
O
nome de David Beckham está envolvido numa polêmica. Uma série de
e-mails escritos pelo ex-jogador do Real Madrid e do Manchester United,
vazados na noite da última sexta-feira por hackers, dão conta de que o
astro do futebol usou o seu trabalho de caridade como parte de uma
campanha para arrematar um importante título inglês chamado de
“Knighthood”, normalmente atribuído pela rainha do país a personalidades
que se destacam em trabalhos artísticos ou em causas sociais.
Nos
jornais europeus, as manchetes ressaltam a suposta obsessão do
embaixador da Unicef — ele está à frente da organização da ONU desde
2005 — com a conquista da honraria inglesa. As mensagens privadas foram
divulgadas pelo site Football Leaks, equivalente esportivo do WikiLeaks.
Num dos e-mails, ele critica raivosamente a entrega de um importante
título para a cantora Katherine Jenkins, ressaltando para um colega que a
artista já havia sido usuária de cocaína: “Para quê ela recebeu o
título? Para cantar em partidas de rugby e depois ver as tropas tomarem
Coca-Cola? Que brincadeira de mer**!”, escreveu, numa das mensagens
vazadas.
O
site de investigação francês “Mediapart”, que publicou parte do
material em primeira mão, alegou ainda que Beckham desajaria usar seu
fundo pessoal para promover atividades de negócios. “As causas
humanitárias foram apenas um trampolim para seus assuntos pessoais e
para projetar sua imagem entre os anunciantes”, afirmou uma fonte
próxima aos vazamentos, de acordo com o jornal inglês “Daily Mail”.
Numa
das mensagens, Beckham deixa claro que utilizou 6.685 libras dos fundos
humanitários, o equivalente a R$ 26 mil, para realizar um voo de classe
executiva com destino a um evento na Ásia, embora seus patrocionadores
tenham oferecido um jato particular. Em outra ocasião, ainda de acordo
com os documentos, o ex-jogador teria se recusado, deliberadamente, a
investir R$ 1 milhão de dólares num importante jantar da Unicef em
Xangai, na China. “Não quero colocar meu dinheiro pessoal nesta causa”,
escreveu, acrescentando: “Derramar este milhão no fundo seria como
colocar meu próprio dinheiro lá dentro. Se não houvesse fundo, o
dinheiro seria meu”.
Na
noite da própria sexta-feira, pouco depois de as informações serem
divulgadas, porta-vozes de Beckham rejeitaram as alegações, afirmando
que os e-mails haviam sido “cortados e corrigidos” de uma conta privada.
Ex-jogador se preocupava com imagem nas redes sociais
Outros
e-mails mostram que dois conselheiros, colegas bem próximos de Beckham,
impediram o astro inglês de publicar uma foto de um laptop banhado a
ouro no Instagram, enfatizando que a fotografia seria contra a sua
imagem de “homem do povo”. Segundo os documentos, Beckham estaria
ansioso para compartilhar a foto com os seus seguidores. Ele teria,
inclusive, sugerido a legenda que escreveria: “O primeiro computador
assim no mundo todo. Presente maravilhoso”. Seu amigo teria respondido:
“Muito bem, os idiotas vão dizer que estamos ostentando”.
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