Na propaganda, negro sai da máquina de lavar como atraente jovem asiático. Empresa afirmou que parou de transmitir o anúncio do detergente.

Fim de comercial com homem negro provocou polêmica
Uma empresa chinesa acusada de racismo por um anúncio polêmico no qual
um ator negro sai de uma máquina de lavar como um atraente jovem
asiático pediu desculpas neste domingo (29) pelo dano causado aos
africanos.
"Pedimos desculpas pelos danos causados aos africanos com a divulgação
da publicidade e a exposição exagerada do assunto nos meios de
comunicação", afirmou a companhia em um comunicado divulgado pela rede
social oficial chinesa.
"Lamentamos que a publicidade tenha causado tanta controvérsia", acrescentou.
A empresa informou no comunicado enviado na noite de sábado que parou
de transmitir este anúncio. Ela havia rejeitado as críticas na
sexta-feira, argumentando que os meios de comunicação estrangeiros são
"muito suscetíveis".
"Nós só queríamos promover nosso produto. Os meios de comunicação
estrangeiros talvez sejam bastante suscetíveis", declarou um porta-voz
do grupo de cosméticos Shanghai Leishang, citado pelo jornal oficial
Global Times.
Este anúncio para a marca de detergente Qiaobi, divulgado nos últimos
dias na internet, mostra um homem negro musculoso com uma camiseta
branca manchada de tinta que se aproxima de uma jovem chinesa que está
lavando roupas. A menina põe na boca do homem uma dose de detergente,
antes de colocá-lo à força na máquina de lavar.
Instantes depois, um jovem asiático com uma camiseta branca imaculada sai da lavadora e deixa a garota fascinada.
A publicidade, que viralizou rapidamente, desencadeou uma onda de
protestos nos sites de informação americanos, que criticaram os
preconceitos e discriminações que as pessoas negras sofrem na China.
Leishang, que comercializa o detergente, não quis responder à AFP.
O anúncio foi gravado no início de 2016, mas acabou sendo utilizada uma
versão reduzida "onde o (ator) negro não aparecia. Não entendemos como a
versão completa foi repentinamente divulgada na internet", disse o
porta-voz, segundo o Global Times.
As imagens não provocaram a mesma indignação na China, embora depois da
polêmica internacional alguns internautas tenham expressado seu
mal-estar na plataforma de microblogs Weibo.
A preferência tradicional na China pelas pessoas de pele branca, que
constitui um critério de beleza tradicional, junto à pequena diversidade
étnica nos meios de comunicação, contribuem para uma certa rejeição em
relação às pessoas negras.
O aumento das relações comerciais com a África contribuiu para uma
maior presença da população expatriada de origem africana na China,
sobretudo em Cantão (sul).
http://g1.globo.com/
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