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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Metais sobem no 3º trimestre, mas continuam com perdas no ano


O terceiro trimestre foi levemente positivo para os metais não ferrosos, usados principalmente na indústria. Após um mês de julho morno, com quedas pouco expressivas, e ganhos generalizados em agosto, as commodities metálicas tiveram desempenhos mistos em setembro. No acumulado dos três meses, o saldo foi uma melhora tímida e insuficiente para aliviar as empresas produtoras.

No ano, os preços dos metais ainda acumulam fortes quedas, sendo que o níquel lidera as perdas, com 19% de desvalorização na bolsa de Londres (LME). Já o alumínio cai 13% em 2013 e o cobre recua 9%.

No Brasil, as companhias do setor já vinham reclamando desde o ano passado das dificuldades para manter suas operações no azul. Mas recentemente as consequências da queda dos preços extrapolaram os discursos e se refletiram em cortes de produção.

Na indústria do alumínio, Novelis e Alcoa anunciaram neste ano reduções que totalizam 154 mil toneladas, 11% da produção do país. Na última semana, a Votorantim Metais afirmou que vai suspender a produção de 13 mil toneladas de níquel ao ano. Nos três casos, as companhias citam como justificativa para a decisão a queda do preço dos metais.

No caso do cobre, donos de novos projetos no Brasil encontram dificuldade para conseguir investidores, segundo comentam fontes do mercado. Na visão de analistas, a acomodação dos preços no terceiro trimestre ainda não é suficiente para devolver ânimo às companhias.

A dúvida, agora, é sobre o rumo que os metais vão tomar. "A grande questão nos mercados de metais não ferrosos é se os preços vão refletir a melhora da economia global ou a forte expansão da oferta", disse na última semana o analista de metais do Barclays, Sudakshina Unnikrishnan, em relatório.

No segundo e no terceiro trimestres, a demanda chinesa por metais surpreendeu o mercado e os preços ainda podem ter altas no curto prazo, diz o analista. No entanto, ele afirma que o estanho é o único com bons fundamentos para sustentar um rali em um prazo mais longo. "Os fundamentos do cobre ainda estão ruins, e um preço acima de US$ 7.500 [por tonelada] pode levar à venda", diz.

Os analistas do Deutsche Bank afirmam que a economia americana dá sinais de melhora, mas ressalvam que os preços dos metais "são cada vez mais influenciados pela China" e se descolaram dos índices de ações americanos nos últimos anos.

Eles esperam uma recuperação cíclica na economia chinesa no quarto trimestre, mas dizem que um ritmo fraco de recomposição de estoques e o forte aumento da oferta de metais pode limitar aumentos de preços.

Para 2014, os analistas de commodities do Itaú esperam que os preços dos metais continuem a se arrastar. Eles comentam que a reposição dos estoques e indicadores bons da China impulsionaram os preços no terceiro trimestre. No entanto, o banco espera apenas estabilização do crescimento da economia chinesa, e não aceleração.

O índice de metais não ferrosos do próprio banco deve ter queda de 9,7% neste ano e de 7% no ano que vem, em linha com os fundamentos globais fracos para os metais, dizem os analistas.

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