Principal destaque negativo, segundo analistas, ficou para o Ebitda abaixo do esperado, com preços realizados de minério menores do que as projeções
SÃO PAULO – Apesar da forte disparada do lucro, de 821% na comparação anual, para R$ 1,824 bilhão, o resultado da Usiminas (USIM5) não agradou os investidores e analistas de mercado, fazendo com que a ação da companhia caísse mais de 6% nesta sexta-feira (29). Às 12h30 (horário de Brasília), apesar de ter amenizado a queda, o ativo ainda tinha forte baixa, de 5,37%, a R$ 13,56, também impactado pela queda do minério.
O principal destaque negativo, segundo analistas, ficou para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), de cerca de R$ 2,9 bilhões em termos ajustados. O número ficou 5% abaixo da estimativa da XP e 4% abaixo do esperado pelo Itaú BBA.
Para o Morgan Stanley, o Ebitda ficou bem abaixo de sua estimativa de R$ 3,652 bilhões devido a receitas mais baixas, mas o lucro normalizado por ação de R$ 1,48 ficou um pouco acima de sua estimativa, de R$ 1,45.
O banco ressalta que o guidance de vendas de aço no quarto trimestre para 1,1-1,2Mt, veio basicamente em linha com o consenso de mercado, 1,115 Mt. O banco mantém avaliação market perform para ações da Usiminas, com preço-alvo de R$ 17,00.
Sobre o guidance, o Bradesco BBI aponta que ela ficou em linha com o patamar do terceiro trimestre, um nível “saudável”, apesar da sazonalidade.
Apesar do resultado considerado abaixo, o banco reforça que a empresa é sua escolha favorita (“top pick” em inglês) no setor de aço da América Latina, e reafirma sua avaliação outperform (desempenho acima do mercado).
Os analistas da casa reiteram que a Usiminas continuou sendo uma empresa de “caixa líquido”, totalizando R$ 1,2 bilhão (R$ 6,1 bilhões de dívida bruta, R$ 7,3 bilhões de caixa em mãos).
Enquanto a realização do preço do minério de ferro mais fraco do que o esperado abalou os números para o trimestre, o destaque positivo ficou com a realização do preço do aço, que levou o Ebitda por tonelada da divisão a um forte valor de US$ 340 a tonelada versus US$ 300 no segundo trimestre.
A Usiminas ainda espera que os embarques do quarto trimestre permaneçam relativamente estáveis em relação ao trimestre anterior, o que veem como positivo, dada a sazonalidade geralmente mais fraca.
Para o BBI, os riscos aumentaram nos últimos meses, porém o preço das ações da Usiminas já incorporam uma deterioração significativa nos fundamentos, implicando basicamente uma correção para os níveis de meio de ciclo já em 2022 “. Isso é excessivamente pessimista em nossa opinião, já que não esperamos uma mudança relevante nos fundamentos do aço e do minério de ferro, enquanto a Usiminas também se beneficia de um cenário de real mais fraco”, avaliam.
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