Apenas 20% das gestantes e puérperas foram vacinadas no Brasil
Gestantes e puérperas sem qualquer vacinação contra a Covid-19 possuem cinco vezes mais chances de ir a óbito do que as que receberam as duas doses do imunizante. Esta é a conclusão de um levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr), divulgado nesta terça-feira (19).
O observatório analisou dados públicos, considerando as gestantes e puérperas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e com testes positivos pra a Covid-19, em todo o país, desde maio de 2021, quando esse grupo foi incluído na campanha de vacinação, até 13 de outubro.
Entre aquelas sem qualquer imunização contra a Covid-19, a letalidade, considerando-se exclusivamente os casos graves, é de 14,6%. Por outro lado, no grupo com pelo menos uma dose, a porcentagem cai para 9,3%.
Ao comparar o grupo que não recebeu nenhuma dose do imunizante contra a Covid-19 e as gestantes e puérperas com esquema vacinal completo. A letalidade de 14,6% no grupo não imunizado cai para 3,2% no grupo com duas doses.
Estes dados permitem a conclusão de que a chance de óbito de uma gestante ou puérpera com SRAG por Covid-19 que não recebeu nenhuma dose da vacina é 5,26 vezes maior do que daquelas com o ciclo completo.
Ainda de acordo com o levantamento, em todo o país, 80,4% das gestantes e puérperas internadas com SRAG e com testes positivos para a Covid-19 não tomaram nenhuma dose da vacina. Apenas 4,3% das mulheres nessas condições de internação declaram ter tomado ambas as doses do imunizante.
Desde o início da pandemia, foram registradas 18.306 internações por Covid-19 deste grupo populacional no Brasil. A partir de maio deste ano, após o início da imunização de gestantes e puérperas, foram 3.972 casos graves de Covid-19 com internação entre essas mulheres.
A pesquisadora Agatha Rodrigues, professora de estatística da UFES e coordenadora do OOBr, pondera que pode haver defasem nos dados públicos, pois dependem do preenchimento completo da ficha da paciente.
Segundo o OOBr, apenas 20% das gestantes e puérperas brasileiras tomaram ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Ainda de acordo com Agatha Rodrigues, há uma resistência à vacinação por essas mulheres, por serem muito suscetíveis a notícias falsas de que o imunizante compromete o desenvolvimento fetal ou a saúde materna. A pesquisadora informa que a vacinação é indicada para grávidas em qualquer período gestacional.
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