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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Aumento no valor das multas divide motoristas

Depois de um dia desgastante no trabalho ou nos estudos, em que as pessoas querem retornar o quanto antes para a casa, há motoristas que arriscam fugir do engarrafamento pelo acostamento. Quem for flagrado nessa ação terá que desembolsar, em vez de R$ 127, 69, uma multa de quase oito vezes mais, no valor de R$ 957.70. A medida é uma forma de tentar reduzir o número de mortes no trânsito.
No sábado, 1° de novembro, entrou em vigor a lei federal n° 12.921, do Código de Trânsito Brasileiro, que elevou os valores das faltas relacionadas a ultrapassagens inapropriadas e rachas. Além dos reajustes, as infrações são consideradas gravíssimas e o condutor pode ficar um ano sem dirigir. No período de 12 meses, se reincidir na falta, a multa terá o valor dobrado. O motorista também sofrerá medidas administrativas como a perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Quem dirige sabe o quanto pesa no bolso levar uma multa. Ainda mais quando se lida diariamente com o tráfego intenso de Belém, nos horários de pico. O representante comercial Alax Jhosefer Gomes Barbosa, 25 anos, foi multado três vezes por dirigir no acostamento. ?A última foi na BR. Estava num engarrafamento infernal e precisava chegar a um cliente com urgência??,conta.
Para ele, o valor cobrado deve vir acompanhado de conscientização no trânsito. ?Tem que aumentar, sim, os valores, mas não vai resolver muita coisa. Tem que aumentar a fiscalização, a sinalização das vias e as campanhas de educação no trânsito, nas escolas e nos sinas?.
O analista financeiro Erick Ericksson, 22 anos, não crê que a medida irá modificar o trânsito. A atenção e o cuidado do motorista sempre foram redobrados. Agora, mais ainda. ?A questão do aumento é compreensível, mas não creio que irá reduzir tão significativamente os acidentes. O que vai acontecer é o aumento na arrecadação do governo. Para mim, não vai mudar nada. Não quero pagar R$ 127 nem R$ 957??, diz.
Segundo o engenheiro de Transporte da Universidade Federal do Pará (UFPA), Roberto Pacha, o aumento não irá frear os apressados no trânsito. A melhor forma de evitar acidentes se resume em uma única palavra: educação. ?A princípio vai ter um efeito. No primeiro ano, segundo ano, porque o valor das multas são bem mais altas e os infratores vão ter mais cuidado. Vai causar algum benefício para o trânsito, mas a curto e médio prazo. Depois todo mundo já esqueceu isso aí. É uma meta política equivocada, porque não é punindo que se educa??, enfatiza.
Para o professor, a solução é seguir o exemplo de países como Japão, China, Inglaterra, Estados Unidos, Argentina e Uruguai, que tinham problemas com o trânsito. Hoje são exemplos a ser seguidos. ?Eles fizeram durante 30 anos um programa de politica pública que a gente chama de tripé. Educação de trânsito, engenharia de tráfego, e fiscalização educativa. Eles não aumentaram as multas, mantiveram e fizeram um programa de educação massivo??.
Roberto acredita que, ao aumentar as multas, os condutores e os agentes de trânsito ficarão mais vulneráveis à corrupção. ?Isso vai ser uma forma de melhorar a arrecadação do governo e melhorar o salário de alguns agentes do trânsito que são desonestos. Alguns, afinal a gente não pode generalizar. Você aumenta a multa e paga mal para a pessoa que aplica a multa. Não tem como. Muitos vão preferir negociar com o agente. É preciso melhorar a infraestrutura do trânsito, orientação, fiscais e o treinamento deles??.
NOVOS VALORES
INFRAÇÃO ANTIGO VALOR - NOVO VALOR 
Forçar ultrapassagem R$ 191,54 - R$ 1.915,40
Ultrapassar pelo acostamento R$ 127, 69 - R$ 957,70
Ultrapassagem proibida R$ 191,54 - R$ 957,70
Disputar corrida R$ 191,54 - R$ 1.915,40
Eventos de competição na via R$ 191,54 - R$ 1.915,40
Manobras perigosas R$ 191,54 - R$ 1.915,40

Fonte: DENATRAN

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