
Ivete Sangalo fala de enfraquecimento 'natural' do axé: 'É a vez do sertanejo'
Para cantora, transformação de formatos como o do Carnaval é essencial. Em fase mais romântica, baiana lança seu primeiro trabalho acústico.
Nos
mais de 20 anos de carreira, Ivete Sangalo viu o axé chegar ao ápice,
viajando por micaretas e popularizando refrãos grudentos pelo país. Viu
também o gênero perder espaço para o funk e, mais recentemente, para o
sertanejo nas paradas de sucessos.
“Todo segmento tem o seu auge, e
tem que haver uma circulação. É muito natural que, depois daquela
predominância da música baiana, se dê espaço a outros segmentos”, afirma
ao G1, ao lançar o DVD “Acústico em Trancoso”, seu primeiro trabalho do gênero. Assista à entrevista acima.
A cantora admite
que agora “é a vez do sertanejo” e reconhece que o Carnaval da Bahia –
propulsor do axé entre os anos 1990 e o início de 2000, hoje não mais
sustentado apenas pelo gênero – não é o mesmo de 10 anos atrás, mas tem
"um formato novo para os carnavais que virão”. ”A transformação dos
modelos é fundamental na evolução da sociedade”, avalia.
Mesmo em seu novo trabalho, que tem participações de Luan Santana, Vitin da banda Onze:20, Hélio do Ponto de Equilíbrio e ex-participantes da primeira temporada do "The Voice Kids", o
axé não é o único protagonista. Ivete está em uma fase mais romântica.
Deixou de lado hits dançantes como “Poeira” e “Festa” para apresentar
releituras de baladas melosas, entre elas “A Lua que Eu te Dei”, “Se Eu
Não te Amasse Tanto Assim” e “Deixo”.
“Eu
já gravei essas músicas [mais agitadas] muitas vezes, acho que tinham
outras a serem registradas, em uma outra leitura. O trabalho também
pediu essa onda mais romântica”, afirma. “Não é nada premeditado. Quando
eu gravei ‘Coleção’, na Banda Eva, muita gente me perguntava [se estava
enveredando pelo romantismo]. Na sequência, vinha ‘Levada louca’,
‘Arerê’... Seria até leviano da minha parte dizer ‘estou indo por um
caminho’.”
A
facilidade em transitar entre vertentes musicais ajuda Ivete a se
manter como uma das artistas mais populares – e com um dos mais altos
cachês, a despeito do vai e vem de tendências. Mas ela brinca ter outra
receita para o frescor de sempre: “Acordo, tomo uma vitamina de
abacate...”
“Eu gosto de
música, estou sempre em contato com ela. Mas não é só isso. Tem o fator
sorte, o fator oportunidade, essas coisas que movimentam a vida e fazem
de você exemplo de alguma coisa”, explica. Mesmo ela, porém, é afetada
pela crise econômica. “O primeiro a dançar é o entretenimento. Ninguém
deixa de comer ou de ir ao médico para ir a um show. Não se pode querer
todos os dias um público do tamanho do Rock in Rio.”
Substituta de Ariana Grande
Falando em Rock in Rio, Ivete se apresentou duas vezes no festival em Lisboa, em maio – a segunda apresentação foi de última hora, após Ariana Grande cancelar sua participação por conta de uma infecção na garganta.
Falando em Rock in Rio, Ivete se apresentou duas vezes no festival em Lisboa, em maio – a segunda apresentação foi de última hora, após Ariana Grande cancelar sua participação por conta de uma infecção na garganta.
O que “poderia ter sido uma porcaria, uma catástrofe”, nas palavras da baiana, tornou-se “uma oportunidade linda”.
“O público foi muito querido, inclusive os fãs dela que, talvez, nunca
tenham ouvido uma música minha e foram muito delicados e receptivos.”
Espírito olímpico
Ivete irá embalar as seleções brasileiras de ginástica rítmica e nado sincronizado durante os Jogos do Rio, que começam na próxima sexta-feira (5). "Eu sou meio atleta. A única coisa que faço que atleta não faz é perder noite. Já joguei handebol, vôlei, futebol, fiz triatlo, pratico corrida, ando de canoa, faço boxe, remo, nado." Ela afirma que o que importa é "o exemplo dado pelos atletas". "Pelo que eles passam para chegar na Olimpíada e ter esse volume de superação em meio a tantos senões, o mínimo que merecem é uma torcida absoluta. E eu estarei lá torcendo fervorosamente."
Ivete irá embalar as seleções brasileiras de ginástica rítmica e nado sincronizado durante os Jogos do Rio, que começam na próxima sexta-feira (5). "Eu sou meio atleta. A única coisa que faço que atleta não faz é perder noite. Já joguei handebol, vôlei, futebol, fiz triatlo, pratico corrida, ando de canoa, faço boxe, remo, nado." Ela afirma que o que importa é "o exemplo dado pelos atletas". "Pelo que eles passam para chegar na Olimpíada e ter esse volume de superação em meio a tantos senões, o mínimo que merecem é uma torcida absoluta. E eu estarei lá torcendo fervorosamente."
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