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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Parada na Volkswagen afeta produção no mês

Apesar do tombo em agosto, tendência é de recuperação moderada

A paralisação por falta de peças nas quatro fábricas da Volkswagen em agosto (leia aqui) interrompeu a moderada recuperação da produção de veículos no País que vinha sendo observada mês a mês desde maio. Foram fabricados 177,7 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que correspondeu à retração de 6,4% sobre julho passado e de 18,4% na comparação com agosto de 2015. “O fator principal da queda mensal foi a interrupção da produção de uma de nossas associadas (VW). Se não fosse por isso o número total teria ficado de 20 mil a 30 mil maior, até pouco acima das 200 mil unidades produzidas”, confirmou Antonio Megale, presidente da associação das fabricantes, a Anfavea, que divulgou os números do setor na terça-feira, 6.

Na soma dos oito meses de 2016 a produção total atingiu 1,38 milhão de veículos até o fim de agosto, em pronunciada queda de 20,1% sobre o mesmo período do ano passado, no pior resultado em mais de 10 anos. Caso não tivesse acontecido a quebra do ritmo, com mais 200 mil unidades fabricadas em agosto o total do ano chegaria a 1,4 milhão e a contração anual teria recuado para menos de 19%. “Foi uma situação pontual. Deve haver uma retomada nos próximos meses. Por isso confiamos que a produção em 2016 deve convergir para nossa projeção”, afirmou Megale.

A Anfavea projeta produção de 2,2 milhões a 2,3 milhões de veículos no País este ano, o que representa queda de 5,5% sobre 2015. Para chegar a este resultado será necessário produzir algo como 205 mil unidades/mês, em média, nos quatro meses que faltam para terminar o ano. “Acreditamos que é um número possível de ser alcançado”, avalia Megale. A projeção é amparada pela boa retomada das exportações de automóveis e leve recuperação das vendas domésticas que vem sendo observada mês a mês.

Ainda assim, mesmo se chegar às 2,3 milhões de unidades produzidas este ano, o resultado será o pior desde 2004, fazendo a ociosidade das fábricas superar os 50% – a capacidade instalada no País gira em torno de 4,5 milhões/ano.

EMPREGO

Com a produção em baixa o nível de emprego segue recuando. Em agosto foram fechadas quase mil vagas no setor, totalizando cerca de 126 mil pessoas empregadas nas fábricas de veículos e máquinas agrícolas. O efetivo é 6,2% menor do que o registrado um ano atrás. Nos últimos 12 meses, perto de 8 mil vagas foram fechadas nas montadoras, número que tende a aumentar até o fim de 2016, tendo em vista que 22,3 mil funcionários estão afastados do trabalho, com medidas de flexibilização– são 2,5 mil em layoff (suspensão temporário do contrato por até cinco meses) e 19,8 mil em PPE – Programa de Proteção do Emprego, com redução da jornada e salário de até 20% pelo período máximo de seis meses.

O nível de emprego atual da indústria é parecido com o de 2009. Caso a maior parte dos trabalhadores afastados seja de fato demitida, o número de empregados recuaria 10 anos no tempo, para 2006, quando as fábricas de veículos empregavam 107 mil pessoas e tinha produção em patamar similar ao de hoje. Portanto, em tese, estaria eliminado o excesso de mão-de-obra no setor.

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