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domingo, 9 de janeiro de 2022

Chefe da Anvisa rebate Bolsonaro sobre vacina infantil e cobra retratação.

 "Nunca me apropriei do que não fosse meu, nem pretendo fazer isso", disse Barra Torres em nota a Bolsonaro

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, rebateu hoje — de forma direta — os ataques feitos nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), negando haver qualquer interesse oculto do órgão por trás da aprovação da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19.

Na quinta (6), em entrevista à TV Nova, Bolsonaro sugeriu que a Anvisa e "pessoas taradas por vacina" poderiam ter "interesses" no aval à vacinação infantil, que já acontece em países como Chile e Estados Unidos. O presidente, porém, não apresentou provas de suas alegações. Mais tarde, durante sua live semanal, Bolsonaro ainda chamou a agência de "dona da verdade".

Hoje, Barra Torres rejeitou a acusação e cobrou uma retratação por parte de Bolsonaro. "Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, senhor presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa", disse o presidente da Anvisa. "Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate."

"Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário", finalizou. Como cristão, senhor presidente, busquei cumprir os mandamentos, mesmo tendo eu abraçado a carreira das armas. Nunca levantei falso testemunho. (...) Vou morrer sem conhecer riqueza, senhor presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso à frente da Anvisa.

Em relação ao recente questionamento do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quanto à vacinação de crianças de 5 a 11 anos, no qual pergunta "Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí?", o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, responde: Senhor presidente, como oficial-general da Marinha do Brasil, servi ao meu país por 32 anos. Pautei minha vida pessoal em austeridade e honra. Honra à minha família que, com dificuldades de todo o tipo, permitiram que eu tivesse acesso à melhor educação possível, para o único filho de uma auxiliar de enfermagem e um ferroviário.

Como médico, senhor presidente, procurei manter a razão à frente do sentimento. Mas sofri a cada perda, lamentei cada fracasso, e fiz questão de ser eu mesmo, o portador das piores notícias, quando a morte tomou de mim um paciente. Como cristão, senhor presidente, busquei cumprir os mandamentos, mesmo tendo eu abraçado a carreira das armas. Nunca levantei falso testemunho.

Vou morrer sem conhecer riqueza, senhor presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meus pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter. Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, senhor presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa, aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar.

Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente. Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário. 

Antonio Barra Torres Diretor Presidente - Anvisa Contra-Almirante RM1 Médico Marinha do Brasil.

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