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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Sidepar fecha e vai acabar com 800 empregos diretos, Crise pode chegar em Açailândia

Crise Pode Chegar ao Maranhão

O fim chegou até mesmo para quem detém mina para extração de minério de ferro. E é o que está acontecendo com a Sidepar (Siderúrgica do Pará), que opera quatro alto fornos em sua planta no Distrito Industrial de Marabá e não depende da Vale para comprar minério de Ferro. É que a guseira tem uma mina em Floresta do Araguaia e traz de lá a principal matéria prima para a produção do ferro gusa aqui.

No efeito dominó que iniciou em 2008, o Distrito Industrial de Marabá viu uma a uma fechar as nove empresas do setor em função da crise mundial que fez despencar o preço do minério de ferro e também do gusa. Agora, só resta a Ibérica, que está com sinal de alerta ligado no máximo e sobrevive graças a um acordo de recuperação judicial que está quase para terminar.

Embora também tenha sido afetada pela queda do preço do aço, a Sinobras não entra na conta das nanicas guseiras porque sua produção é comercializada no mercado nacional e está prestes a alcançar auto-suficiência na produção de carvão vegetal por ter investido de forma correta e de acordo com a legislação no plantio de eucalipto em dez fazendas no vizinho estado do Tocantins.

Segundo Neiba Nunes, à época do auge do polo guseiro de Marabá, as 11 siderúrgicas chegaram a gerar 8.600 postos de trabalho. Agora, apenas com a Ibérica, que opera somente um alto forno, existem só 250 trabalhadores empregados no setor, que entra em estado quase total de inanição.

Em relação à Sidepar, Neiba lamentou o fechamento da empresa e confirmou que manteve reunião na última semana com diretores daquela indústria, que garantiram que vão honrar o compromisso com os trabalhadores, pagando as indenizações devidas. “A tristeza não é apenas pelo fechamento da Sidepar, mas por falta de uma política pública para que o Brasil não viva apenas de exportar matéria prima e depois comprar produtos industrializados lá de fora”, lamentou.

Um dos fatores que desmotivaram os diretores da Sidepar, segundo Neiba, é o baixo preço do ferro gusa que a China está praticando no mercado internacional, vendendo o produto por 200 dólares da tonelada, enquanto o custo dela para produção aqui seria de 350 dólares. “Temos uma carga tributária muito alta. Apesar de toda a estrutura logística que possui e ainda uma mineração própria, a Sidepar também não aguentou e está encerrando suas atividades”, disse Neiba.

Como se trata de demissão coletiva, o Simetal vai acompanhar o processo de desligamento e rescisão. A empresa teria garantido que o dinheiro de pagar as indenizações está garantido, e que o drama vivido pelos funcionários da antiga Cosipar não vai se repetir.

Todavia, resta saber se as empresas fornecedoras da Sidepar terão o mesmo tratamento dos trabalhadores ou se precisarão ingressar na Justiça para receber o que lhes é devido.

Ainda ontem, a Reportagem do CORREIO tentou contato com a empresa através do telefone institucional, mas ninguém atendeu para falar sobre o fechamento e pagamento de possíveis dívidas.

Em 2013, a Sidepar alcançou vendas de 177 milhões de dólares, mas lucro de apenas 1,3 milhão de dólares, apresentando uma rentabilidade de 2,1%.

Outro problema para Sidepar tem sido a dificuldade em comprar carvão vegetal de forma legal. Em 2011, a indústria foi multada em R$ 200 milhões por utilização de carvão oriundo de desmatamento ilegal para fabricação do ferro gusa.

O Ibama acusou a siderúrgica de usar caminhões próprios para buscar o carvão em áreas de desmatamento clandestinas e, para isso, utilizava guias de autorização emitidas por empresas fantasmas. Ao comprar o carvão ilegal, a siderúrgica economiza até 60% por metro cúbico. O carvão de madeira reflorestada custa, segundo o Ibama, em média R$ 100 por metro, incluindo o custo de transporte. O carvão ilegal é vendido por R$ 40 ou R$ 50 o metro. 

 SIDEPAR

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