Itaú
Unibanco anunciou nesta terça-feira (7) que registrou lucro líquido de
R$ 5,543 bilhões no quarto trimestre de 2016, depois de atingir R$ 5,394
bilhões nos três meses anteriores: uma alta de 2,76%. No mesmo período
de 2015, os ganhos haviam atingido R$ 5,698 bilhões, uma baixa de 2,7%.
No ano de 2016, o lucro somou R$ 21,6 bilhões, 7% abaixo dos R$ 23,3 bilhões registrados em 2015. De
acordo com a empresa de informação financeira Economatica, o lucro é o
segundo maior da história dos bancos de capital aberto brasileiros. O
maior até hoje é o do Itaú, registrado em 2015.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio foi de 19,8% em 2016,
acima da média de cerca de 17% dos bancos na América Latina.
Na semana passada, o Bradesco informou ter registrado lucro líquido contábil de R$ 15,08 bilhões em 2016, o que representa uma queda de 17,5% na comparação com o ano anterior.
Provisões para perdas e inadimplência
O resultado do Itaú em 2016 refletiu principalmente a provisão para
perdas com calotes, líquido das recuperação de crédito, que caiu 7,8%
ante o trimestre anterior, a R$ 4,82 bilhões. Além de ter feito
provisões menores, o banco também conseguiu maiores receitas de
recuperação de créditos já baixados a prejuízo.
"Terminamos o ano com uma perspectiva um pouco melhor. A notícia boa é a
inadimplência termina o ano bastante mais baixa", afirmou o presidente
do Itaú Unibanco, Roberto Setubal em entrevista para comentar os
resultados. "O grande imapcto que nós tivemos vem do aumento de
previsões para perdas de crédito, que devem se reduzir já em 2017 em
função desta melhoria na inadimplência que já estamnos assistindo",
completou.
Ao final do quarto trimestre de 2016, o índice de inadimplência das
operações vencidas acima de 90 dias atingiu 3,4% - uma redução de 0,5
ponto percentual em relação ao trimestre anterior e um crescimento de
0,2 ponto percentual frente ao mesmo período de 2015.
A despesa não decorrente de juros, que inclui pagamento de salários,
caiu 3,6% na base sequencial e ficou praticamente estável ano a ano, a
R$ 11,9 bilhões.
Na outra ponta, as receitas de prestação de serviços subiram 2% sobre o
terceiro trimestre e 1,36% ano a ano, para R$ 7,98 bilhões.
Carteira de crédito diminui
A carteira de crédito do Itaú Unibanco voltou a registrar retração,
refletindo a economia do país em recessão. No fim de 2016, o estoque de
financiamentos da instituição, incluindo avais e fianças, somava R$ 562
bilhões, queda de 1% em três meses e de 11,5% sobre o fim de 2015.
O movimento refletiu sobretudo a queda anual de 17,3% na carteira para
grandes empresas e de 14,9% das operações latinoamericanas, estas
refletindo a queda do dólar.
No último trimestre de 2016, o banco também registrou queda de 3,9% da
margem financeira com clientes em relação aos três meses anteriores,
refletindo principalmente um baixa contábil de R$ 1,255 bilhão.
O retorno recorrente anualizado sobre o patrimônio líquido atingiu
20,7%, acima dos 19,9% do trimestre anterior e menor que os 22,1% de um
ano antes.
Previsões
Para 2017, o Itaú Unibanco previu forte queda no volume de provisões
consolidadas para perdas com inadimplência, fixando uma faixa de R$ 14,5
bilhões a R$ 17 bilhões. Em 2016, o volume total provisionado foi de R$
22,4 bilhões.
"As provisões acompanham a previsão para a queda da inadimplência",
disse Setubal. Ele avaliou também que as provisões do banco para perdas
com inadimplência de empresas envolvidas na operação Lava Jato estão em
níveis adequados.
O banco também previu para sua carteira de crédito de estabilidade a
expansão de 4 por cento neste ano, mas que a margem financeira terá
contração de 0,5 a 4% no período, para o qual é esperada mais queda da
Selic.
Para as despesas não decorrentes de juros, as chamadas despesas
administrativas, a faixa de crescimento prevista pelo banco é de 1,5 a
4,5%.
Na semana passada, o Bradesco informou ter registrado lucro líquido contábil de R$ 3,592 bilhões
no quarto trimestre de 2016 - uma alta de 11% em relação aos três meses
anteriores. Frente ao mesmo período de 2015, os ganhos sofreram uma
queda de 17,5%.
Em relação à rentabilidade, Setubal diz acreditar ser possível
continuar a manter um patamar acima da média dos bancos na América
Latina mesmo com a tendência de queda das taxas de juros e da
sonsequente queda das margens embutidas nos empréstimos . "O banco está
muito bem posicionado, bem capitalizado e bem preparado para ps
desafioos tecnológicos", disse.
Foi com base nessa leitura e na de que o banco já tem níveis de capital
adequados para as regras de Basileia 3, que o banco elevou o nível do
lucro que distribui aos acionistas.
"Estamos com níveis de capital bastante confortáveis", disse,
explicando porque o banco mudou, de 30 para 45% o percentual do lucro
distribuído aos acionistas. A previsão do Itaú Unibanco é de que o
chamado "payout" fique entre 35% e 45% nos próximos anos.
Setubal descartou interesse do banco em uma aquisição no exterior no curto prazo.
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