Veja Parte da Nota Publicado Por Imprensa "CORREIO"
Informações
obtidas com exclusividade pelo CORREIO junto a fontes seguras no Rio de
Janeiro dão conta de que o grupo Argelino Cevital está a um passo de implantar sua siderúrgica em Marabá-PA, em razão de diferenças comerciais
com a mineradora multinacional Vale.
A
Vale se comprometeu em dar o suporte necessário à Cevital, inclusive
doou sua área onde um dia pretendeu erguer a natimorta Aços Laminados do
Pará (Alpa), mas isso não tem sido o bastante para as pretensões da
Cevital, que quer aproveitar-se da abundância do melhor minério de ferro
do mundo para, de cara, despejar no mercado anualmente 3,5 milhões de
toneladas (Mt) de bobinas de aço, ferro-gusa, "biletts" e "blooms", e
fazer de Marabá o maior fornecedor de trilhos para estrada de ferro da
América Latina.
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Ponte rodoferroviária de Marabá |
O Governo
do Pará, a Vale e a Cevital assinaram no dia 4 de março do ano passado
para embasar o projeto de implementação da siderúrgica. Naquele dia, a
Vale colocou à disposição da Cevital, além de cooperação técnica, todos
os estudos e projetos elaborados até então, as licenças ambientais, a
transferência do terreno de sua propriedade que seria destinado à Alpa e
a cereja do bolo:
suprimento de minério de ferro e serviços logísticos para dar vida ao empreendimento.
A
imprensa republicou à época textualmente uma fala do presidente da Vale,
Murilo Ferreira, segundo quem a multinacional iria ceder tudo sem ônus à
Cevital. "A mineradora está muito satisfeita em manter esse
entendimento mútuo com o Governo do Estado e quer continuar a dar a sua
contribuição para que esse grande empreendimento, importante para a
região, se torne perene e reduza as disparidades sociais", teria dito
Ferreira na ocasião.
XIS DA QUESTÃO
Inicialmente,
a Cevital pensou - e até fez divulgar na imprensa - uma produção anual
de aço de 2,7 Mt para a siderúrgica. Porém, os argelinos cresceram os
olhos e querem mais de Carajás.
Matematicamente,
para a Cevital produzir 2,7 Mt de aço conforme suas pretensões, a Vale
teria de lhe repassar 4,5 Mt de minério de ferro por ano.
Até
aí, tudo bem. A mineradora se comprometeu em "dar" o minério a custo de
fábrica. Vale lembrar que as minas de ferro que iriam abastecer a
Cevital são as de menor custo do mundo - as das serras Norte
(Parauapebas-PA) e Leste (Curionópolis-PA)
produzem a tonelada de minério por 13,20 dólares e em Serra Sul (Canaã
dos Carajás) a produção é prevista para chegar a 7,70 dólares.
Só
que a Cevital quer, agora, produzir 3,5 Mt de aço, para o que são
necessárias 7 Mt de minério. É como se a mina de Serra Leste tivesse de
trabalhar o ano inteiro para atender apenas a Cevital, que compraria o
melhor produto do mundo, com 67% de hematita, pela liquidação de 13,20
dólares - enquanto nas demais relações comerciais a Vale vende o produto
por 82,01 dólares (cotação da tonelada na terça-feira da última semana,
28 de março) e ainda ganha bônus de, no mínimo, 10 dólares em contratos
futuros pelo excepcional teor da commodity do Sistema Norte.
Nota da Vale
Em
nota, a Vale esclarece que "no Memorando de Entendimento assinado com a
Cevital Groupe, em março de 2016, foi estabelecida uma cláusula padrão
de confidencialidade, o que não permite aos envolvidos comentarem sobre
valores contratuais de preços de minério e de transporte.
A
Vale reitera, contudo, o seu esforço conjunto com o Governo do Pará e a
Cevital para a atração de novos empreendimentos para Marabá e região,
que fomentem a cadeia produtiva da mineração em condições competitivas. A
Vale acredita que o empenho de todos os partícipes é fundamental para a
plena realização desse importante empreendimento".
A Cevital também foi procurada, mas não enviou nota à Redação até o fechamento desta edição.
O QUE ESPERAR?
Novo presidente da Vale pode decidir rumos da siderúrgica
Segundo
consta, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e
Energia, Adnan Demachki, está para furar a sola do sapato de tanto
viajar ao Rio de Janeiro, para tentar sensibilizar os chefões da Vale, e
a Brasília, para buscar ajuda junto a ministros no sentido de deliberar
o que for necessário para que a siderúrgica não tarde muito menos
falhe. Somam-se aos esforços de Demachki os suores de lideranças de
Marabá, que não veem a hora de o primeiro baldrame da obra começar a ser
erguido.
Durante
a etapa da construção do empreendimento, a siderúrgica teria capacidade
de absorver 50% dos atuais 40.000 desempregados de Marabá, que ganhou
10.000 apenas nos últimos três anos. Será?
No
meio de tanto desejo e sonho, está o impasse. A Vale se diz disposta a
doar toda a estrutura da sepultada Alpa a preço de banana. Não porque é
boazinha, mas, sim, em razão de pressão da sociedade marabaense e do
Governo do Estado, junto ao qual a mineradora pleiteia incentivos
fiscais para continuar sendo a rainha do Pará, detentora de esmagadora
fatia do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e a toda-poderosa do
mercado transoceânicos do minério de ferro, com o melhor produto do
mundo.
Já a
Cevital - que está se associando ao grupo sul-coreano Posco (nada mais,
nada menos, o terceiro maior produtor de aço do globo) e, talvez, por
este esteja sendo teleguiada - coloca suas cartas sobre a mesa e diz que
só encara Marabá com o favorecimento de insumos e logística, entre os
quais reduzir o frete do aço via Estrada de Ferro Carajás (EFC)
oferecido pela Vale de 45 dólares para 5 - o custo normal seria de 55
dólares, ou seja, a Vale está disposta a quebrar o preço em 10 dólares.
Murilo
Ferreira, por seu turno, alega que, se a Cevital quiser minério além do
compromisso feito pela empresa, terá de comprar a preço de mercado,
isto é, sete vezes a mais que o custo de fábrica, e aceitar o preço do
frete. O grupo argelino justifica ser inviável.
Esse
balaio de gatos, em que manda quem pode e obedece quem tem juízo, deve
parar no colo do novo presidente da mineradora, o engenheiro de produção
Fabio Schvartsman, eleito pelo Conselho de Administração da
multinacional na segunda (27) e que vai tomar posse no final de maio.
Schvartsman é quem deve decidir os rumos da negociação. Inclusive,
estarão em sua canetada as concessões para a vinda (ou não) da
siderúrgica.
Em
julho, quando a Cevital detiver os estudos de viabilidade
técnico-financeira do projeto, deve sair o veredicto de se e quando os
argelinos vão construir o empreendimento. Até lá, muito disse-me-disse
de bastidor vai rolar. E até lá, também, a população de Marabá vai
continuar sonhando com uma grande obra que gere emprego e renda, mas
vivendo o pesadelo das demissões mensais contabilizadas pelo drama
estatístico da vida real.
(André Santos)
"Dilema está no porto", diz secretário de Estado
Em
entrevista exclusiva ao Jornal CORREIO no início da noite desta
segunda-feira, 3, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e
Energia, Adnan Demachki, disse que a informação divulgada acima não
procede porque, segundo ele, não há impasse nas negociações sobre o
preço do minério e nem na logística para escoar a produção da Cevital.
"Há muitos itens pelos quais lutamos, e esse é um dos que estamos
tentando superar", reconheceu Adnan.
O
titular da Sedeme, que atua como moderador nas negociações entre a Vale e
a Cevital, diz em uma das reuniões do grupo de trabalho, a Vale se
comprometeu a vender a preços competitivos 4,5 milhões de toneladas de
minério de ferro e ambas as empresas assinaram um documento para
garantir essa negociação.
Posteriormente,
a Cevital contratou a engenharia da Posco, que elaborou um projeto
básico a partir do que havia sido produzido pela Vale e fez adaptações. A
Posco verificou que para ter certo equilíbrio, a Cevital precisaria
ampliar seu leque de produtos e aumentar o consumo de minério, saindo de
4,5 milhões de toneladas para 5,7 milhões de toneladas. E é nesse
aumento de 1,2 milhão de tonelada que há um impasse entre as duas
empresas, segundo Adnan.
Demachki
afirma que no assunto transporte pela Estrada de Ferro Carajás, as
diferenças foram pacificadas entre Vale e a empresa argelina, mas sem
revelar o preço acordado. A proposta é a Cevital colocar novo comboio de
vagões para atender sua demanda. "O problema está no porto. Lá em São
Luís, a Vale faz carga e descarga, mas não tem capacidade para atender a
empresa argelina, que teria de montar estrutura própria", explica.
Por
conta disso, segundo Adnan, a Cevital está avaliando um Plano B, que
demoraria bem mais do que escoar a produção pela Estrada de Ferro
Carajás, que já está pronta. A ideia seria aguardar pela Fepasa
(Ferrovia Paraense), que na matemática do secretário de Estado pode ser
licitada no segundo semestre deste ano e teria previsão para ser
inaugurada em três anos (num cenário bastante positivo).
A
Fepasa ligaria o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, a Santana do
Araguaia, no sul do Pará, passando por Marabá. "A Cevital está pensando
mais na ferrovia paraense. Talvez essa seja a solução, escoar sua
produção pelo porto de Vila do Conde. Por isso, assinou compromisso para
transportar 8 milhões de toneladas de carga".
Questionado
sobre a previsão para aprovação, por parte do governo federal, da Zona
de Processamento de Exportação (ZPE) em Marabá, o secretário Adnan diz
crer que ela pode estar aprovada ainda este ano, sem dar data
específica. A cada instante a gente supera obstáculos. Estamos há um ano
e meio para criar um cenário para que essa siderúrgica possa acontecer e
seja competitiva com as chinesas", disse o secretário, citando a
Associação Comercial de Marabá como uma das instituições que estão
envolvidas nas discussões",
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Materia a Baixo desvinculada do "CORREIO"
Inviabilização de Produção de Ferro Gusa e Aço em Açailândia-MA
Segundo aponta a matéria o Grupo Argelino Irá Pagar entre 7,70 e 13,20
dólares por tonelada de Minério de Ferro, (custo de produção da Vale) sendo que as Siderúrgicas do Maranhão pagam entorno de 80 dólares por tonelada, outra pancada seria no setor de logística, pela proposta apresentada pela Vale ao Grupo Argelino a mesma pagaria cerca de 5 dólares por tonelada transportada pelos trilhos da vale até o porto de Itaqui em São Luís sendo que as Siderúrgicas Maranhenses (Açailândia) pagam em torno de 40 dólares por tonelada.
desta forma fica impossível disputar no mercado visto o tamanho da diferença de preços e vantagens oferecidas a empresa estrangeira, a CIVETAL terá capacidade de produção aço de 2,700 mil tonelada ano, comparada com a Ciaria Gusa Nordeste que tem capacidade de apenas 600 mil tonelas de aço ano.
O setor siderúrgico de Açailândia pelo que parece está prestes a sumir do mapa.
O Governo do Estado do Maranhão terá que interceder pelo polo siderúrgico de Açailândia como o Governo do Estado do Pará Intercedeu pelo Polo Industrial de Marabá, sem essa participação governamental nas esferas estadual e municipal estará decretada a falência múltipla do setor siderúrgico de Açailândia.
Escrito Por Ver. Jarlis Adelino
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