores e
legisladores no País.
Pela nova regra, as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. Antes da aprovação da reforma, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos.
As denúncias apuradas pela Operação Lava Jato de corrupção no governo federal, sobretudo, as que envolvem empresas conhecidas por sua participação nos cenários eleitorais de todo o País, como a Odebrecht, motivaram a mudança na legislação. Mas isso não acalma os observadores do processo.
Se por um lado, a Justiça Eleitoral e as Ongs de acompanhamento legislativo entendem que o novo cenário impede o toma lá, dá cá entre candidatos e empresariado, para especialistas e lideranças políticas, a prática do "Caixa 2" deve se acentuar nesta eleição.
Isso porque, sem o financiamento privado ganham vantagem nas corridas eleitorais os detentores de mandatos. Neste sentido, prefeitos em busca de reeleição – que são um grande número no Estado, e todos da Região Metropolitana – ou os nomes que são apoiados pelos atuais gestores têm vantagem nessa corrida eleitoral.
Se por um lado os atuais prefeitos estão politicamente desgastados e com a popularidade em baixa devido à crise política que atinge todos os detentores de mandato no Brasil, por outro lado eles têm a estrutura para usar politicamente.
A estratégia também se estende à disputa proporcional, com a constituição de grandes chapas de vereadores, que atuariam como os cabos eleitorais, que antes eram contratados pelos comitês e recebiam um gordo cachê pelo trabalho. Os vereadores agora seriam os responsáveis pela captação de votos para a disputa majoritária e para a própria.
Para isso, contariam com as estruturas das secretarias, sobretudo aquelas que têm verbas compulsórias, como saúde e educação. Além disso, essas pastas têm muita influência sobre toda uma rede, em que se dá a repetição da campanha.
Para tentar equilibrar o jogo, caberá aos candidatos de oposição buscar recursos na iniciativa privada, recurso que deve entrar pelo chamado Caixa Dois, recursos não contabilizados nas campanhas e que sempre foram proibidos pela Justiça.
O que muda nessa eleição é que o esquema das empreiteiras parece ter se esgotado, o interesse de organizações sociais em administrar unidades públicas é que estaria tomando o lugar dos grandes financiadores em busca de compensações nos futuros governos.
Com essas expectativas, o trabalho de fiscalização da Justiça Eleitoral deve ficar ainda mais difícil, assim como o cuidado na análise das prestações de contas dos candidatos. Com uma campanha curta – serão apenas 45 dias de eleição – e com pouco dinheiro, qualquer movimentação diferente, como grandes comícios, superproduções de TV e excesso de material de campanha pode ser indício de que alguns recursos podem não estar sendo contabilizados.
Pela nova regra, as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. Antes da aprovação da reforma, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos.
As denúncias apuradas pela Operação Lava Jato de corrupção no governo federal, sobretudo, as que envolvem empresas conhecidas por sua participação nos cenários eleitorais de todo o País, como a Odebrecht, motivaram a mudança na legislação. Mas isso não acalma os observadores do processo.
Se por um lado, a Justiça Eleitoral e as Ongs de acompanhamento legislativo entendem que o novo cenário impede o toma lá, dá cá entre candidatos e empresariado, para especialistas e lideranças políticas, a prática do "Caixa 2" deve se acentuar nesta eleição.
Isso porque, sem o financiamento privado ganham vantagem nas corridas eleitorais os detentores de mandatos. Neste sentido, prefeitos em busca de reeleição – que são um grande número no Estado, e todos da Região Metropolitana – ou os nomes que são apoiados pelos atuais gestores têm vantagem nessa corrida eleitoral.
Se por um lado os atuais prefeitos estão politicamente desgastados e com a popularidade em baixa devido à crise política que atinge todos os detentores de mandato no Brasil, por outro lado eles têm a estrutura para usar politicamente.
A estratégia também se estende à disputa proporcional, com a constituição de grandes chapas de vereadores, que atuariam como os cabos eleitorais, que antes eram contratados pelos comitês e recebiam um gordo cachê pelo trabalho. Os vereadores agora seriam os responsáveis pela captação de votos para a disputa majoritária e para a própria.
Para isso, contariam com as estruturas das secretarias, sobretudo aquelas que têm verbas compulsórias, como saúde e educação. Além disso, essas pastas têm muita influência sobre toda uma rede, em que se dá a repetição da campanha.
Para tentar equilibrar o jogo, caberá aos candidatos de oposição buscar recursos na iniciativa privada, recurso que deve entrar pelo chamado Caixa Dois, recursos não contabilizados nas campanhas e que sempre foram proibidos pela Justiça.
O que muda nessa eleição é que o esquema das empreiteiras parece ter se esgotado, o interesse de organizações sociais em administrar unidades públicas é que estaria tomando o lugar dos grandes financiadores em busca de compensações nos futuros governos.
Com essas expectativas, o trabalho de fiscalização da Justiça Eleitoral deve ficar ainda mais difícil, assim como o cuidado na análise das prestações de contas dos candidatos. Com uma campanha curta – serão apenas 45 dias de eleição – e com pouco dinheiro, qualquer movimentação diferente, como grandes comícios, superproduções de TV e excesso de material de campanha pode ser indício de que alguns recursos podem não estar sendo contabilizados.
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