Joaquim Barbosa
disse, em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila, exibida nesta
quarta-feira (2) na GloboNews, que não vê, hoje, condições para o
impeachment da presidente Dilma Rousseff. A entrevista de Barbosa foi
gravada antes de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar o pedido
de abertura de processo de impeachment contra Dilma.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal
"Impeachment é um mecanismo regular do sistema presidencialista, mas é
traumático. Pode trazer consequências que não temos condições de avaliar
hoje”, afirmou.
Para Joaquim Barbosa, parte das instituições brasileiras não está
funcionando. "E a que menos funciona, a meu ver, é a mais importante
delas, a Presidência da República. Acho que há uma crise na Presidência
da República. No nosso sistema político a Presidência é o centro de
gravidade. O presidente é o catalisador de todas as ações, ele se
comunica diretamente com a nação, esse é o seu papel mais importante.
Isso não ocorre no Brasil."
O ex-presidente do STF ressaltou que "o Brasil precisa de lideranças
políticas lúcidas, com uma visão muito clara de sociedade e do que
precisa ser feito para mudar o país, para completar essa formação
inacabada do Estado". Segundo Barbosa, falta alguém para dizer a verdade
para o brasileiro.
"Não vejo, tanto na ala governamental quanto na oposição, a liderança lúdica que dê a direção correta", disse.
Barbosa afirmou que as instituições de controle do Estado, como o
Judiciário e o Ministério Público, continuam funcionando e que não se
surpreendeu com o escândalo da Lava-Jato: "Para mim, isso é uma
sequência natural (do mensalão)."
Em relação ao julgamento do mensalão, Barbosa disse que as pressões não
o abalaram, mas o que chamou a atenção dele foi a questão racial.
"Fazia o que qualquer juiz sério naquela posição teria que fazer. Era
um mero executor de decisões coletivas. Estou convicto de que por trás
daqueles ataques insensatos, violentos estava a velha questão racial",
ressaltou.
Barbosa disse que não pensa em entrar para a política: "Acho que não
tenho vocação para política. Nunca gostei, nem mesmo na época de
estudante. Acho que sou uma pessoa livre demais para dar esse passo."
http://g1.globo.com
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