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domingo, 13 de dezembro de 2015

Após adiamento, trem parte de Goiás ao Maranhão pela Ferrovia Norte-Sul

Ao todo, 6,4 mil toneladas de farelo de soja são transportadas em 80 vagões.
Via começa a operar de fato após quase três décadas do início das obras.

Após ser adiada, a primeira viagem comercial oficial pela Ferrovia Norte-Sul saiu de Anápolis, a 55 km de Goiânia, às 6 horas desta quinta-feira (10), em direção ao Porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão. O trem é composto por três locomotivas, que tracionam 80 vagões carregados de farelo de soja.
A viagem é realizada mais de um ano e meio depois da inauguração do primeiro trecho goiano da ferrovia, em maio de 2014, e de mais de 26 anos do início da construção da ferrovia. Segundo a Valec Engenharia Construções e Ferrovias, responsável pelas obras, a Norte-Sul está totalmente apta para operar. Uma operação teste havia sido feita anteriormente.
“A ferrovia está toda executada, 100% sinalizada, com todas as licenças de operações emitidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em dia. Então a ferrovia está 100% apta para operar”, garante o gerente regional da Valec, Charles Beniz.
Inicialmente, o trem deveria partir na quarta-feira (9). No entanto, houve um problema no carregamento dos vagões e a Valec optou por adiar a viagem para a manhã desta quinta-feira.
“O carregamento funciona através de energia elétrica, faltou energia por quatro horas e atrasou o carregamento. Como é a primeira viagem, preferimos iniciar hoje e fazer o transporte durante o dia para que, caso ocorra algum problema, possamos corrigir e prestar suporte da melhor maneira", disse ao G1 Beniz.
Ao todo, 6,4 mil toneladas de farelo de soja são levadas ao Maranhão. A viagem deve durar quatro dias. A composição férrea saiu de Anápolis pela Norte-Sul até Açailândia, onde deve entrar na Estrada de Ferro dos Carajás para chegar ao Porto de Itaqui.
Se a carga fosse transportada por rodovias, seria necessário usar 200 caminhões. Gerente da indústria responsável pelo carregamento, Osmar Albertine acredita que substituir o transporte rodoviário pelo ferroviário é uma grande vantagem.
“Com a Norte-Sul, a gente ganha em logística, os vagões são maiores. Numa composição, você consegue transportar mais produtos, com isso, chegar mais rápido no porto, embarcar mais rápido nos navios e uma logística completa muito mais ágil”, explicou Albertine.
A previsão é que até o fim do ano 21 mil toneladas de cargas passem pelo trajeto. Outros três carregamentos devem ser feitos ainda neste ano. Segundo Beniz, nas próximas viagens, os trens devem rodar 24 horas.
Trem parte de Goiás para o Maranhão pela Ferrovia Norte-Sul (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Trem parte de Goiás para o Maranhão pela Ferrovia Norte-Sul (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)


Irregularidades
Denúncias de irregularidades marcam a construção da ferrovia. Devido à demora da obra, a Valec não sabe precisar quanto de dinheiro foi gasto, no entanto, estima-se que foram cerca de US$ 8 milhões.

Em novembro, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) ofereceu denúncia contra oito pessoas suspeitas de superfaturar obras da Ferrovia Norte-Sul no estado. Todos eles devem responder por peculato e, se condenados, podem pegar até 12 anos de prisão.
Entre elas, está o ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha das Neves, que chegou a ser preso em julho de 2013 durante a Operação Trem Pagador da Polícia Federal, sob suspeita de superfaturamento e desvio de verbas. Um novo presidente assumiu a empresa e pediu mais R$ 400 milhões ao governo federal para andamento dos trabalhos.
O prejuízo com cargas que deixaram de ser transportadas, perdas e impostos não arrecadados pode chegar a US$ 12 bilhões por ano, segundo a Valec. Com o uso da ferrovia, empresários de Anápolis esperam reduzir o valor pago no frente em até 30%.
Presidente Dilma Rousseff andou de locomotiva na inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, Goiás (Foto: Wildes Barbosa/O Popular)Presidente Dilma Rousseff andou de locomotiva na inauguração do trecho (Foto: Wildes Barbosa/O Popular)

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