A estimativa, segundo consenso Refinitiv, era de alta para 14,7%, ante dado anterior de setembro de 14,6%
O desemprego no Brasil foi para 14,3% no trimestre encerrado em outubro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número ficou melhor do que o esperado. A estimativa, segundo consenso Refinitiv, era de alta para 14,7%, ante dado anterior de setembro de 14,6%.
O número de pessoas desempregadas chegou a 14,1 milhões no trimestre encerrado em outubro, aumento de 7,1% em relação ao trimestre terminado em julho, o que representa 931 mil pessoas a mais à procura de emprego no país. Com isso, a taxa de desocupação de 14,3%, um crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre encerrado em julho.
Além do aumento no número de pessoas à procura de emprego, houve alta de 2,8% na população ocupada, que chegou a 84,3 milhões de pessoas. “Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”, explica a analista da pesquisa Adriana Beringuy.
“Ao longo do ano, acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de parcela desses trabalhadores”, completa.
Apesar do aumento no número de pessoas ocupadas frente ao trimestre anterior, ainda há queda na ocupação e aumento na população fora da força quando a comparação é feita com o mesmo período de 2019.
“Se compararmos com o mesmo trimestre do ano anterior, temos uma população ocupada que é menor em quase 10 milhões de pessoas e um aumento de 12 milhões na população fora da força. Então esse pode ser um início de uma recomposição, mas as perdas acumuladas na ocupação durante o ano ainda são muito significativas”, afirma.
A analista acrescenta que a maior parte do aumento no número de ocupados veio do trabalho informal, que soma os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 9% em relação ao trimestre anterior e chegou a 9,5 milhões. Já o contingente dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ cresceu em 918 mil no trimestre encerrado em outubro. “Esses dois contingentes são importantes no trabalho informal. Dessa expansão da população ocupada de 2,3 milhões no total, 89% são de trabalhadores informais. Isso mostra que essa retomada da ocupação está sendo puxada pelo trabalhador informal, principalmente o trabalhador sem carteira do setor privado e o conta própria sem CNPJ”, diz.
Com isso, a taxa de informalidade chegou a 38,8% da população ocupada, o que representa 32,7 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre anterior, essa taxa foi de 37,4%. Já o nível da ocupação ficou em 48%, ou seja, apesar do aumento de 0,9 p.p frente ao trimestre anterior (47,1%), menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada.
A pesquisa também aponta estabilidade do rendimento médio real habitual (R$ 2.529) e da massa de rendimento real (R$ 207,9 bilhões) frente ao trimestre anterior.
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