A ONU disse que os países que enfrentam surto de zika vírus devem dar
às mulheres acesso à interrupção voluntária da gravidez. O vírus é
suspeito de ser a causa do aumento do número de casos
de microcefalia em
bebês.
Nesta sexta-feira (5), o principal comissário de Direitos Humanos da
ONU, Zeid Ra'ad AlHussein, conclamou os países afetados pela epidemia a
disponibilizar aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva para
mulheres e permitir o direito ao aborto. "As leis e as políticas que
restringem acesso a esses serviços devem ser urgentemente revistas, em
consonância com os direitos humanos, a fim de garantir o direito à saúde
para todos", disse o comissário, em um comunicado.
No Brasil, um dos mais afetados pela epidemia, a interrupção da
gravidez é proibida, salvo em casos de estupro, riscos de vida para a
mãe ou em caso de feto anencefálico. A microcefalia e outras
má-formações dificilmente são diagnosticadas antes da 20ª semana de
gestação, no quinto mês de gravidez. O número de casos de microcefalia
associados ao zika tem ampliado a ocorrência de aborto ilegal e abriu
uma discussão sobre o acesso à interrupção da gestação no país.
“Como eles podem pedir para essas mulheres não ficarem grávidas e não
oferecerem a possibilidade de interromper a gravidez, se elas
desejarem?”, disse a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Direitos Humanos, Cécile Pouilly, ao ser questionada sobre
países como El Salvador, que criminalizam o aborto. A entidade da ONU
fica em Genebra (Suíça).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.