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sábado, 10 de maio de 2014

Estoque de veículos cai, mas ainda gera preocupação


Denis Maciel/DGABC
As montadoras de veículos seguem com estoque elevado e, apesar da melhora das vendas em abril – com alta de 21,8% em relação a março –, representantes do setor avaliam que o cenário da indústria ainda é de preocupação. No fim do mês passado, havia 392,7 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) parados nos pátios das fábricas e nas concessionárias, o que correspondia a 40 dias para comercialização, pelo ritmo atual de licenciamentos. 

Esses dados, divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), mostram que houve redução dos estoques frente a março, quando se chegou à marca recorde de 48 dias – que só ficou atrás de novembro de 2008, quando tinha acabado de estourar a crise de crédito global. Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, os 40 dias não seriam preocupantes se não estivesse havendo readequação das fábricas, com paradas (por meio de férias coletivas, por exemplo) e abertura de PDVs (Programas de Demissões Voluntárias). “Se (a indústria) estivesse num ritmo de produção normal, não seria problema”, afirma. 

Mesmo com a redução de atividade fabril em algumas empresas, houve crescimento de 1,6% no volume fabricado em abril ante o mês anterior. No entanto, é preciso ressalvar que março teve um dia útil a menos, por causa do Carnaval. Já nos primeiros quatro meses, há retração de 12% na comparação com o que saiu das linhas de montagem no mesmo período de 2013.

Por sua vez, as vendas reagiram no mercado interno no mês passado, mas no quadrimestre (1,16 milhão de unidades emplacadas) estão 5% abaixo ante o registrado nos quatro meses iniciais de 2013. Moan afirma que há expectativa positiva em relação à negociação em andamento do governo com o sistema bancário, para criar mecanismo que amplie as aprovações das fichas cadastrais. Em 2013, 50% dos pedidos de compra financiada de carros novos foram recusados pelos bancos, o equivalente a 1,6 milhão de compras não efetivadas.

Outra expectativa favorável se dá no campo externo. Moan cita que a retomada de conversas entre os governos brasileiro e argentino já permitiu reação nas encomendas ao Exterior em abril, com alta de 55,7%. Porém, no quadrimestre, ainda há queda de 31,9%.

VEÍCULOS PESADOS - As vendas de caminhões registram queda de 14,4% no primeiro quadrimestre ante igual período de 2013, mas novas medidas recém-adotadas pelo governo federal devem ajudar a impulsionar esse segmento, avalia o vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Rogério Rezende, que também é diretor de assuntos governamentais e institucionais da Scania.

Entre as medidas, ele cita o retorno do modelo simplificado do PSI-Finame, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), por meio do qual as instituições financeiras que operam essa linha podem aprovar os contratos dos clientes (transportadoras, por exemplo) sem a necessidade de estes passarem pelo crivo do banco do governo. O PSI oferece juros de 6% ao ano. Outra foi a recente retirada de limite de R$ 200 milhões para grandes grupos fazerem aquisições de veículos pesados com a utilização dessa linha de financiamento. Houve ainda a ampliação do percentual do valor financiável da compra, de 80% para 90% por essa linha. 

Rezende ressalta, porém, que a venda de caminhão depende da atividade econômica, que neste ano se mostra em ritmo lento. 

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