A maior indústria siderúrgica do mundo já eliminou descontos em impostos de exportação e elevou tarifas para alguns produtos a partir do início de maio para garantir a oferta doméstica (Imagem: Pixabay/JAHuddleston)
A China estuda impor mais tarifas sobre as exportações de aço para atingir o duplo objetivo de reduzir a produção doméstica e controlar a alta dos preços que reforça a preocupação com a inflação.
As possíveis tarifas em discussão variam de 10% a 25%, e os produtos incluem bobina a quente, segundo duas pessoas a par do assunto, que pediram anonimato.
As autoridades buscam implementar as tarifas no terceiro trimestre, embora estas ainda estejam sujeitas à aprovação final, disse uma das pessoas.
A maior indústria siderúrgica do mundo já eliminou descontos em impostos de exportação e elevou tarifas para alguns produtos a partir do início de maio para garantir a oferta doméstica.
A agência alfandegária da China não respondeu de imediato a um fax com pedido de comentário sobre os planos.
“A mensagem que isso envia ao mercado é que existe risco moral entre produtores de aço plano chineses, que podem se sentir tentados a ignorar as ordens do governo devido às margens extremamente amplas”, disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities.
Exportadores de aço laminado plano da China poderiam absorver uma tarifa de até 20%, embora produtores menores e com custo marginal mais alto seriam afetados, disse.
A China, maior exportador mundial de aço, conduz uma reforma industrial para reduzir a produção em 2021 e as emissões de carbono de uma de suas indústrias mais poluentes. O foco na oferta doméstica vem na esteira do aumento da demanda, que elevou os preços para um recorde no início do ano, e pode apertar mercados globais marcados pelos ganhos do aço à medida que economias se recuperam da pandemia.
Fora da China, os mercados mostram o maior rali do aço em uma geração. Os preços na Europa e na América do Norte batem recordes enquanto governos gastam com estímulos e infraestrutura.
Usinas se esforçam para aumentar a oferta depois da paralisação durante a pandemia, e produtores ocidentais não estão interessados em expandir capacidade depois de enfrentar anos de preços baixos e fechamentos.
Na China, autoridades implementaram uma série de restrições à produção como parte da meta de zerar as emissões líquidas.
Mas o resultado foi um aumento do volume produzido no primeiro semestre – a caminho de superar o recorde do ano passado – devido ao receio da escalada das restrições e escassez. Isso elevou os preços do aço, incentivando usinas a continuarem produzindo grandes volumes, e coincidiu com a forte demanda dos setores de manufatura e construção.
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