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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Após nova ameaça de Bolsonaro, ações da Petrobrás têm forte queda na Bolsa

 O temor de interferência política na Petrobrás, com ameaça reiterada do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco, mexe com as ações da petroleira na Bolsa brasileira e também com o Ibovespa nesta sexta-feira, 19. "Anuncio que teremos mudança, sim, na Petrobrás", repetiu Bolsonaro no começo da tarde. O presidente, no entanto, acrescentou que "jamais vamos interferir nessa grande empresa, na sua política de preço".



Os comentários de Bolsonaro são feitos um dia depois de ele anunciar que vai zerar os tributos federais sobre o diesel, após novo anúncio de reajuste dos combustíveis pela Petrobrás. O presidente considerou o aumento, o quarto do ano, “fora da curva” e “excessivo”. Durante sua live semanal no Facebook, na quinta-feira, 18, ele reforçou que não pode interferir na estatal, mas ressaltou que a medida “vai ter consequência”.

Às 12h55, as ações da ON da petroleira caíam 6,25% e as PN, 5,09%. Mas logo depois da fala de Bolsonaro nesta sexta os papéis bateram em 7%. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,30%,para 118.849,74 pontos, e o dólar recuava 1,22%, sendo cotado a R$ 5,3740.

A moeda americana também recua no exterior, ante divisas fortes e alguns emergentes, em meio à perspectiva de aprovação do pacote fiscal nos moldes propostos por Joe Biden e com indicadores econômicos positivos.

"Temos de esperar para ver qual medida será tomada, quão dura será e qual pode ser o nível de intervenção", afirma Bruno Takeo, gestor da Ouro Preto Investimentos, sobre as ameaças de Bolsonaro. "A queda nas ações da Petrobrás é que está pesando, enquanto Vale, exportadoras e bancos ajudam a conter o recuo", completa. "Mas o investidor está deixando de lado o fiscal após o governo zerar impostos federais sobre o diesel. Se abre mão, perde receita e não existe compensação para isso, o que tende a atrapalhar ainda mais a questão fiscal", observa Takeo.

De acordo com a colunista Sonia Racy, do Estadão, Castello Branco não renunciará ao cargo de presidente da Petrobrás, tampouco Bolsonaro irá demiti-lo. No entanto, nos bastidores circulam especulações de que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, estaria entre os cotados para assumir a presidência da empresa. "Se de fato houver mudança e o nome for com um perfil técnico, acho que isso tranquilizará o mercado", acredita Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset.

Os investidores também têm no radar uma possível deterioração das contas públicas diante da zeragem dos tributos do diesel sem uma informação oficial sobre o impacto e a compensação do benefício.

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