Uma doença que atinge os gatos e pode ser transmitida aos humanos vem se espalhando pelo país. A esporotricose, um tipo de micose provoca lesões sérias e potencialmente fatais quando não tratadas em tempo hábil.
A
doença é causada por um fungo que vive naturalmente no solo, o
Sporothrix e é transmitida a outros felinos, a cães e aos donos por meio
dos arranhões.
Não se conhece a
razão pela qual os gatos são tão suscetíveis ao fungo nem porque neles a
doença é tão grave. Um gato com lesões pode ter o fungo em suas garras.
Ao brigar com outro gato, um cão ou perseguir um rato, ele passa
o fungo por meio das unhas.

Apenas naquele ano,
segundo dados da Vigilância Sanitária do município do Rio de Janeiro,
foram 3.253 casos felinos. Já em 2016, verificou-se um aumento de 400%
no número de animais diagnosticados. Ao todo, o órgão fez 13.536
atendimentosno ano passado, seja nos institutos públicos veterinários,
em assistência domiciliar ou comunitária. Em pessoas, a Secretaria
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro registrou no ano passado 580 casos.
De
acordo com a veterinária Isabella Dib Gremião, do Laboratório de
Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos do Instituto
Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz
(INI/Fiocruz), no Brasil, a esporotricose humana não é uma doença de
notificação compulsória e, por isso, a sua exata prevalência é
desconhecida.
Gremião é a primeira
autora de um trabalho que acaba de ser publicado na revista PLOS
Pathogens sobre a transmissão da esporotricose entre gatos e humanos.
As
lesões em humanos e cães geralmente não são tão severas como nos
felinos e não tem risco de morte. Mesmo em gatos, que são mais afetados,
a doença tem cura, mas o tratamento é caro e demorado. A doença costuma
se concentrar em animais da periferia, o que dificulta o tratamento
devido principalmente ao custo.
O
fungo presente nas lesões destrói progressivamente a epiderme, a derme, o
colágeno, os músculos e até ossos. Além disso, a doença pode acometer
os órgãos internos, agravando o quadro clínico.
O
biólogo Anderson Rodrigues, professor da Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), um dos autores do artigo, afirma que não se sabe como o
fungo começou a infectar os gatos. Até o aumento no número de casos no
Rio de Janeiro,a esporotricose era considerada uma doença muito
esporádica.
De acordo com os
pesquisadores, quando o animal chega a essas condições, é comum ele ser
abandonado pelos donos. Na rua, ele continua transmitido e ao ser
enterrado em um quintal ou lixão, o solo também é infectado.
Segundo
a pesquisadora, além da capacidade de diagnosticar todos os casos e do
acesso ao medicamento, o combate ao surto de esporotricose exige que os
governos realizem campanhas educativas sobre a guarda responsável do
animal.
Fonte: Com informações do Uol
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