Rui Falcão:

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nesta
segunda-feira, 27, que a decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello
que libertou o ex-goleiro do Flamengo Bruno de Souza deveria levar a uma
revisão geral nas decisões da Suprema Corte nos requerimentos de habeas
corpus sistematicamente negados; "Diante do excesso de prisões
preventivas, sem motivo e prolongadas no tempo para forçar delações, o
rigor jurídico do ministro Mello para um homicida confesso deveria
estender-se ao conjunto das sentenças do STF", afirma; "Afinal, por que
manter presos João Vaccari, José Dirceu e Antônio Palocci – e há outros
em situação semelhante — contra os quais só existem delações e nenhum
prova consistente?", questiona.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nesta
segunda-feira, 27, que a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal, que libertou o ex-goleiro do Flamengo Bruno de
Souza deveria levar a uma revisão geral nas decisões recentes da
Suprema Corte nos requerimentos de habeas corpus sistematicamente
denegados.
"Em despacho memorável, o ministro Marco Aurélio escreveu
que a prisão preventiva decretada pelo Tribunal do Júri de Contagem
(MG), de primeira instância, não se sustentava, pois, a despeito da
opinião pública contrária ao réu, o 'clamor popular não é suficiente'
para negar o direito de responder em liberdade", escreve Falcão, em
artigo semanal na página do PT.
O dirigente petista lembra que cerca de 40% dos mais de 600
mil presos nas penitenciárias brasileiras permanecem sem julgamento, a
maioria sem culpa formada, "consagrando a injustiça e favorecendo a
proliferação de organizações criminosas".
"Diante do excesso de prisões preventivas, sem motivo e
prolongadas no tempo para forçar delações, o rigor jurídico do ministro
Mello para um homicida confesso deveria estender-se ao conjunto das
sentenças do STF. Afinal, por que manter presos João Vaccari, José
Dirceu e Antônio Palocci – e há outros em situação semelhante — contra
os quais só existem delações e nenhum prova consistente?", questiona.
Leia na íntegra o artigo de Rui Falcão:
"A soltura do ex-goleiro do Flamengo, Bruno de Souza, semana
passada, por decisão liminar do ministro do STF, Marco Aurélio Mello,
deveria levar a uma revisão geral nas decisões recentes da Suprema Corte
nos requerimentos de habeas corpus sistematicamente denegados.
Como se recorda, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de
reclusão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da
ex-amante Eliza Samudio. Estava preso há 6 anos e 7 meses, sem que
fossem apreciados seus recursos de apelação.
Em despacho memorável, o ministro Marco Aurélio escreveu que
a prisão preventiva decretada pelo Tribunal do Júri de Contagem (MG),
de primeira instância, não se sustentava, pois, a despeito da opinião
pública contrária ao réu, o "clamor popular não é suficiente" para negar
o direito de responder em liberdade.
"A esta altura, sem culpa formada", disse o ministro, "o
paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada,
justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso
na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia
que se tem com a natureza de provisória".
Vale lembrar que cerca de 40% dos mais de 600 mil presos nas
penitenciárias brasileiras (na maioria jovens e negros) ali permanecem
sem julgamento, a maioria sem culpa formada, escancarando as falhas do
sistema judiciário brasileiro, consagrando a injustiça e favorecendo a
proliferação de organizações criminosas.
Diante do excesso de prisões preventivas, sem motivo e
prolongadas no tempo para forçar delações, o rigor jurídico do ministro
Mello para um homicida confesso deveria estender-se ao conjunto das
sentenças do STF. Afinal, por que manter presos João Vaccari, José
Dirceu e Antônio Palocci – e há outros em situação semelhante — contra
os quais só existem delações e nenhum prova consistente?
É hora de cessar a parcialidade nos julgamentos, dar um fim à
perseguição politica promovida por certos juízes e procuradores e
libertar Vaccari, Dirceu e Palocci."
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