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domingo, 10 de janeiro de 2021

A Verdadeira Historia de Lupin, Serie Lançado Recentemente pela Netflix que Está Fazendo Grande Sucesso

Arsène Lupin é um personagem de ficção francêsa criada por Maurice Leblanc. Este ladrão cavalheiro é conhecido particularmente para o seu talento a usar disfarces e mudar de identidade para cometer seus delitos.



O herói aparece pela primeira vez na nova A Detenção de Arsène Lupin, aparecida na revista Je sais tout em julho 1905. O seu criador, Maurice Leblanc, retoma esta notícia na selecção Arsène Lupin, ladrão cavalheiro aparecido no mesmo ano. Em frente ao sucesso crescente da personagem junto dos leitores, as suas aventuras aparecem de 1905 até ao óbito do autor em 1941, em dezoito romances, trinta e nove novelas e cinco peças de teatro.

As suas numerosas aventuras têm para marco a França da Belle Époque e dos Années Folles, períodos durante as quais Arsène Lupin segue o guia de pensamento do seu autor : as simpatias anarquistas de Lupin nas primeiras novelas desaparecem nos trabalhos escritos durante a Grande Guerra onde Lupin torna-se muito patriota. Sobretudo, para pouco a pouco deixar de ser ladrão para tornar-se detective.

Além de ser um desportista e um combatente aguerrido, tem um dom para os disfarces e faz prova de audacidade, das concorrências que põe a proveito para vir a extremo de qualquer enigma. Ademais, o seu lado infantil e charmoso, com muito gosto intrusivo, a dobrar de um carácter torturado e misterioso, têm feito uma personagem popular que encarna a figura do ladrão cavalheiro da Belle Époque.

A sua celebridade no estrangeiro vale tantas adaptações cinematográficas estadounidenses assim como as adaptações em mangá por autores japoneses. O seu nome é unido igualmente à cidade francesa de Étretat na Normandia, que se encontra no centro de várias das suas aventuras, entre as quais L'Aiguille creuses tem contribuído ao mito que rodeia o sítio.

Finalmente, a sua popularidade tem permitido o aparecimento de um neologismo : a lupinologia. Este termo designa o estudo das aventuras lupiniennes pelos admiradores da obra de Maurice Leblanc, à moda da holmesologia.

Biografia fictícia

A grande maioria dos relatos que compõem o ciclo « Lupin » forma um conjunto coerente, ponctuado de datas, de acontecimentos relativos à vida do ladrão cavalheiro que permitem dos recontos, das devoluções a outros relatos. No entanto, a existência de contradições entre as obras de Maurice Leblanc conduzido ao que inclusive as cronologias mais desembocadas diferem em numerosos pontos. Assim, apesar das tentativas que se prosseguem, e sobretudo por aficionados, para corrigir as imperfeições dos trabalhos anteriores, as incoerências impedem o estabelecimento de uma cronologia rigorosa e definitiva.


Seriado estreado na Netflix essa semana



Em mais uma demonstração de astúcia e inteligência (e falo isso me referindo às mesmas demonstrações no conto anterior do personagem), Arsène Lupin consegue o que queria e, enfim, foge da prisão neste terceiro conto escrito por Maurice LeBlanc sobre o inesquecível “ladrão de casaca”. Mesmo que esta seja a conclusão de uma tríade iniciada em A Prisão de Arsène Lupin — para mim, um começo literário anticlimático –, o que o autor realizou nos dois contos seguintes foi algo digno de nota e digno da fama e peripécias de seu personagem.

Em alguma medida, repete-se aqui a ideia de um “crime anunciado”, como fora com o roubo de Arsène Lupin na Prisão. Mas em torno desse anúncio há um plano de fuga impossível que, ao se revelar, mostra a grande capacidade e o grande conhecimento que Lupin tinha nas mais diversas áreas. Sobre ele, descobrimos que está agindo “há apenas três anos”, no momento em que esse conto acontece, o que nos faz pensar como a sua fama cresceu rápido entre a população, a polícia e a justiça francesas.

Quando Lupin diz que planeja escapar antes de seu julgamento, a polícia se movimenta para vigiá-lo de todas as formas, ao mesmo tempo que dá corda para que faça coisas que possibilitem as autoridades prenderem os outros membros do bando. Por um momento, o leitor fica procurando as brechas que irão fazer com que o protagonista consiga fugir, e a cada novo acontecimento, a possibilidade de fuga fica mais enigmática e difícil. Eu suspeitei que havia algo muito estranho com a descrição psicológica e física de Lupin na reta final do conto, mas realmente não esperava que a condução da história fosse pelo interessantíssimo caminho que foi.

Em dado momento da narrativa, o autor fala que o povo se apinhava para ver o julgamento do grande ladrão, e essa sensação de euforia que ele descreve basicamente espelha a sensação do público ao ler esse tipo de história. O leitor espera a fuga e espera algo grandioso vindo de Lupin, sendo essa criação de expectativa algo perigoso, mas que é bem recompensado ao final do conto. Mais uma vez gostei bastante do encontro entre Lupin e Ganimard, do quanto o ardiloso ladrão se diverte com o “golpe de fuga” e o quanto isso afeta pessoalmente o inspetor, que não pode fazer nada. O fato de uma lágrima escorrer pelo rosto dele me deixou realmente tocado e apreciei muito esse detalhe destacado por Leblanc. Em A Evasão de Arsène Lupin temos, mais uma vez, o fortalecimento da palavra que define tudo ligado ao personagem: estilo.

A Evasão de Arsène Lupin (L’Évasion d’Arsène Lupin) — França, 1906
Autor: Maurice LeBlanc
Publicação original: Je Sais Tout #12 (janeiro de 1906)
Primeira coletânea: Arsène Lupin, Gentleman-cambrioleur (1907)
Edição lida para esta crítica: O Ladrão de Casaca: Edição Bolso de Luxo
Tradução: André Telles, Rodrigo Lacerda
Editora: Zahar
48 páginas


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