Justiça concedeu uma liminar no fim da tarde deste sábado (29) que proíbe a CUT (Central Única dos Trabalhadores) de realizar o ato do Dia do Trabalho, no 1º de Maio,
na Avenida Paulista. Em caso de descumprimento, a CUT terá que pagar
uma multa no valor de R$ 10 milhões. A CUT diz que vai recorrer da
decisão.
A decisão é do juiz Emanuel Brandão Filho, do Tribunal de Justiça de
São Paulo. Em sua argumentação, o juiz diz que a realização do evento na
Paulista “fere as normas municipais”.
“Não está a se cercear o direito constitucional de reunião pacífica,
mas de zelar pelo cumprimento das normas municipais quando se trata da
realização de eventos comemorativos de grande magnitute em espaços
públicos”, escreveu o juiz.
Mais cedo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) comunicou que não
havia sido notificada oficialmente pela Prefeitura de São Paulo sobre a
proibição do ato do dia 1º de Maio na Avenida Paulista.
“Fiquei surpreso. Me causa estranheza que a Prefeitura tenha feito
dessa forma porque a CUT tomou todas as medidas legais para a realização
desse evento”, disse Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo. “Eu não
recebi nenhum documento da Prefeitura sob essa questão”, argumentou.
Nesta sexta-feira (28), a Prefeitura de São Paulo enviou uma nota à
imprensa informando sobre a proibição. “A Prefeitura de São Paulo
esclarece que na Avenida Paulista não será permitida a atividade
pretendida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), tal qual está
sendo anunciada pela central para o dia 1º de Maio, pois esta fere
entendimento firmado com o Ministério Público, pelo qual são permitidos
apenas três eventos (Parada do Orgulho LGBT, Corrida de São Silvestre e a
festa de Réveillon). A Prefeitura se dispõe a ceder outro local para a
realização dos shows anunciados pela CUT, como, por exemplo, o Vale do
Anhangabaú, onde foram realizados os eventos de 1º de Maio da central
sindical nos últimos anos”, diz o texto.
Neste ano, a CUT solicitou às autoridades públicas a autorização para a
festa do Dia do Trabalho na Avenida Paulista. O ato da CUT é o 1º de
Maio da Resistência, contra a Reforma da Previdência, Reforma
Trabalhista e Terceirização.
De acordo com o presidente da CUT, no dia 25 de abril, ocorreu um
encontro com a Subprefeitura da Sé, GCM, PM, Metrô e Masp, onde foram
combinados os detalhes do ato.
“Ficou tudo acertado naquele momento que o ato seria na Paulista”,
disse Izzo. “Me causa estranheza tentar impedir uma manifestação
democrática no Dia do Trabalho”, argumentou.
Segundo a CUT, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) citado pelo
prefeito João Doria (PSDB) não se enquadra neste caso, já que não haverá
palco e não será necessária a interdição da avenida por 24 horas para
montagem e desmontagem de estrutura. “Não vai trazer prejuízo à
Paulista, não vai ficar fechado o dia todo”, explicou.
O ato terá concentração em frente ao Masp, a partir das 12h, e deve
receber cerca de 100 mil pessoas. As atrações musicais já confirmadas
são Emicida, Mc Guimê, Leci Brandão, As Bahias e a Cozinha Mineira, Ilu
Obá de Min, Bixiga 70, Mistura Popular, Marquinhos Jaca e Sinhá Flor.
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