A Geração Solar Distribuída no Brasil Vive Déjà-vu Espanhol
A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL - Amplia sua campanha de mídia com engajamento visando
descredenciar a energia solar. É inacreditável, mas o fato é que a ANEEL abandonou seus pilares de regular e
fiscalizar as concessões em benefício da sociedade. Hoje a preocupação da agência está em agradar o lobby das
concessionárias e divulgar em suas redes sociais ataques à livre iniciativa do cidadão que deseja gerar sua própria
energia elétrica. Por outro lado, divulga, via seus diretores, a tal "segurança regulatória para captação de
investimentos”. Mas segurança para quem? Para quais investidores? Talvez multinacionais ou concessionárias com
péssima prestação de serviço ao consumidor, pois o fato é que, dia 15 de outubro, a agência apresentou proposta
para acabar com a liberdade do consumidor para gerar sua própria energia, então concluímos que o único que não
foi contemplado com a segurança regulatória foi o consumidor, elo mais fraco da cadeia.
O ataque a pequenos empreendedores virou pauta de FAKE NEWS prol concessionárias, afinal querem proteger a
todo custo os interesses dos monopólios dos grandes grupos econômicos que dominam as distribuidoras
brasileiras. O consumidor sozinho e abandonado se pergunta: é papel da agência reguladora fazer campanha em
prol do mercado de distribuidoras de energia? Inclusive com verbas públicas para marketing digital? Mas o plano vai
além: tenta confundir a população afirmando que energia solar tem subsídios, mas quais? Onde estão? No site da
Aneel, constam os subsídios às fontes de energia fósseis que penalizam o cidadão brasileiro. “Será que nós
consumidores estamos prontos para pagar o “pato”? Pois tentar nos desinformar, afirmando que energia solar
é mais cara que as termelétricas, parece piada, mas não é.
Todos nós consumidores pagamos a bandeira
vermelha e sentimos no bolso o alto custo das termelétricas, além de recebermos um péssimo serviço das
concessionárias (e pra quem tem dúvida consulte o Reclame Aqui e veja o volume de reclamações paradas na
própria Aneel, visto que não há solução). Pode haver um grande engavetamento de reclamações na agência. A
pressa que a ANEEL tem para taxar o sol não é a mesma que a agência tem para multar as concessionárias,
que atrasam milhares de projetos de geração pelo Brasil e nunca foram punidas por isso. Nós consumidores
queremos saber quais os planos da ANEEL para tirar a conta dos subsídios aos combustíveis fósseis pagos por
todos, da ordem de R$7 bilhões por ano. Esse sim é tema de interesse de todos consumidores, pois já aprendemos
que o sol brilhante em nosso país pode ser a solução. Nos perguntamos novamente: por que a ANEEL ataca e
propõe matar a energia solar distribuída no Brasil? Hoje pagamos bandeira vermelha em nossa conta de energia,
porque não há água suficiente nos reservatórios das hidrelétricas. Logo, as termelétricas que queimam carvão e
petróleo têm que funcionar por muito mais tempo, além, claro, dos geradores a diesel que geram eletricidade no
norte do país. Quem paga essa conta? Todos pagamos. Sim, todos nós pagamos a energia mais cara e poluente. Por
incrível que pareça, a escolha da ANEEL é essa, com números duvidosos e não acreditados, a agência e o Ministério
da Economia decidem decretar a morte da energia solar distribuída e fechar questão com grandes grupos
econômicos. Eles ignoram a matemática básica em prol das grandes usinas termelétricas e do subsídio para carvão
e óleo diesel.
Diferente do que vem sendo pautado pela agência, é fácil provar que não há subsídio para energia solar distribuída.
Já as bandeiras tarifárias e o subsídio ao carvão e ao petróleo, que todos nós sentimos no bolso, está no site da
ANEEL para todo mundo conferir. Após 3 semanas de audiências nas comissões do Congresso, a agência não
conseguiu explicar a origem dos números do “tal subsídio para geração solar no telhado das casas e empresas”.
Então por que essa guerra contra energia solar?
O que a concessionária mais teme é a perda de mercado, ou o Efeito Uber, onde o consumidor cativo passa a ter
direito de gerar a própria energia livre. Vamos entender a verdade sobre a taxação do sol, proposta pela ANEEL.
Muda-se a regra do jogo no meio da partida, cobra-se 62% sobre a energia injetada na rede, fecham-se 12 mil
empresas de norte a sul do país, retira-se dinheiro que circula na economia dos municípios e eleva os lucros milionários dos acionistas dos grandes grupos multinacionais. Simples assim, e está sendo feito debaixo de
nossos olhos.
Ainda se fosse verdade que a energia solar tem subsídio que pode chegar a R$ 1 bi em 2 anos, podemos dizer que
valeria mais a pena subsidiar energia solar, pois ela pode tornar, em poucos anos, desnecessário o subsídio ao
carvão e diminuir bastante a necessidade de queima de gás e óleo diesel, que tanto encarece a conta de luz dos
brasileiros. Essa estratégia livraria o brasileiro da bandeira tarifária em pouco tempo. Além do ganho ambiental,
haveria redução de custo para todos, inclusive para quem não tem energia solar.
A agência, ‘confunde’, mais uma vez, economia com subsídio. Quem produz energia solar, além de economizar,
na própria fatura, devido à energia gerada pelo sistema que ele mesmo pagou, ainda contribui com benefícios para
toda a sociedade, como diminuição das PERDAS* na rede, que são o terceiro maior consumidor de energia, atrás
apenas do consumo industrial e residencial. Sem energia solar, a energia precisa viajar 300, 400 km para chegar até
uma lâmpada. Com a geração distribuída, 10 ou 20 metros. Muita gente pergunta o que são “*PERDAS”, fazendo
uma analogia ao encanamento de água, quando percorre todo encanamento da estação de tratamento até a
torneira de casa, muito se perde nos furos do encanamento, a diferença é que para energia essas PERDAS nas
centenas de quilômetros de fios são cobradas de nós consumidores, isso mesmo, nós que pagamos pelos “furos” e
ineficiência do sistema de redes elétricas.
As bandeiras tarifárias já custaram 32 bilhões para a população entre janeiro/2015 e junho/2019, já a energia solar
distribuída gera cerca de 100 mil empregos, com expectativa de mais 540 mil até 2035, totalizando quase 600 mil
empregos, diminui os picos de potência da rede, diminuindo a necessidade de linhas de transmissão, não gera
gases de efeito estufa, dentre dezenas de outros benefícios. E claro NÃO HÁ SUBSÍDIO como dos combustíveis
fósseis. Ela gera lucro para toda sociedade. Apenas com a troca da energia do gás (até 3x mais cara) pelo solar,
serão de cerca de 60 bilhões economizados pela sociedade até 2035. Essa economia para todos
consumidores somente acontecerá caso a ANEEL desista de taxar o sol em 62%. A energia solar, que hoje
representa menos de 0,2% das unidades consumidoras do país tem um inimigo, que não é a população.
A
sociedade, como um todo terá ganhos com uso do sol no Brasil, mas o que fez a ANEEL mudar o discurso? Ainda
em agosto deste ano, a agência enviou ofício à Câmara dos Deputados, indicando a instalação de geração
distribuída para diminuir as altas tarifas da concessionária do Pará. Apenas 2 meses depois, decide taxar o sol em
62%.
A população brasileira paga anualmente cerca de R$ 700 milhões para subsidiar a energia gerada por carvão
mineral, a tecnologia mais poluente do mercado, e 6,3 bilhões para subsidiar combustíveis fósseis (como o diesel)
que atendem sistemas isolados. A ANEEL aprovou, há poucos meses, programas que subsidiam a entrada das
distribuidoras no ramo de energia solar, com programas que dão 50% de desconto para o consumidor. O que
não ela não diz é que os outros 50% serão pagos por toda a sociedade. É o pobre pagando o sistema solar do rico.
Hoje é fácil encontrar sites e ofertas na internet de venda on-line de sistemas fotovoltaicos. A Cemig tem seu braço
solar na CEMIG SIM, Energisa tem a ALSOL, Enel tem a Enel X, a EDP tem a EDP Solar, CPFL, a Envo Solar, Celpe
Cosern, Elektro e Coelba estão sob a Neoenergia Solar.
Além de centralizar o controle do sol nas concessionárias, a
ABRADEE associação das distribuidoras de energia apresentou o programa ultrapassado chamado Geração
Distribuída 2.0, Nele ela propõe claramente o encerramento da geração distribuída livre, ou seja, solar só com suas
associadas, basicamente propõe manter todos consumidores DEPENDENTES DAS DISTRIBUIDORAS, são
classificados pela ANEEL como CATIVOS, ou seja, como ESCRAVOS. Essa frase da ABRADE cria a nova figura dos
consumidores/investidores terem que PAGAR PARA SEREM ESCRAVOS.
Na Espanha, foram 9 alterações de regras em 17 anos. Em 2008, o país instalou mais de 2,5 GW de energia solar.
De 2009 até 2018, apenas 1 GW. Nós já vimos isso antes.
A ANEEL quer tapar o sol com a caneta, a população
quer deixar o sol brilhar.
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