O feijão subiu 35,4%; a batata, 71,5%, a carne, 28,2%, o arroz, 83,7% e o tomate, 33,1%. As informações são da Associação Brasileira de Supermercados
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou nesta quinta-feira (11) que o preço do prato feito no Brasil subiu 43,4% em 2020.
A combinação arroz, feijão e carne, mais tomate e batata, simplesmente disparou no ano da pandemia, com destaque para a aceleração no preço do arroz, com 83,7% de elevação.
Na venda de todos os produtos, o ano de 2020 foi positivo para o setor de supermercados, que acumulou alta de 9,36% nas vendas de janeiro a dezembro na comparação com o mesmo período de 2019. Os números são do Índice Nacional de Vendas da Abras.
O feijão subiu 35,4%; a batata, 71,5% e o tomate, 33,1%.
Já a carne teve variação de 12,0% (traseiro) a 28,2% (dianteiro). O frango ficou 15,9% mais caro em 2020.
Para efeito de comparação, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou 2020 em 4,5%. Em janeiro, o índice perdeu ritmo, ficando em 0,25%.
Ovo
O preço salgado da carne fez o consumidor apelar para o ovo como principal proteína no ano passado. Em média, os brasileiros compravam 91 unidades. Em 2020, o número superou 120 ovos.
Mudança de hábitos
As vendas de dezembro nos supermercados avançaram 18,13% em relação a novembro, e quando comparadas ao mês de dezembro de 2019, o crescimento foi de 11,54%.
Com os consumidores em casa por causa da pandemia e o receio de ir às lojas, a aposta no e-commerce foi bem sucedida. Aumentaram em 21% as vendas por esse tipo de serviço.
“Devido às medidas de isolamento social, os brasileiros precisaram mudar seus hábitos, contribuindo com o aumento do consumo dentro do lar. Além disso, os estímulos concedidos pelo governo federal, como o auxílio emergencial, injetaram bilhões na economia, e boa parte desse montante foi gasto no setor”, disse Maercio Milan, vice-Presidente da ABRAS.
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial, dado pelo governo a informais e pequenos empresários que se viram sem dinheiro em 2020 por causa da pandemia, foi decisivo para o aumento nas vendas do setor de supermercados.
Na projeção para 2021, no entanto, a Abras prefere não incluí-lo como decisivo na expectativa de crescimento de 4,5%.
O gerente de Serviços de Varejo da Nielsen, Daniel Asp de Souza, que participou da entrevista coletiva da Abras nesta quinta-feira, afirmou que o setor não pode ficar esperando o auxílio em 2021.
“Mesmo que ele volte, será em um valor menor. Nós precisamos buscar reformas que realmente representem uma mudança significativa para a economia“, afirmou.
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