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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Planalto age para evitar que Doria capitalize efeitos da vacinação na eleição de 2022

 Nos bastidores, ideia de aliados de Bolsonaro é desgastar a imagem do governador paulista. Doria começou a imunização em São Paulo no domingo (17) e se antecipou ao plano nacional.



Vacinação virou um dos eixos de discórdia entre o governador de SP João Doria e o presidente Bolsonaro — Foto: Governo de SP/Reuters via BBC

A briga entre o governo federal e o governo de São Paulo pelo início da vacinação ganhará novos desdobramentos. Diante da bem-sucedida operação do governador João Doria (PSDB) para aplicar a primeira dose da vacina em São Paulo neste domingo (17), o Palácio do Planalto trabalha, nos bastidores, para desgastar o tucano junto a outros governadores, além de intensificar a artilharia virtual com ataques à gestão dele nas redes sociais.

O objetivo do governo federal agora é evitar que Doria capitalize politicamente - com desdobramentos para a eleição presidencial de 2022 - o resultado da vacinação em São Paulo.

Já João Doria, segundo o blog apurou, repete a aliados que esta foi a “pior derrota de Bolsonaro desde que o presidente foi eleito”. Por isso, o governador de SP acredita que o governo federal vai buscar culpados para a sua “sucessão de erros” e espera novos ataques do governo Bolsonaro. Mas Doria já prepara novos lances na “guerra da vacina”: pretende organizar um evento com ex-presidentes, como Lula e FHC, para serem vacinados.

Dentro do roteiro de evitar que Doria colha novos louros políticos, assessores presidenciais trabalham para desgastá-lo junto a governadores. Eles repetem nos bastidores que governadores têm procurado o ministro Pazuello para reclamar do início da vacinação por João Doria, o que teria sido um gesto “sem pensar no resto do país”.

O governador de São Paulo tem dito que é natural uma ou outra reclamação, mas que recebeu elogios e cumprimentos de governadores pela atuação do Instituto Butantan para antecipar a vacinação no estado governado por ele - como faria qualquer governador - e que foi exatamente sua atuação que pressionou o governo federal a divulgar informações sobre a vacinação em todo país.

Na última semana, quando o governo foi avisado de que não haveria a vacina de Oxford vinda da Índia, o governo federal se assustou: foi um choque de realidade perceber que a vacinação no país dependeria da Coronavac, justamente a vacina que o presidente disse que não compraria, por ser “do Doria”.

Sem saída, diante da pressão de governadores, o ministério da Saúde foi obrigado a solicitar as doses do Butantan. Doses que, segundo fontes dos Palácio do Bandeirantes, ainda não foram pagas pelo governo federal, embora já enviadas.

Doria cogita ir à Justiça se o governo federal não pagar as doses.

Pazuello Em meio aos próximos lances da “guerra da vacina”, Doria diz a aliados acreditar que o presidente Bolsonaro culpe Pazuello pela derrota na estratégia federal sobre o plano de vacinação.

Mas não só pela vacinação: também pelo caos em Manaus. Na semana passada, no auge da crise de Manaus, o Ministério da Saúde solicitou a secretários de saúde dos estados a situação de oxigênio nos hospitais. O governo federal quer evitar ser “surpreendido” com a falta de oxigênio em outros estados, caso o cenário de Covid se agrave em outras regiões.

Pazuello, de fato, tem sido muito criticado. Porém, apesar das críticas nos bastidores à atuação do ministro, vindas de políticos, integrantes do Judiciário e até de assessores presidenciais, aliados de Bolsonaro não acreditam na demissão do ministro. “O presidente gosta dele, que está firme como uma rocha”.

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