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sábado, 25 de março de 2017

Crise do Google por conteúdo de ódio no YouTube se aprofunda

A polêmica em torno da colocação de anúncios está se espalhando por todo o planeta a um ritmo que a reação do Google não consegue acompanhar

Londres – Propagandas de grandes anunciantes da Europa e da Ásia continuam aparecendo ao lado de vídeos extremistas no YouTube dias após o gigante do setor tecnológico Google ter afirmado que estava tomando medidas para evitar que seus clientes respaldem inadvertidamente conteúdos de ódio.
Um vídeo antissemita que alega a existência de uma “ordem mundial judaica” apareceu junto com propagandas da seguradora Axa na Alemanha, da companhia de petróleo Total na França, de veículos Range Rover na África do Sul, da loja de calçados Skopunkten e do site Tradera na Suécia, de acordo com pesquisas realizadas pela Bloomberg no YouTube em cada um desses países na quinta-feira.
O vídeo também foi vinculado a marcas na Ásia — lubrificantes Castrol na Índia e fórmula infantil Cow & Gate em Hong Kong.
Um outro sermão do pastor Ahmad Musa Jibril, que, de acordo com promotores dos EUA uma vez atribuiu-se o mérito de um atentado terrorista com bomba na Arábia Saudita, pode ser visto ao lado de propagandas da Nissan na Suécia e da operadora wireless MTN Group na África do Sul.
Por sua vez, a English Defence League, islamofóbica, conta com o respaldo de anúncios de Total, Netflix, IBM e Tag Heuer International na França.
A polêmica em torno da colocação de anúncios, agora em sua segunda semana, está se espalhando por todo o planeta a um ritmo que a reação do Google, da Alphabet, não está conseguindo acompanhar.
Na quinta-feira, enquanto o presidente do conselho da Alphabet, Eric Schmidt, dizia que o Google poderia “chegar bem perto” de garantir que as propagandas das empresas não seriam colocadas perto de materiais com conteúdo de ódio, anunciantes em toda a Europa encontravam mais de uma dúzia de novos exemplos e lutavam para proteger suas marcas.
“Não sabíamos que nossas propagandas eram veiculadas nesse contexto”, disse a porta-voz da Axa, Anja Kroll, por e-mail.
“Nós tomamos providências imediatas para atualizar os filtros e acabar com a veiculação” dos anúncios junto com esses vídeos porque “diversidade, tolerância e receptividade são valores de importância fundamental para nós e os praticamos diariamente”.

Polêmica global

Embora a Axa não tenha retirado suas propagandas do YouTube, a unidade alemã está usando filtros de “lista negra” para evitar que seus anúncios apareçam perto de conteúdos extremistas, racistas ou de caráter não desejável, disse Kroll.
Neste caso, disse ela, os filtros aparentemente falharam.
“Não fazemos comentários sobre vídeos individuais, mas, conforme anunciado, iniciamos uma análise ampla de nossas políticas de publicidade e nos comprometemos publicamente a implementar mudanças que darão às marcas mais controle sobre onde suas propagandas aparecem”, disse um porta-voz do Google.
“Também estamos aumentando as exigências a nossas políticas de publicidade para proteger melhor as marcas de nossos anunciantes.”
O leque global de companhias envolvidas na polêmica ilustra a magnitude do problema para o Google, que corre o risco de sofrer danos em suas finanças e em sua reputação.
A companhia já é acusada em um processo judicial aberto pela família de uma vítima de um ataque terrorista de lucrar com anúncios vinculados à propaganda terrorista que fomenta a violência.
A crise recente eclodiu depois que uma investigação do jornal The Times, de Londres, revelou na semana passada que propagandas estavam sendo veiculadas junto com conteúdos ofensivos.
O valor de mercado da Alphabet diminuiu cerca de US$ 24 bilhões nesta semana.

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