Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT
O ano de 2013 começa sob os impactos da crise econômica mundial. No Brasil, estes impactos foram amenizados graças às medidas que estão sendo aplicadas pelo governo desde 2008, como a recente redução do IPI, que garantiram a manutenção dos empregos na indústria e a estabilidade da economia. A essas medidas, somam-se os resultados do debate sobre a política industrial, realizado no âmbito do Plano Brasil Maior, que têm colocado os metalúrgicos e os/as trabalhadores/as no centro da disputa da política industrial.
No âmbito da economia o país está vivendo um cenário equilibrado e com estímulos governamentais importantes e inéditos, como a redução da tarifa de energia elétrica, beneficiando indústrias e os consumidores. Mas, no aspecto político o ano começa bem movimentado, antecipando os embates ideológicos da campanha eleitoral de 2014, que têm, de um lado, o governo federal e as forças progressistas, e, de outro, a oposição e suas atitudes reacionárias. E as ações que a direita vem empreendendo mostram que, embora atordoada, ela não está sepultada, longe disso.
Em momentos como estes, todo cuidado é pouco. Portanto, 2013 começa merecendo atenção redobrada da esquerda e das forças progressistas do Brasil. A oposição certamente continuará tentando desgastar a popularidade da presidenta Dilma a todo custo. O ensaio é este ano, pois em 2014 virá o jogo duro, com a direita fazendo de tudo para retomar o poder político. Na hipótese disso ocorrer, perderão a democracia e a classe trabalhadora e todo o avanço social conquistado estará sob risco. Não podemos permitir que nosso país viva a receita que está acabando com os direitos sociais na Europa, que é o modelo apoiado pela oposição brasileira.
Para o movimento sindical cutista, 2014 será, sem dúvida, de relevante importância. A reeleição de Dilma Rousseff aponta para a continuidade do projeto de crescimento com distribuição de renda e forte inserção do Estado como agente de fomento desse desenvolvimento. Será o 12º ano de um governo oriundo dos movimentos populares e de derrota do neoliberalismo. Será a vitória de um projeto personificado em Luiz Inácio Lula da Silva que, desde 2012, tem sido o principal alvo de ataques da oposição, que tenta desqualificá-lo enquanto principal liderança brasileira e também todos a ele ligados, como a presidenta Dilma.
Esse projeto representado por Lula e Dilma é um pesadelo para a direita brasileira e também a mundial, pois se tornou o modelo a ser seguido no combate aos efeitos da crise internacional da economia. Muita coisa está em jogo nesse singular 2014: o avanço da democracia de fato, com a continuidade de uma política de Estado voltada para a distribuição de renda e a soberania nacional; ou a derrota desse projeto, viabilizando o retorno dos privatistas e de toda a agenda neoliberal de desmonte do Estado e criminalização dos movimentos sociais.
Vale lembrar que em 2014 também teremos uma geração de eleitores que não tem clareza dos referenciais que propiciaram a eleição de Lula em 2002, não conviveu com o desemprego e a inflação, não viveu os anos de resistência das décadas de 1980 e 1990. Esse fator não pode ser desprezado pelas forças progressistas vinculadas ao projeto da classe trabalhadora. Todas as nossas energias, portanto, deverão ser concentradas no debate com a sociedade sobre qual projeto de país queremos.
Além disso, 2014 será atípico para todos nós. Teremos Carnaval em março e Copa do Mundo em junho e julho, além da campanha eleitoral, que vai para as ruas já em agosto. Portanto, será um ano curto e, em função disso, torna-se necessário estabelecermos um calendário de ações para antecipar esse debate.
Nossas ações deverão ser dirigidas às massas populares, com uma agenda voltada para fora do movimento sindical. E nossos candidatos, aqueles de origem sindical, serão os porta-vozes do projeto que defendemos e ajudamos a construir, numa disputa duríssima contra o poder econômico que, se não conseguir eleger o presidente, certamente jogará suas fichas na disputa pelo Congresso, na tentativa de ampliar uma frente parlamentar de oposição.
Além de participar ativamente de todo esse jogo político, é preciso aprofundar o debate sobre o nosso projeto para dentro do ramo metalúrgico e do macrossetor da indústria da CUT, do qual participam, além da CNM/CUT, a CNQ (trabalhadores químicos), a CNTV (trabalhadores do vestuário), a CONTAC (trabalhadores em alimentação e agroindústria) e a Conticom (trabalhadores na construção civil e madeira). Cabe a essas entidades dos trabalhadores cutistas fortalecer a sua atuação conjunta na disputa por uma política industrial para o Brasil. Vale lembrar que a nossa Central, ao articular os macrossetores, resgata um dos princípios que nortearam a sua criação há quase 30 anos: a unificação das lutas dos trabalhadores de todos os ramos.
E como o ano que vem será curto demais, é necessário que já em 2013 todo esse nosso trabalho comece a ser articulado, para que seja possível avaliar antecipadamente nossas potencialidades e nossas limitações e direcionar nossa ação.
No âmbito da economia o país está vivendo um cenário equilibrado e com estímulos governamentais importantes e inéditos, como a redução da tarifa de energia elétrica, beneficiando indústrias e os consumidores. Mas, no aspecto político o ano começa bem movimentado, antecipando os embates ideológicos da campanha eleitoral de 2014, que têm, de um lado, o governo federal e as forças progressistas, e, de outro, a oposição e suas atitudes reacionárias. E as ações que a direita vem empreendendo mostram que, embora atordoada, ela não está sepultada, longe disso.
Em momentos como estes, todo cuidado é pouco. Portanto, 2013 começa merecendo atenção redobrada da esquerda e das forças progressistas do Brasil. A oposição certamente continuará tentando desgastar a popularidade da presidenta Dilma a todo custo. O ensaio é este ano, pois em 2014 virá o jogo duro, com a direita fazendo de tudo para retomar o poder político. Na hipótese disso ocorrer, perderão a democracia e a classe trabalhadora e todo o avanço social conquistado estará sob risco. Não podemos permitir que nosso país viva a receita que está acabando com os direitos sociais na Europa, que é o modelo apoiado pela oposição brasileira.
Para o movimento sindical cutista, 2014 será, sem dúvida, de relevante importância. A reeleição de Dilma Rousseff aponta para a continuidade do projeto de crescimento com distribuição de renda e forte inserção do Estado como agente de fomento desse desenvolvimento. Será o 12º ano de um governo oriundo dos movimentos populares e de derrota do neoliberalismo. Será a vitória de um projeto personificado em Luiz Inácio Lula da Silva que, desde 2012, tem sido o principal alvo de ataques da oposição, que tenta desqualificá-lo enquanto principal liderança brasileira e também todos a ele ligados, como a presidenta Dilma.
Esse projeto representado por Lula e Dilma é um pesadelo para a direita brasileira e também a mundial, pois se tornou o modelo a ser seguido no combate aos efeitos da crise internacional da economia. Muita coisa está em jogo nesse singular 2014: o avanço da democracia de fato, com a continuidade de uma política de Estado voltada para a distribuição de renda e a soberania nacional; ou a derrota desse projeto, viabilizando o retorno dos privatistas e de toda a agenda neoliberal de desmonte do Estado e criminalização dos movimentos sociais.
Vale lembrar que em 2014 também teremos uma geração de eleitores que não tem clareza dos referenciais que propiciaram a eleição de Lula em 2002, não conviveu com o desemprego e a inflação, não viveu os anos de resistência das décadas de 1980 e 1990. Esse fator não pode ser desprezado pelas forças progressistas vinculadas ao projeto da classe trabalhadora. Todas as nossas energias, portanto, deverão ser concentradas no debate com a sociedade sobre qual projeto de país queremos.
Além disso, 2014 será atípico para todos nós. Teremos Carnaval em março e Copa do Mundo em junho e julho, além da campanha eleitoral, que vai para as ruas já em agosto. Portanto, será um ano curto e, em função disso, torna-se necessário estabelecermos um calendário de ações para antecipar esse debate.
Nossas ações deverão ser dirigidas às massas populares, com uma agenda voltada para fora do movimento sindical. E nossos candidatos, aqueles de origem sindical, serão os porta-vozes do projeto que defendemos e ajudamos a construir, numa disputa duríssima contra o poder econômico que, se não conseguir eleger o presidente, certamente jogará suas fichas na disputa pelo Congresso, na tentativa de ampliar uma frente parlamentar de oposição.
Além de participar ativamente de todo esse jogo político, é preciso aprofundar o debate sobre o nosso projeto para dentro do ramo metalúrgico e do macrossetor da indústria da CUT, do qual participam, além da CNM/CUT, a CNQ (trabalhadores químicos), a CNTV (trabalhadores do vestuário), a CONTAC (trabalhadores em alimentação e agroindústria) e a Conticom (trabalhadores na construção civil e madeira). Cabe a essas entidades dos trabalhadores cutistas fortalecer a sua atuação conjunta na disputa por uma política industrial para o Brasil. Vale lembrar que a nossa Central, ao articular os macrossetores, resgata um dos princípios que nortearam a sua criação há quase 30 anos: a unificação das lutas dos trabalhadores de todos os ramos.
E como o ano que vem será curto demais, é necessário que já em 2013 todo esse nosso trabalho comece a ser articulado, para que seja possível avaliar antecipadamente nossas potencialidades e nossas limitações e direcionar nossa ação.
Defesa da democracia
As lições aprendidas no episódio ainda não encerrado da ação penal 470 nos remetem a um urgente debate sobre a importância da defesa da democracia e do papel dos três poderes no jogo político brasileiro, inclusive para cobrar isonomia e o mesmo rigor no julgamento de escândalos como o do mensalão mineiro e o do empresário Carlinhos Cachoeira. Não devemos simplesmente deixar a “coisa rolar”.
É nossa tarefa fazer com que os avanços oriundos das políticas inclusivas desse último período – que a oposição tenta desqualificar – sejam reconhecidos pelas massas beneficiadas. Isso requer debate e, como consequência, requer interlocutores. Esse deverá ser o papel do sindicalismo cutista.
Não significa que vamos renunciar ao nosso papel sindical, mas sim ampliar nossa ação junto aos trabalhadores, para não deixarmos cair no esquecimento o passado recente do país e as manobras golpistas da direita brasileira, onde quer que ela se aquartele.
Este ano vamos realizar a plenária estatutária da CNM/CUT, a princípio marcada para junho. Nela, será preciso debater os rumos da política industrial brasileira, a geração de mais e melhores empregos, sem esquecer que, para que isso ocorra, o Estado brasileiro não pode prescindir de seu papel de fomento ao desenvolvimento com distribuição de renda e democracia.
Esse modelo de Estado não é – e isso ninguém pode duvidar – o modelo defendido pela direita, muito pelo contrário. Por isso, nossa plenária deve debater quais ações são necessárias ao movimento sindical cutista para que os avanços obtidos nos últimos 10 anos não sejam desprezados pelos trabalhadores, notadamente os mais jovens. Nosso sindicalismo precisa estabelecer de forma clara sua ação junto à juventude e à sociedade.
E não podemos nos restringir apenas a uma pauta meramente economicista. Além dos objetivos estratégicos já traçados para as lutas da categoria – e o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho é um dos principais –, devemos avançar nas propostas de políticas públicas que afetam a vida dos trabalhadores, notadamente a política industrial, a educação, a previdência e a saúde pública.
Sabemos que ainda é preciso percorrer um longo caminho para que a democracia seja efetiva no Brasil. Estamos no rumo certo, mas queremos garantir também que ela chegue de fato no chão de fábrica, pois é lá onde o respeito ao ser humano ainda é tênue e frágil. Temos certeza de que somente a organização dos trabalhadores a partir do seu local de trabalho é que poderá garantir a democracia onde ela ainda não chegou.
Essas são as nossas principais tarefas para 2013. E a CNM/CUT tem a convicção de que o ramo metalúrgico e o movimento sindical cutista irão atuar com clareza e determinação para que a democracia, que deu um salto de qualidade nos últimos 10 anos, avance ainda mais e chegue à sua plenitude.
* Paulo Cayres é presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, membro do Conselho Deliberativo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e da Coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT
É nossa tarefa fazer com que os avanços oriundos das políticas inclusivas desse último período – que a oposição tenta desqualificar – sejam reconhecidos pelas massas beneficiadas. Isso requer debate e, como consequência, requer interlocutores. Esse deverá ser o papel do sindicalismo cutista.
Não significa que vamos renunciar ao nosso papel sindical, mas sim ampliar nossa ação junto aos trabalhadores, para não deixarmos cair no esquecimento o passado recente do país e as manobras golpistas da direita brasileira, onde quer que ela se aquartele.
Este ano vamos realizar a plenária estatutária da CNM/CUT, a princípio marcada para junho. Nela, será preciso debater os rumos da política industrial brasileira, a geração de mais e melhores empregos, sem esquecer que, para que isso ocorra, o Estado brasileiro não pode prescindir de seu papel de fomento ao desenvolvimento com distribuição de renda e democracia.
Esse modelo de Estado não é – e isso ninguém pode duvidar – o modelo defendido pela direita, muito pelo contrário. Por isso, nossa plenária deve debater quais ações são necessárias ao movimento sindical cutista para que os avanços obtidos nos últimos 10 anos não sejam desprezados pelos trabalhadores, notadamente os mais jovens. Nosso sindicalismo precisa estabelecer de forma clara sua ação junto à juventude e à sociedade.
E não podemos nos restringir apenas a uma pauta meramente economicista. Além dos objetivos estratégicos já traçados para as lutas da categoria – e o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho é um dos principais –, devemos avançar nas propostas de políticas públicas que afetam a vida dos trabalhadores, notadamente a política industrial, a educação, a previdência e a saúde pública.
Sabemos que ainda é preciso percorrer um longo caminho para que a democracia seja efetiva no Brasil. Estamos no rumo certo, mas queremos garantir também que ela chegue de fato no chão de fábrica, pois é lá onde o respeito ao ser humano ainda é tênue e frágil. Temos certeza de que somente a organização dos trabalhadores a partir do seu local de trabalho é que poderá garantir a democracia onde ela ainda não chegou.
Essas são as nossas principais tarefas para 2013. E a CNM/CUT tem a convicção de que o ramo metalúrgico e o movimento sindical cutista irão atuar com clareza e determinação para que a democracia, que deu um salto de qualidade nos últimos 10 anos, avance ainda mais e chegue à sua plenitude.
* Paulo Cayres é presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, membro do Conselho Deliberativo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e da Coordenação do Macrossetor da Indústria da CUT
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