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terça-feira, 8 de julho de 2014

Poupança tem saldo 66% menor no 1º semestre

A inflação em alta e o aumento dos juros básicos (Selic) tiraram fôlego da tradicional caderneta de poupança. A despeito dos depósitos terem superado os saques em R$ 3,223 bilhões em junho e em R$ 9,614 bilhões no primeiro semestre, o saldo dos primeiros seis meses do ano é 66% menor comparado ao de igual período de 2013. Os dados são do Banco Central e foram divulgados ontem.

Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, até o ano passado, a caderneta vencia, em termos de remuneração, a maioria dos fundos de investimento. Agora, com a elevação da Selic, que saiu de 7,25% ao ano em abril do ano passado para 11% ao ano atualmente, esses produtos financeiros que estavam desinteressantes voltaram a ser demandados.

Miguel Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), explicou que a subida de juros no período tirou a vantagem da poupança e que, agora, os fundos de renda fixa, mesmo pagando imposto de renda e taxa de administração, podem ser mais vantajosos que a caderneta.

O economista, no entanto, disse que a conjuntura também afeta o poder de decisão do poupador. “Estamos em um ambiente que a economia está crescendo menos e a inflação segue resistente em nível elevado, com isso, as famílias têm maior dificuldade de poupar”, disse. Segundo ele, parte dos poupadores está usando a poupança para compor a renda do mês e pagar todas as contas.

“A tendência é de que esse cenário de agora continue nos próximos meses. Os dois fatores que contribuem para esse resultado mais fraco da poupança vão continuar presentes”, ponderou Oliveira. “A Selic deve demorar a voltar a um valor abaixo de 11% ao ano, o que torna os fundos mais atrativos, do outro lado temos o ambiente de inflação alta e baixo crescimento”, argumentou.

Bolívar Godinho, professor de finanças da Unicesp fez avaliação semelhante. Ele lembrou que no ano passado a poupança captou mais em função da taxa de juros mais baixa das outras aplicações financeiras. “Com a elevação da Selic, títulos públicos e outras modalidades como fundos de investimento passaram a render mais e a poupança perdeu captação”, explicou.

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