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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Presidente da CNM/CUT Confederação Nacional dos Metalúrgicos diz Impeachment, porra nenhuma!

Paulo Cayres Presidente da CNM CTT
Desculpem a expressão, mas não tem outra para exprimir o que eu e milhões de pessoas estamos sentindo quando assistimos ao desserviço que uma pequena parte de apoiadores e dirigentes políticos da oposição está prestando ao país, ao fazer essa reivindicação absurda.

Os golpistas de plantão parecem não gostar da democracia. Se o resultado das urnas fosse diferente, certamente eles seriam os primeiros a condenar manifestações como essas, que têm bandeiras vazias, como o impeachment, e outras perigosas e inimagináveis, como a intervenção militar.

O direito de se manifestar é legítimo, mas querer mudar na marra o resultado da eleição é pura má-fé, para dizer o mínimo. E o que mais me admira é ver algumas lideranças de partidos políticos entrando nesse perigoso jogo, quando seu papel é o de defender a democracia, reconhecendo o resultado soberano das urnas.

Dilma Rousseff foi reeleita com toda a legitimidade, com votos recebidos em todas as regiões do país. O resultado pode incomodar a elite pelo fato de ser a primeira vez que um projeto político nacional se mantém no poder por quatro eleições democráticas seguidas e que pode continuar sendo escolhido nas próximas eleições.

E se essa elite não tem conseguido vencer – mesmo jogando pesado, como tem feito ao longo dos 12 últimos anos e tendo como principais aliados e porta-vozes os meios de comunicação tradicionais –, agora parece que ela quer partir para o tudo-ou-nada, quer rasgar a Constituição e colocar cidadãos brasileiros contra cidadãos brasileiros, classe média contra pobres e por aí vai.

Por trás dessa disputa que a direita insiste em continuar promovendo – no tal “terceiro turno” das eleições –, há uma única coisa: o interesse dos grandes capitalistas e do mercado financeiro, que não se conformam em ver o Brasil seguindo cartilha diferente da deles. Eles não admitem que o Estado continue cumprindo o seu principal papel, que é o de promover o bem-estar social, com redução das desigualdades.

Mas nós, que lutamos pela democracia e estamos batalhando a cada dia por sua consolidação; nós, que sempre sonhamos com a igualdade de direitos e oportunidades para homens e mulheres, independente de raça, credo ou opção sexual, não vamos aceitar nem permitir nenhuma tentativa de golpe neste país.

A classe trabalhadora ainda tem uma pauta extensa de reivindicações e vai continuar lutando por ela junto ao governo e ao Congresso Nacional. E vai ocupar as ruas para defender essa pauta, a democracia e o resultado das eleições.

Os trabalhadores e as trabalhadoras, ao lado de estudantes, donas de casa e movimentos sociais, já fizeram isso no passado para lutar contra a ditadura militar, por seus direitos e, principalmente, pela liberdade do nosso povo. Por isso, nós não podemos e não vamos admitir qualquer tentativa que coloque em jogo nossos direitos e as liberdades democráticas reconquistadas por meio dessas lutas.

Aos inconformados de plantão, só resta dar um conselho: aprendam a fazer política com P maiúsculo, apresentem projetos consistentes e façam a disputa com responsabilidade. Reiterando: impeachment, porra nenhuma!

* Paulo Cayres é trabalhador na Ford e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

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