Brasília – O desempenho da indústria pouco se alterou na passagem de
junho para julho, segundo a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada
ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de
produção do setor ficou estável em 46,6 pontos no período. Apesar de
ainda estar abaixo dos 50 pontos, o que indica queda da produção, a
retração é menor que a observada em igual mês do ano anterior. Em julho
de 2015, o índice de evolução da produção estava em 44 pontos.
“O
valor (de julho de 2016) é maior que o registrado no mesmo mês de 2015,
mas inferior ao de anos anteriores”, alertou a CNI. A entidade alerta
para o fato de que tanto a produção quanto o número de empregados
permanecem em queda, e a ociosidade continua muito elevada. A Utilização
da Capacidade Instalada (UCI) avançou de 64% em junho para 65% no mês
passado, atingindo o maior nível desde novembro de 2015 (66%).
Ainda
assim, o resultado ficou abaixo do que foi registrado em julho do ano
passado e apresentou piora frente aos índices de anos anteriores, que
superavam 70%. Prova disso é que o indicador está bem abaixo da média
histórica – o chamado UCI efetiva-usual –, que ficou em 36,5 pontos em
julho deste ano. Quando esse indicador fica abaixo dos 50 pontos, é
sinal de que a ociosidade ficou acima do normal naquele mês.
Como
ponto positivo, a CNI destacou que os estoques seguem no nível planejado
pelas empresas pelo oitavo mês seguido. A situação representa mudança
em relação a 2015, quando empresários relatavam estoques acima do
desejado como situação recorrente.
Apesar de a situação atual
delicada, o otimismo em relação à demanda é o maior em dois anos,
ressaltou a CNI. O índice subiu 2,1 pontos, para 55 pontos em agosto,
ante julho, maior nível desde agosto de 2014. Acima dos 50 pontos pelo
terceiro mês consecutivo, o resultado sinaliza que os empresários
projetam aumento no consumo nos próximos meses.
Já o índice de
expectativa de exportação ficou em 51,9 pontos em agosto, quando no mês
anterior estava em 51,8 pontos. O índice de expectativa de compra de
matérias-primas, por sua vez, cresceu 1,1 ponto neste mês, atingindo
51,9 pontos. Por outro lado, o índice de expectativa de emprego ficou em
47,8 pontos em agosto. Embora o indicador tenha subido 1,5 ponto em
relação a julho, o resultado segue apontando redução no número de
empregados da indústria. A intenção do empresário de investir ficou em
42 pontos neste mês. “Embora seja o maior valor do ano, o índice
encontra-se 5,9 pontos abaixo de sua média histórica”, ponderou a CNI.
QUEDA EM MINAS
A
pesquisa Sondagem Industrial feita pela Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg) mostrou em julho recuo mais intenso dos indicadores
da atividade frente ao mês anterior, quebrando a sequência de melhora
gradativa do setor. Houve queda na produção e no emprego e o nível de
utilização da capacidade instalada operou abaixo do considerado usual. O
indicador de produção ficou em 45,6 pontos e o do emprego atingiu 43,8
pontos, portando ambos abaixo da linha divisória dos 50 pontos. De
acordo com a Fiemg, de forma geral, os estoques de produtos finais
apresentaram redução e encerraram o mês abaixo do planejado pelas
empresas. Só aquelas de grande porte fecharam o mês com o nível de
estoques conforme o planejado. Os empresários esperam aumento na demanda
por produtos nos próximos seis meses.
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