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terça-feira, 1 de julho de 2014

Governo mantém IPI menor para carro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que serão mantidos os níveis atuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros e móveis até dezembro. Esses produtos, que contavam com alíquotas reduzidas do imposto nos últimos dois anos, voltariam ao patamar original (sem descontos) do tributo a partir de hoje. Os automóveis de até 1.000 cilindradas, por exemplo, seguirão com 3% de IPI; os móveis, com 4%, as luminárias, 12% (veja no quadro ao lado).
Mantega, que se reuniu com representantes do varejo e da indústria desses segmentos ontem, afirmou, após o encontro, que as vendas de veículos foram muito fracas no primeiro semestre, por diversos fatores, entre os quais, a diminuição do crédito e a elevação de seu custo e o menor número de dias úteis, por exemplo, por causa da Copa do Mundo. “Vamos manter as alíquotas para estimular as vendas do setor, de modo que a indústria consiga manter os empregos.”
Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, o adiamento da retirada do desconto no imposto “vai se converter em grande fator para que a indústria automobilística passe a ter um segundo semestre melhor do que o primeiro”.
Segundo o dirigente, a seletividade do crédito, por parte dos bancos, tem prejudicado a demanda. “E quando falamos em manutenção das alíquotas, isso significa a não alteração de preços; se isso ocorresse, seria fator extremamente negativo para as vendas no segundo semestre”, acrescentou.
O mercado não suportaria a elevação do IPI, porque isso representaria voltar a volumes de comercialização de cinco anos atrás, disse o consultor e professor de gestão automotiva da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Valdner Papa. Para ele, a decisão não é a ideal – o melhor, em sua avaliação, seria mudar a legislação para facilitar a retomada dos bens, pelos bancos, no caso de inadimplência.
No entanto, Papa considerou que a medida dará fôlego ao mercado. “Os estoques hoje estão quase o dobro da média histórica (de 27 dias)”, disse, citando que, atualmente, o segmento acumula carros estocados para 50 dias. De janeiro a maio as vendas de veículos acumulam queda de 5,5% de janeiro a maio, com 1,4 milhão de unidades licenciadas.
Mantega citou ainda que o governo deixará de arrecadar R$ 800 milhões no segundo semestre com o IPI menor para os carros e, no caso de móveis, painéis e revestimentos, perderá R$ 161 milhões no período.
Moan, no entanto, argumentou que a elevação do imposto reduziria as vendas, gerando arrecadação menor e afirmou que, de maio de 2012 (quando foi iniciada a política de redução do tributo), até dezembro de 2013, apesar de perdas com esse imposto, houve ganhos em outros, que geraram R$ 8,1 bilhões aos cofres públicos.

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