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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Primeiro Sinal de Rádio de um Exoplaneta foi detectado

 As ondas de rádio parecem se originar em um exoplaneta a cerca de 50 anos-luz na órbita da estrela Tau Boötisprimeiro sinal de rádio detectado em um exoplaneta

De todos os milhares de planetas além do Sistema Solar (exoplanetas) já encontrados em mais de 20 anos de pesquisas, apenas uma fração deles foi realmente observada em ondas de luz visível ou quase visível.

Isso significa que, na verdade, sabemos muito pouco sobre eles. É como se olhássemos para esses exoplanetas sob uma forte neblina, e só conseguimos ter uma ideia do que está em nossa frente.

Mas agora as coisas melhoraram um pouco: astrônomos conseguiram detectar o que parecem ser ondas de rádio geradas em um exoplaneta!

O exoplaneta em questão é o Tau Boötis b. Detectado em 1996, ele foi um dos primeiros exolanetas já descobertos, orbitando a estrela Tau Boötis.

Segundo especialistas, Tau Boötis seria uma estrela do tipo F da sequência principal, um pouco maior e mais massiva que nosso Sol, acompanhada de uma Anã Vermelha, o que a torna parte de um sistema binário.

Quanto ao sinal de rádio, O Dr. Jake Turner, da Universidade de Cornell, um dos responsáveis pela pesquisa, disse que a frequência está entre 14 e 21 megahertz.

A descoberta foi feita utilizando o observatório 'Low-Frequency Array' (LOFAR), localizado na Holanda.

Observatório LOFAR na Holanda - primeiro sinal de rádio detectado de um exoplaneta
Observatório LOFAR na Holanda, composto por 20.000 antenas de rádio individuais agrupadas em 48 seções.
Créditos: LOFAR / divulgação

"Nós acreditamos que é uma emissão do próprio planeta. Pela força e polarização do sinal de rádio e do campo magnético do planeta, sendo compatível com as previsões teóricas", disse o Dr. Turner em um comunicado.

Eles argumentam que a a polaridade circular natural do sinal, a falta de eventos de explosões solares em Tau Boötis A e a própria natureza do planeta torna muito mais provável que o sinal venha do planeta, e não das estrelas binárias.

Se esse for o caso, isso indicaria um forte campo magnético do planeta sendo bombardeado por um forte vento solar de Tau Boötis.

Infelizmente (ou felizmente, dependendo do ponto de vista) os cientistas não acreditam que isso tenha nada a ver com vida inteligente.

Eles acreditam que Tau Boötis b não deve ter condições pra sustentar vida, já que ele seria um "Júpiter Quente" (1.400° C) 6 vezes maior que nosso gigante gasoso, e orbita sua estrela com muito mais proximidade.

A boa notícia é que, se esse planeta tem um campo magnético tão forte, capaz de gerar as ondas de rádio que detectamos, ele poderia esclarecer muito sobre campos magnéticos de exoplanetas e sobre a possibilidade de vida nesses locais.

"Essas observações abrem uma nova janela sobre exoplanetas, nos dando uma nova forma de examinar mundos alienígenas que estão a dezenas de anos-luz de distância", disse o professor Ray Jayawardhana, supervisor da equipe de pesquisa que fez a descoberta.

A pesquisa foi publicada no periódico 'Astronomy and Astrophysics'. 

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