Em pronunciamento nesta quarta-feira (13), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a campanha de vacinação contra a Covid-19 começará ainda neste mês.
"Vamos vacinar em janeiro e Manaus será também a primeira a ser vacinada. Ninguém receberá a vacina antes de Manaus", disse o ministro. "A vacina será distribuída simultaneamente em todos os estados, na sua proporção de população, e Manaus terá essa prioridade também", afirmou Pazuello.
Após o pronunciamento de Pazuello, o ministério esclareceu que a vacinação em Manaus ocorrerá como em outros locais do país, de forma "simultânea e proporcional", segundo apurou a colunista da CNN Basília Rodrigues, e que não haverá diferença de data e nem de quantidade de doses em comparação com outras cidades. Haverá apenas diferença de horário, por causa do fuso.
O ministro ainda alertou que a população deverá compreender que o início da imunização não significa ir para "rua fazendo festa".
"A vacina induz a produção de anticorpos, essa é a função da vacina, ela vai induzir a produção de anticorpos. Quem produz os anticorpos é o próprio ser humano. Essa produção de anticorpos não é no dia seguinte. A literatura fala de 30 a 60 dias. Não é tomar a vacina no dia 20 e no dia 22 estar na rua fazendo festa. Nem vai resolver o problema da infraestrutura e do tratamento precoce de Manaus", disse Pazuello.
O ministro da Saúde destacou que tem família na capital amazonense e reforçou que o estado não está enfrentando a pandemia de forma isolada do governo federal.
"Nós, em Manaus, temos que nos cuidar. Temos que seguir as orientações dos gestores. Não adianta lutar contra isso. A minha família está em Manaus, todos sabem disso. Minha filha está em Manaus. Então, quero deixar claro pra todos, que nós não estamos nem um pouco afastados de viver o problema de Manaus, estamos dentro do problema com vocês. Contem comigo e com o presidente da República", disse Pazuello.
Vacina de Oxford
Na coletiva, Pazuello disse que um avião buscará hoje 2 milhões de doses da vacina de Oxford na Índia. Segundo o colunista da CNN, Igor Gadelha, o cargueiro será da companhia aérea Azul.
A aeronave decola nesta quarta-feira (13) de Guarulhos e deve pousar, no retorno, no mesmo aeroporto. A expectativa é de que as vacinas cheguem ao Brasil até dia 18 de janeiro, mas, segundo o ministro da Saúde, as doses podem estar disponíveis no país no dia 16.
Pandemia em Manaus
Apenas nos 10 primeiros dias de janeiro, Manaus registrou 379 enterros por Covid-19 nos cemitérios públicos e privados da cidade. O número supera o recorde mensal registrado em todo o mês de maio de 2020, quando a capital do Amazonas teve 348 sepultamentos de vítimas da doença.
O colapso do sistema de saúde da capital é evidenciado desde o fim do ano passado. Nos primeiros dias de 2021, o Ministério da Saúde anunciou a abertura de 178 novos leitos de UTI em Manaus.
À CNN, o especialista em medicina tropical Silvio Fragoso afirmou que a situação da capital é agravada pelo grande número de pacientes das demais cidades do estado que se infectaram e precisam ser tratados nos hospitais de Manaus.
“Uma das principais causas para a sobrecarga de Manaus ser maior em relação a outras capitais é a infraestrutura nos outros estados: as cidades menores contam com hospitais próprios. Aqui no Amazonas, só Manaus dispõe da estrutura necessária para atender os pacientes da Covid-19. Logo, os de outras regiões vêm se tratar aqui na cidade”, explicou Fragoso.
(Publicado por Leandro Nomura)
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