Em 2016, Campinense superou o favoritismo do Sport na semifinal e venceu nos pênaltis
As
quartas de final da Copa do Nordeste começam na próxima semana, e os
confrontos prometem ser bastante equilibrados, pelo menos dentro de
campo. Bahia x Sergipe, Vitória x River-PI, Sport x Campinense e Santa
Cruz x Itabaiana-SE decidirão quem serão os quatro melhores da
competição, que podem ditar uma tendência bem comum no torneio: a
disparidade de folhas salariais. De um lado, são R$ 9,65 milhões de
orçamento mensal com os times; do outro, modestos R$ 690 mil. Significa
que, por exemplo, os salários de Diego Souza, Cleiton Xavier e Renato
Cajá, somados, poderiam pagar a folha de quatro quadrifinalistas do
Nordestão, com sobras.
Bahia (R$ 3 milhões) x Sergipe (R$ 150 mil)
O
Bahia possui duas vantagens consideráveis para o confronto. A primeira é
a manutenção da espinha dorsal do time desde o ano passado, e que
chegou a um padrão tático próximo do ideal na visão de seu treinador,
Guto Ferreira. Os zagueiros Tiago e Jackson, o volante Juninho, o meia
Régis e o atacante Hernane são os pilares do tricolor desde a Série B de
2016. A segunda é o retrospecto como mandante: o Bahia acumula, desde
que Guto foi contratado em junho passado, apenas uma derrota. Decidirá
na Fonte Nova seu futuro na Copa do Nordeste. O tricolor terminou a
primeira fase com a melhor campanha e foi a primeira equipe a não sofrer
gol nos seis primeiros jogos do torneio.
O Sergipe fez uma
campanha equilibrada na primeira fase, perdendo a liderança do Grupo E
apenas na última rodada, diante do Vitória. No entanto, não conseguiu se
impor diante dos grandes do Nordeste - perdeu as duas partidas para
rubro-negro baiano, além de ter sido derrotado pelo Bahia na Copa do
Brasil. Tem no atacante Hiago a sua principal arma, já que o atacante
marcou cinco gols e é o artilheiro do Nordestão.
Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia e Sergipe se enfrentaram pela Copa do Brasil em 2017; tricolor levou vantagem
Vitória (R$ 3 milhões) x River-PI (R$ 150 mil)
Dos
clubes do Nordeste, o Vitória foi o que mais investiu em jogadores na
atual temporada. Saltou a folha de R$ 2,3 para R$ 3 milhões em 2017,
contratando atletas como o zagueiro Fred, os meias Dátolo e Cleiton
Xavier, e o atacante André Lima. Com Argel Fucks no comando, é o time
com segundo melhor aproveitamento de pontos entre os clubes que
disputarão a Série A. Apesar do desempenho muitas vezes contestável,
mostra força para bater seus adversários nas três competições que tem
disputado até agora.
Já o River-PI foi o time mais ousado da
primeira fase. Num grupo onde os favoritos eram Sport e Sampaio Corrêa,
conseguiu brigar pela liderança da chave até a última rodada. Fora de
casa, acumulou dois triunfos e um empate na Ilha do Retiro. O atacante
Viola, com quatro gols, é o destaque do time piauiense. O outro trunfo
do River é o estádio Lindolfo Monteiro, que tem gramado muito irregular e
dificulta o toque de bola de equipes mais técnicas.
Sport (R$ 3 milhões) x Campinense-PB (R$ 270 mil)
Sob
o comando do técnico Daniel Paulista, o Sport ainda não engrenou.
Vivendo de atuações inconstantes, sofre com a descontinuidade da equipe
titular e a falta de rivais de boas referências técnicas dentro do
Campeonato Pernambucano, com exceção de Santa e Náutico. Apesar disso,
tem valores individuais que desequilibram jogos, a exemplo do meia Diego
Souza, convocado por Tite para os últimos jogos nas Eliminatórias. Na
Copa do Nordeste, quem tem feito a diferença é o rápido atacante
Rogério.
O Campinense é um dos times mais perigosos da competição.
Não à toa, foi campeão em 2013 eliminando o Sport nas quartas, e chegou
à decisão em 2016 passando pelo Leão da Ilha na semifinal. Vice-líder
do Grupo A, perdeu a primeira posição na última rodada, quando foi
derrotado pelo Santa Cruz. O time paraibano chega à segunda fase sem o
técnico Sérgio China que, apesar de ter classificado a Raposa, foi
demitido na semana passada.
Santa Cruz (R$ 650 mil) x Itabaiana-SE (R$ 120 mil)
Com
o rebaixamento à Série B do Brasileiro, a diretoria do Santa Cruz
resolveu reduzir a folha salarial e fazer investimentos mais modestos.
Atual campeão do Nordeste, o time pernambucano conseguiu ser o melhor do
Grupo A, que tinha também o eliminado Náutico. O técnico Vinícius
Eutrópio prega o discurso de que a equipe ainda está em formação, e por
isso ainda não encontrou a formação ideal para a temporada. O destaque
do time é o goleiro Júlio César, líder de uma defesa que sofreu apenas
dois gols na competição.
O Itabaiana, que terminou como líder do
Grupo D, deu azar ao ser o último dos primeiros colocados e decidirá a
vaga nas quartas fora de casa. Com um equilíbrio refletido nos números
(seis gols marcados e seis sofridos), o time sergipano tem no conjunto a
sua maior virtude. A dupla formada pelo meia Igor Alves e o atacante
Diego Neves é responsável por 66% dos gols do Itabaiana na Copa do
Nordeste - cada um marcou dois gols.
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