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domingo, 18 de outubro de 2015

‘O câncer não deve ser encarado como um caminho direto pra morte’


‘O câncer não deve ser encarado como um caminho direto pra morte’
Ana Paula Hilária e Fátima Assis Dias lutam contra o câncer de mama e consideram a alegria e o pensamento positivo verdadeiros “remédios” para enfrentar a doença
Celebrado em todo o país como o mês de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa levanta um alerta quanto à importância de orientação sobre a doença que atinge milhares de mulheres e também homens em todo o mundo. Em Franca, até o mês passado, o Hospital do Câncer realizou mais de 26 mil atendimentos. No ranking dos tipos mais comuns da doença estão o câncer de próstata, mama, cabeça e pescoço, neoplasias da medula óssea, colo do útero e pulmão. 
 
De acordo com Eliane Aparecida Bonini de Melo, fundadora do Instituto Iansa (Instituição de Apoio Nossa Senhora Aparecida), entre as mulheres que frequentam a casa de apoio, metade trata de câncer de mama. 
 
Em 2013, a dona de casa Ana Paula Hilária, 36, descobriu um nódulo no seio por acaso. Avessa a médicos, ela mudou de opinião depois que recebeu o diagnóstico ainda no início da doença. “Hoje eu faço questão de falar sobre a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento”, disse. “Minha opinião foi reforçada ainda mais depois que a minha irmã descobriu um câncer no útero. Em apenas quatro meses ela acabou falecendo, pois descobriu o tumor muito tarde”, completou.
 
Com 48 anos, a diarista Fátima Aparecida de Assis Dias, descobriu o câncer no início do ano e teve que retirar uma das mamas. Para ela, campanhas como o Outubro Rosa são essenciais no trabalho de conscientização sobre a importância dos exames. “A campanha é um alerta muito importante, pois ajuda a orientar e informar sobre a doença”, disse.
 
Encarar o câncer com positividade, enxergando no diagnóstico uma nova oportunidade de viver, segundo as pacientes, é essencial para garantir o sucesso do tratamento. “Uma das grandes dificuldades que enfrentamos é conviver com a insegurança passada pelos outros que nos condenam antes mesmo de qualquer tratamento”, disse Ana Paula. “O câncer não deve ser encarado como um caminho direto para a morte e sim como uma nova chance de viver, enfrentar os obstáculos e ressurgir ainda mais forte. A minha fé me ajudou a chegar até aqui”, disse Fátima.
 
Autoestima
Perder os cabelos ou retirar toda a mama são consequências de tratamentos para milhares de vítimas do câncer de mama e vencer a tristeza que muitas vezes as assola não é fácil.
 
Segundo Ana Paula, que perdeu todos os pelos do corpo após a quimioterapia e retirou uma das mamas, a alegria de viver foi maior que qualquer perda e lhe garantiu manter uma boa autoestima. “No início imaginava como as pessoas me olhariam na rua já que estava careca. Não me adaptei a peruca e usava chapéus, que sempre me fizeram sentir bonita. Nunca deixei de ir ao clube, mesmo após a retirada da mama que não me impede de fazer nada. Estar viva e com saúde é o mais importante de tudo”, disse ela, emocionada.
 
O mesmo sentimento é ressaltado por Fátima. Para ela, que também teve que retirar uma mama, o mais importante é continuar viva. “Viver é uma dádiva de Deus, por isso essas questões, como a retirada da mama e a queda de cabelo, são menores. É lógico que, como mulheres, acabamos sentindo um pouco, mas nada comparado a sorte de continuarmos vivas e vencermos o câncer”, disse.
 
Prevenção
De acordo com a mastologista Maria Virgínia Thomazini, a prevenção é determinante para que as possibilidades de cura sejam maiores. “O estágio em que o câncer é descoberto é essencial para aumentar as chances de cura, por isso, ações como o Outubro Rosa são indispensáveis para estimular a população a realizar a mamografia e se prevenir”, disse.
 
De acordo com a médica, a indicação é que mulheres em geral realizem o exame de mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Em casos de riscos mais significativos, como mulheres que possuem parentes próximos que já tiveram a doença, a indicação é realizar o exame a partir dos 25 anos. “A cura depende de muitos fatores, mas podemos dizer que o diagnóstico precoce é um dos mais importantes”, disse. 

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